segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Noite na Taverna: Bertram

III - Bertram

But why should I for others groan,
When none will sigh for me!

Childe Harold, I. Byron

Um outro conviva se levantou.

Era uma cabeça ruiva, uma tez branca, uma daquelas criaturas fleumáticas que não hesitarão ao tropeçar num cadáver para ter mão de um fim.

Esvaziou o copo cheio de vinho, e com a barba nas mãos alvas, com os olhos de verde-mar fixos, falou:

— Sabeis, uma mulher levou-me a perdição. Foi ela quem me queimou a fronte nas orgias, e desbotou-me os lábios no ardor dos vinhos e na moleza de seus beijos: quem me fez devassar pálido as longas noites de insônia nas mesas do jogo, e na doidice dos abraços convulsos com que ela me apertava o seio! Foi ela, vós o sabeis, quem fez-me num dia ter três duelos com meus três melhores amigos, abrir três túmulos àqueles que mais me amavam na vida — e depois, depois sentir-me só e abandonado no mundo, como a infanticida que matou o seu filho, ou aquele Mouro infeliz junto a sua Desdêmona pálida!

Pois bem, vou contar-vos uma história que começa pela lembrança desta mulher...

Havia em Cadiz uma donzela... linda daquele moreno das Andaluzas que não há vê-las sob as franjas da mantilha acetinada, com as plantas mimosas, as mãos de alabastro, os olhos que brilham e os lábios de rosa d'Alexandria sem delirar sonhos delas por longas noites ardentes!

A Face da Morte

Ângela julgava-se a mais infeliz das mortais. No espaço de 5 anos havia perdido três das pessoas as quais mais amava: o pai, a mãe e o marido. Não ficara sozinha no mundo, entretanto, possuía uma grande família, que sempre fora unida e, o mais importante, tinha três filhos que seriam o orgulho para qualquer mãe. No entanto, ela preferia as lembranças, vivendo uma espécie de passado permanente, chorando seus mortos.

Ela implorava às almas de seus entes queridos para que não a abandonassem. Maldizia anjos e santos por terem tirado tão cedo de sua presença pessoas que lhe faziam tanta falta.

Certa noite, um vento zuniu mais forte e um clarão iluminou o quarto de Ângela. Lá estava seu pai, sua mãe, seu marido, decompostos , os ossos à mostra, tentando abraça-la, confortá-la. Seu amado não tinha mais olhos, apenas buracos no rosto. Sua mãe, ainda lembrava muito do que fora, mas o corpo estava coberto de manchas coloridas, sua pele enrugada e o cheiro insuportável.


Ângela mal podia respirar, aquele odor nauseabundo ocupando cada espaço nos seus pulmões. Ela gritou para que fossem embora, mas eles ficaram encarando-a com uma ternura resignada. Ela implorou, suplicou, mas as carcaças desfiguradas não se mexiam; elas simplesmente não poderiam mais ir embora.

O desespero de Ângela havia chamado a atenção de forças poderosas. Aquelas almas sem descanso a acompanhariam por onde fosse, até o fim da sua vida.

Escrito por: Zé do Caixão

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tatzelwurm

O Tatzelwurm ("verme de garras", em alemão) é um animal do folclore dos alpes da Suíça, Baviera, Áustria, Itália e França, relatado desde o século XVIII e que parece uma versão reduzida dos dragões das lendas medievais.
É conhecido também pelos nomes de Stollenworm ("verme da toca"), Bergstutzen ("tronco da montanha"), Springwurm ("verme que pula")Dazzelwurm, Praatzelwurm, Steinkatze, Beißwurm e (nos Alpes franceses), Arassas.

O animal tem sido descrito como de 60 cm a 1,5 metro de comprimento, grosso como o braço de um homem. Alguns o descrevem com uma cabeça que lembra a de um gato, apesar de coberta de escamas, em vez de pelos. Certas descrições dizem que possui apenas duas patas dianteiras curtas (13 cm), outras que tem quatro patas e outras, ainda, que não tem nenhuma. Alguns dizem tê-lo visto saltar longas distâncias (8 a 15 metros) ou mesmo voar.

Uma história do verão de 1921, em Hochfilzen, sul da Áustria, um Tatzelwurm saltou sobre um pastor e um caçador clandestino, que lhe deram um tiro e fugiram aterrorizados. Também há relatos de ataques a porcos.

Para os criptozoologistas que acreditam em sua existência, seria uma espécie desconhecida de anfíbio ou de réptil. Poderia estar relacionado, por exemplo, aos anfisbênios, grupo de répteis semelhantes a lagartos sem patas, como o que é conhecidos no Brasil como "cobra-cega" ou "ubijara" (Amphisbaena alba, de até 60 cm), ou que têm apenas duas patas dianteiras, como o lagarto-toupeira do México (Bipes biporus, com 17 a 24 cm de comprimento).

Fonte: Fantastipedia.

Kongamoto



Em 1923, Frank H. Melland, um pesquisador, relatou em seu livro Viagens pela África o seu contato com tribos na Zâmbia. Durante sua estada com os moradores, ele tomou nota de relatos de uma misteriosa ave gigantesca, sem pelos e com um bico longo que atacava embarcações; o bicho era chamado de Kongamoto (Ou Kongamato), que significa "Virador/Destruidor de barcos".

Curioso com a descrição das criaturas, Melland pesquisou em seus arquivos se havia algum ser semelhante, pois acreditava que os nativos estavam vendo coisas ou confundindo uma criatura existente. O mais próximo que conseguiu encontrar foi uma gravura de um pterodáctilo. Mesmo sabendo que se tratava de uma criatura extinta há milhões de anos, o pesquisador decidiu mostrar a figura para os habitantes locais.

Frank H. Melland surpreendeu-se quando as pessoas reconheceram imediatamente a criatura. Todos disseram se tratar do Kongamoto. Bem como pessoas de outras tribos.

As descrições variam apenas na altura do bicho, que vai entre 90cm a 1m do bico até a cauda do animal. Alguns também gostam de descrevê-lo com dentes de crocodilo saindo pelo bico e de pele preta ou avermelhada. No resto, todos confirmam se tratar de um pterodáctilo, extinto há mais de 65 milhões de anos!

Anos mais tarde, em 1956, um outro escritor, que visitou áreas semelhantes, também relatou as descrições dos habitantes. E também um caso peculiar: Um guia contou que um homem fora caçar em uma floresta considerada perigosa. Horas mais tarde, o homem apareceu apavorado, com um corte enorme em sua barriga. Ele descreveu que foi atacado por um grande pássaro, sem pelos, e com um longo bico serrilhado. O guia pegou a figura que o pesquisador tinha do pterodáctilo, e ao mostrá-la ao caçador, este fugiu assustado, reconhecendo o monstro.

Mais avistamentos foram ocorrendo ao longo dos anos, mas não foi dada muita importância devido à falta de provas e por a maioria das pessoas considerarem que a crença dos nativos daquelas áreas era bem forte, o que, segundo os céticos, pode chegar a criar uma alucinação ou confusão.

Curiosamente, as densas áreas inexploradas da África, que não são poucas (Como os pântanos escuros e as florestas extremamente fechadas do Congo, por exemplo), são palco de diversas lendas relacionadas à fósseis vivos.

Fonte: www.matadoresdegalinha.com.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Jack, o Estripador

Jack, o Estripador foi o pseudônimo dado a um assassino em série não-identificado que agiu no miserável distrito de Whitechapel em Londres na segunda metade de 1888. O nome foi tirado de uma carta, enviada à Agência Central de Notícias de Londres por alguém que se dizia o criminoso.

Suas vítimas eram mulheres que ganhavam a vida como prostitutas. Duas delas tiveram a garganta cortada e o corpo mutilado.

Teorias sugerem que, para não provocar barulho, as vítimas eram primeiro estranguladas, o que talvez explique a falta de sangue nos locais dos crimes. A remoção de órgãos internos de três vítimas levou oficiais da época a acreditarem que o assassino possuía conhecimentos anatômicos ou cirúrgicos.

Os jornais, cuja circulação crescia consideravelmente durante aquela época, deram ampla cobertura ao caso, devido à natureza selvagem dos crimes e ao fracasso da polícia em efetuar a captura do criminoso — que tornou-se notório justamente por conseguir escapar impune.

Antecedentes

Em meados do século XIX, a Inglaterra experimentou um rápido influxo de imigrantes irlandeses, que incharam a população de desfavorecidos tanto no interior quanto nas principais cidades inglesas.

Caricatura de Jack o Estripador publicada na revista Punch, setembro de 1888

A partir de 1882, refugiados judeus, escapando dos pogroms da Rússia czarista e do leste europeu, aumentaram ainda mais os índices de superpopulação, desemprego e falta de moradia. Londres, particularmente nas regiões do East End e Whitechapel, tornou-se cada vez mais sobrecarregada, resultando no desenvolvimento de uma imensa sub-classe econômica. Esta situação de pobreza endêmica levou várias mulheres à prostituição.

Em outubro de 1888, a Polícia Metropolitana de Londres estimou a existência de 1,200 prostitutas de "classe muito baixa" vivendo em Whitechapel e em aproximadamente 62 bordéis. Os problemas econômicos vieram acompanhados por uma elevação contínua das tensões sociais. Entre 1886 e 1889, manifestações de famintos e desempregados eram uma constante nas ruas londrinas.

Os assassinatos geralmente atribuídos a Jack o Estripador ocorreram na metade final de 1888, apesar da série de mortes brutais em Whitechapel persistirem até 1891. Parte dos assassinatos envolveram atos extremamente pavorosos, como mutilação e evisceração, narrados em detalhes pela mídia.

Rumores de que os crimes poderiam estar conectados intensificaram-se em setembro e outubro, quando diversos órgãos de imprensa e a Scotland Yard receberam uma série de cartas perturbadoras de um remetente ou vários, assumindo responsabilidade por todos ou alguns dos assassinatos. Uma carta em particular, recebida por George Lusk do Comitê de Vigilância de Withechapel, incluía metade de um rim humano preservado.

Principalmente devido à natureza excessivamente brutal dos crimes e a cobertura midiática dos eventos, o público passou a crer cada vez mais em um único assassino em série a aterrorizar os moradores de Whitechapel, apelidado de "Jack o Estripador" após a assinatura de um cartão-postal recebido pela Agência Central de Notícias. Apesar de as investigações não terem sido capazes de conectar as mortes posteriores aos assassinatos de 1888, a lenda de Jack o Estripador já havia se consolidado.

Vítimas conhecidas

Os arquivos da Polícia Metropolitana mostram que a investigação teve início em 1888, eventualmente abrangendo onze asassinatos ocorridos entre 3 de abril de 1888 e 13 de fevereiro de 1891.

Além destes, escritores e historiadores conectaram pelo menos sete outros assassinatos e ataques violentos a Jack o Estripador. Entre as onze mortes investigadas ativamente pela polícia, chegou-se a um consenso de que cinco foram praticadas por um único criminoso, vítimas que são conjuntamente chamadas de "cinco canônicas":


Mary Ann Nichols (nome de solteira: Mary Ann Walker; apelido: Polly), nascida em 26 de agosto de 1845 e morta em 31 de agosto de 1888, uma sexta-feira. O corpo de Nichols foi descoberto aproximadamente às 3:40 da madrugada no terreno em frente à entrada de um estábulo em Buck's Row (hoje Durward Street). Sua garganta sofreu dois cortes profundos, e a parte posterior do abdômen foi parcialmente arrancada por um golpe intenso e irregular. Haviam também diversas incisões pelo abdômen, e três ou quatro cortes similares no lado direito causadas pela mesma faca. Nichols foi descrita como tendo uma aparência bem mais jovem do que seus 43 anos sugeriam.

Annie Chapman (nome de solteira: Eliza Ann Smith; apelido: Dark Annie), nascida em setembro de 1841 e morta em 8 de setembro de 1888, um sábado. O corpo de Chapman foi descoberto aproximadamente às 6:00 da manhã no quintal de uma casa em Hanbury Street, Spitafields. Assim como Mary Ann, sua garganta foi aberta por dois cortes, um mais profundo que o outro. O abdômen foi completamente aberto, e o útero, removido.

Elizabeth Stride (nome de solteira: Elisabeth Gustafsdotter; apelido: Long Liz), nascida na Suécia em 27 de novembro de 1843 e morta em 30 de setembro de 1888, um domingo. O corpo de Stride foi descoberto próximo à 1:00 da madrugada, no chão da Dutfield's Yard, na Berner Street (hoje Henriques Street), em Whitechapel. Havia uma incisão direta no pescoço; a causa da morte foi perda excessiva de sangue, a partir da artéria principal no lado esquerdo. O corte nos tecidos do lado direito foi mais superficial, estreitando-se próximo à mandíbula direita. A ausência de mutilações no abdômen lançaram incerteza sobre a identidade do assassino, além de sugerir que ele pudesse ter sido interrompido durante o ataque.

Catherine Eddowes (usava os nomes “Kate Conway” e “Mary Ann Kelly”, com os sobrenomes tirados de seus dois ex-maridos, Thomas Conway e John Kelly), nascida em 14 de abril de 1842 e morta em 30 de setembro de 1888, no mesmo dia da vítima anterior, Elizabeth Stride. Seu corpo foi encontrado na Mitre Square, na Cidade de Londres. A garganta, assim como nos dois primeiros casos, foi aberta por dois cortes, e o abdômen aberto por um corte longo, profundo e irregular. O rim esquerdo e grande parte do útero foram removidos. A mídia e moradores de Londres se referiram ao episódio como "evento duplo" (The Double Event).

Mary Jane Kelly (passou a usar o nome “Marie Jeanette Kelly” depois de uma viagem a Paris; apelido: Ginger), supostamente nascida na Irlanda em 1863 e morta em 9 de novembro de 1888, uma sexta-feira. O corpo terrivelmente mutilado de Kelly foi descoberto pouco depois das 10:45 da manhã, deitado na cama do quarto onde ela vivia na Dorset Street, em Spitalfields. A garganta foi cortada até a coluna vertebral, e o abdômen quase esvaziado de seus órgãos. O coração também foi retirado.

A autenticidade desta lista baseia-se não apenas na opinião dos pesquisadores, mas também em anotações feitas em particular por Sir Melville Macnaghten enquanto chefe do Departamento de Investigação Criminial no Serviço Metropolitano de Polícia, em papéis que só viriam à tona em 1959. As notas de Macnaghten refletiam apenas opiniões policiais da época, embora ele só tenha se juntado ao esquadrão um ano após os assassinatos, e suas anotações continham diversos erros factuais sobre os possíveis suspeitos.

Os escritores Stewart P. Evans e Donald Rumbelow alegam que as "cinco canônicas" seria um "mito do Estripador", e que o provável número de vítimas pode variar de três (Nichols, Chapman e Eddowes) a seis (as três citadas mais Stride, Kelly e Martha Tabram). Os palpites de Macnaghten sobre quais crimes teriam sido cometidos pelo mesmo assassino não era compartilhada por outros oficiais investigadores, como o inspetor Frederick Abberline.

Com exceção de Stride, cujo ataque pode ter sido interrompido, as mutilações nas cinco vítimas foram tornando-se cada vez mais sérias a medida que os crimes progrediam. Nichols e Stride não tiveram nenhum órgão removido, mas o útero de Chapman foi retirado, e Eddowes teve seu útero e rim levados, além de ser deixada com mutilações faciais. Apesar de somente o coração de Kelly ter sido removido da cena do crime, o restante de seus órgãos internos foram retirados e deixados em seu quarto.

Os cinco assassinatos citados foram geralmente cometidos na escuridão, nas últimas horas da madrugada e sempre perto ou do final do mês ou de uma semana. Ainda assim cada caso diferia deste padrão de alguma maneira. Além das diferenças já citadas, Eddowes foi a única a ser assassinada na cidade de Londres, embora próxima dos limites de Whitechapel. Nichols foi a única vítima encontrada em rua aberta, apesar de ser uma via escura e deserta. Muitas fontes indicam que Chapman foi morta depois do nascer do sol, embora esta não tenha sido a opinião da polícia e dos legistas que examinaram o corpo. A morte de Kelly pôs fim a seis semanas de inatividade do assassino (uma semana havia se passado entre as mortes de Nichols e Chapman, e três entre Chapman e o "evento duplo").

A principal dificuldade em definir quem foi ou não uma vítima do Estripador foi o fato de ocorrer um número espantoso de ataques contra mulheres naquela mesma época. A maioria dos especialistas apontam o corte profundo na garganta, a mutilação do abdômen e dos genitais, a remoção de órgãos internos e a gradual intensidade das mutilações faciais sofridas pelas vítimas como o modus operandi do assassino.

Investigação

Os arquivos policiais sobre os assassinatos em Whitechapel fornecem uma visão detalhada dos procedimentos investigativos da era vitoriana. Uma ampla equipe de policiais conduziu investigações casa-a-casa, listas de suspeitos foram formuladas, e muitos deles interrogados, e material forense coletado e examinado. Uma leitura detalhada da investigação demonstra o processo básico de identificar suspeitos, rastreá-los e decidir a necessidade de examinar seus passos ou riscá-los da lista. Este continua sendo o padrão da maioria das investigações atualmente.

A investigação foi inicialmente conduzida pela Whitechapel Division C.I.D., chefiada pelo Inspetor-Detetive Edmund Reid. Depois do assassinato de Nichols, os Inspetores-Detetives Frederick Abberline, Henry Moore e Walter Andrews foram designados pelo Escritório Central da Scotland Yard para acompanharem as investigações. Após o assassinato de Eddowes, que ocorreu nos limites da Cidade de Londres, a Polícia Metropolitana sob a chefia do Inspetor-Detetive James McWilliam também foi engajada no caso.

Apesar disso, a direção geral dos interrogatórios foi atrasada e confundida pelo fato de o novo chefe do Departamento de Investigação Criminal, Sir Robert Anderson, encontrar-se em viagem à Suíça entre 7 de setembro de 15 de outubro, período no qual Chapman, Stride e Eddowes foram assassinadas. Isto levou o Comissário Chefe, Sir Charles Warren, a indicar o Superintendente Donald Swanson para a coordenção dos interrogatórios feitos pela Scotland Yard. As notas de Swanson sobre o caso sobreviveram, tornando-se uma fonte valiosa de detalhes sobre a investigação.

Devido em parte à insatisfação quanto aos esforços policiais, um grupo de cidadãos londrinos do East End passou a patrulhar voluntariamente as ruas de Londres em busca de indivíduos suspeitos. Chamados de Comitê de Vigilância de Whitechapel, eles exigiram que o governo oferecesse uma recompensa por informações sobre o assassino, e contrataram detetives particulares para interrogar testemunhas em paralelo ao trabalho da polícia. O comitê foi liderado por George Lusk, e posteriormente por Albert Bachert.

As cartas

Durante o curso dos assassinatos, a polícia e os jornais receberam centenas de cartas sobre o caso. Algumas eram de pessoas bem-intencionadas oferecendo informações para a captura do criminoso; a maioria delas, entretanto, foram consideradas inúteis, e posteriormente ignoradas.

Talvez o mais interessante foram as diversas mensagens que conclamavam terem sido escritas pelo assassino (o apelido “Jack, o Estripador” foi cunhado a partir de uma dessas mensagens); a grande maioria não passava de falsificações. Muitos especialistas afirmam que nenhuma delas era verdadeira, mas entre as citadas como provavelmente genuínas, tanto por autoridades da época quanto atuais, três em particular se destacam:

A carta ao “Caro Chefe”, datada de 25 de setembro. Carimbada pelo correio e recebida em 27 de setembro de 1888 pela Agência Central de Notícias, foi encaminhada à Scotland Yard em 29 de setembro. Inicialmente foi considerada uma farsa, mas quando o corpo de Eddowes foi encontrado com um ferimento na orelha, a promessa da carta de “arrancar as orelhas das senhoritas” ganhou notoriedade. A polícia publicou-a em 1 de outubro esperando que alguém reconhecesse a grafia, não obtendo resultados. O nome “Jack o Estripador” foi usado pela primeira vez nesta mensagem, tornando-se conhecido mundialmente depois de sua publicação. A maioria das cartas seguintes copiavam o tom desta. Após o fim dos assassinatos, os oficiais de polícia afirmaram que a carta era uma falsificação feita por um jornalista local.

O cartão-postal do “Insolente Jack” , carimbado e recebido em 1 de outubro de 1888 pela Agência Central de Notícias, tinha um estilo similiar à carta “Caro Chefe”. Ele menciona que duas das vítimas – Stride e Eddowes – foram assassinadas num intervalo de poucas horas: “evento duplo desta vez”. Foi discutido que a carta teria sido mandada antes da divulgação dos assassinatos, fazendo pouco provável a hipótese de que um farsante teria tais conhecimentos do crime (embora ela tenha sido carimbada pelo correio mais de 24 horas depois do ocorrido, bem depois de os detalhes já serem conhecidos pelos jornalistas e moradores da área). Os oficiais de polícia afirmaram depois ter identificado o jornalista que foi o autor tanto desta quanto da carta anterior.

A carta “Do Inferno”, carimbada em 15 de outubro e recebida por George Lusk, do Comitê de Vigilância de Whitechapel, em 16 de outubro de 1888. Lusk abriu uma pequena caixa e encontrou a metade de um rim humano, mais tarde confirmado por um médico como tendo sido conservado nos “espíritos do vinho” (álcool etílico). Um dos rins de Eddowes fora retirado pelo assassino, e um médico afirmou que o órgão mandado para Lusk era “bastante similar àquele removido de Catherine Eddowes”, embora suas descobertas tenham sido inconclusivas. O autor da carta afirmava ter “fritado e comido” a metade ausente do rim.

Algumas fontes citam outra carta, datada de 17 de setembro de 1888 como a primeira mensagem a usar o nome de Jack o Estripador. Especialistas acreditam que esta é uma falsificação atual inserida nos arquivos da polícia muito tempo depois dos assassinatos ocorrerem. Eles notaram que a carta não traz nem o selo oficial da polícia, que confirmaria a data em que ela foi recebida, nem as iniciais do investigador que a teria examinado se aquela fosse mesmo uma evidência em potencial; ela também não é mencionada em nenhum documento oficial da época, e algumas das pessoas que tiveram a carta em mãos afirmam que ela foi escrita com uma caneta esferográfica, que só seria inventanda pelo menos cinquenta anos depois dos crimes do Estripador.

A pichação na Rua Goulston

Depois do “evento duplo” na madrugada de 30 de setembro, a polícia vasculhou a área em torno da cena do crime na tentativa de localizar suspeitos, testemunhas ou alguma evidência. Aproximadamente às 3:00 da madrugada, o agente Alfred Long descobriu uma peça de roupa ensanguentada perto de um sobrado na Gouldon Street. A peça seria posteriormente confirmada como sendo um avental pertencente à Eddowes.

Havia uma pichação feita a giz na parede em frente ao local onde o avental fora encontrado. Não se sabe ao certo o que estava escrito porque alguns oficiais de polícia relatam que a inscrição era “The Juwes are the men That Will not be Blamed for nothing” (Os Juwes são os homens que não levarão a culpa sem motivo), enquanto outros relembraram a mensagem de forma diferente: “The Juwes are not The men That Will be Blamed for nothing” (Os Juwes não são os homens que levarão a culpa sem motivo). A dúvida nunca foi sanada porque a inscrição foi apagada sem ao menos ser fotografada.

O Superintendente de Polícia Thomas Arnold viu a pichação ao visitar o local e ordenou que fosse removida. Não se sabe se Arnold acreditava que "Juwes" fosse o mesmo que "Jews" (judeus) grafado de forma errada pelo assassino, ou se ele próprio não percebeu que se tratava de uma palavra diferente. Ele temia que com o nascer do sol e o começo do expediente comercial a mensagem seria vista e o sentimento anti-semita, já então amplamente aflorado, aumentasse ainda mais entre a população. Desde o assassinato de Nichols, rumores começaram a circular no East End sobre os crimes serem de autoria de um judeu chamado Avental-de-Couro. A tensão religiosa já se encontrava em níveis insuportáveis, tendo ocorrido inclusive alguns confrontos.

Enquanto o grafite foi encontrado no território da Polícia Metropolitana, o avental era de uma vítima assassinada na cidade de Londres, que possuía uma força policial em separado.

Alguns oficiais não concordaram com a ordem de Arnold, especialmente os que representavam a Polícia da Cidade de Londres, que considerava a pichação como parte da cena do crime - que deveria ter sido pelo menos fotografada antes de ser apagada, mas a ordem de Arnold foi cumprida assim mesmo pelo Comissário da Polícia Metropolina Sir Charles Warren. A inscrição foi retirada aproximadamente às 5:30 da manhã.

Com o passar tempo, a decisão de Arnold provou-se equivocada. Atualmente, estudiosos do caso levantam a hipótese de que "Juwes" na verdade seriam os maçons.

Mídia

Alguns acreditam que o apelido do assassino foi inventado por jornaleiros, na esperança de que uma história mais interessante aumentasse suas vendas. A prática tornar-se-ia um costume ao redor do mundo, com inúmeros criminosos apelidados e tornados famosos pela imprensa.

Mas os assassinatos do Estripador marcaram uma etapa importante na vida moderna britânica. Embora não tenha sido o primeiro assassino em série, Jack o Estripador foi o primeiro a criar um frenesi mundial da mídia em torno de seus crimes.

O surgimento em massa de jornais baratos na Inglaterra a partir de 1855 fez do Estripador o beneficiário de uma publicidade até então sem precedentes. Isto, combinado ao fato de ninguém ter sido acusado formalmente pelos assassinatos, criou uma mitologia investigativa que eclipsaria completamente outros criminosos do tipo que surgiram mais tarde.

Os miseráveis do East End eram há muito ignorados pela influente sociedade, mas a natureza dos crimes e de suas vítimas forçosamente chamou atenção para as condições em que viviam. Esta atenção significou que os reformistas sociais da época finalmente puderam ser ouvidos pelas classes altas, convencendo-as de que algo deveria ser feito para ajudar os pobres.
[editar] Suspeitos

Conclusão

Ao longo da história muitos foram apontados como suspeitos tanto pela polícia como por historiadores investigadores, porém até hoje nada foi comprovado oficialmente. Muitas das teorias foram baseadas nas cartas enviadas ao escritório da Agência Central de Notícias, e sugerem que o assassino seria um homem, jovem e de classe baixa, com um nível de educação rudimentar.

Fonte: Wikipedia.

Boiúna

Desenho no site Cryptomundo, baseado em foto no Diário de Pernambuco de 24/01/1948
A boiúna, de mboi, "cobra" e una, "negra", também conhecida como boiaçu, de mboi e açu, "grande", ou ainda cobra-grande é, segundo Câmara Cascudo, o mais poderoso e complexo dos mitos amazônicos, exercendo ampla influência nas populações às margens do rio Amazonas e seus afluentes.

Faz parte do ciclo dos mitos d'água, de que a cobra é um dos símbolos mais antigos e universais. Senhora dos elementos, a cobra-grande tinha poderes cosmogônicos, explicando a origem de animais, aves, peixes, o dia e a noite. Mágica, irresistível, polimórfica, aterradora, a cobra-grande tem, a princípio, a forma de uma sucuri ou uma jibóia comum. Com o tempo, adquire grande volume, abandona a floresta e vai para o rio. Os sulcos que deixa à sua passagem transformam-se em igarapés. Habita a parte mais funda do rio, os poções, aparecendo vez por outra na superície. É descrita como tendo de 20 metros a 45 metros.

Martius (Viagem pelo Brasil) registrou a força assombrosa do medo que os indígenas tinham do monstro, com as dimensões multiplicadas pelo terror. Chamavam-no de Mãe-d'água e Mãe-do-rio, mas as histórias só mencinavam a voracidade da cobra-grande, arrebatando crianças e adultos que se banhavam. Recusavam-se a matar a cobra, porque então era certa a própria ruína, bem como de toda a tribo.

Esse registro, de 1819, denuncia a existência de um outro mito entrevisto e anotado por Barbosa Rodrigues (Poranduba Amazonense), o da constelação do Serpentário (Ofiúco), que aparece no céu em setembro, o tempo das roças, princípio do tempo de Coaraci, o Sol. Couto de Magalhães ouviu a lenda de como a noite apareceu, numa época em que não havia noite, e a filha de Cobra-grande pediu a noite ao pai como presente de casamento.

Há ocasião em que nenhum pescador se atreve a sair para o rio à noite, pois duas vezes seguidas foi avistada uma Cobra-grande... pelos olhos que alumiavam como tochas. Os pescadores foram perseguidos até a praia, somente escapando porque o corpo muito grande encalhou na areia. Esses pescadores ficaram doentes de pânico e medo da experiência que relatavam com real emoção. (Eduardo Galvão, Santos e Visagens, Brasiliana, São Paulo, 1955).

Fonte: Fantastipedia.

A cobra de Fawcett

O coronel britânico Percy Harrison Fawcett, explorador que realizou sete expedições na Amazônia de 1906 a 1925, relatou ter visto cobras gigantescas, ou seus indícios.

Em um de seus diários, ele anotou, em 1907: "Estávamos calmamente seguindo a corrente preguiçosa, não longe da confluência do Rio Negro, quando quase sob o arco da igara apareceu uma cabeça triangular e vários pés de corpo ondulante. Era uma sucuri gigante. Corri para meu rifle enquanto a criatura fazia seu caminho rumo ao banco de areia e, quase sem esperar para mirar, disparei uma bala de ponta macia calibre .44 em sua espinha, dez pés (3 metros), abaixo da maldita cabeça."

O barco parou para que o coronel pudesse examinar o corpo. A despeito de ter sido mortalmente ferida, "convulsões subiam e desciam pelo corpo como golpes de vento em um lago de montanha". Embora não tivessem equipamentos para medições com ele, Fawcett estimou que a serpente tinha 19 metros de comprimento e 30 cm de diâmetro.

Nos pântanos de Madre de Diós, em Bení, Bolívia, Fawcett disse ter visto rastros de uma cobra que indicavam um comprimento de 24 metros.

Fonte: Fantastipedia.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quem descobriu o Brasil?

Você sabe quem descobriu nosso país? Um dos mais intrigantes mistérios da arqueologia subaquática de nossa nação, uma descoberta que poderia mudar a história do Brasil!

Em 1976 um mergulhador anônimo encontrou em águas próxima a Pedra do Xaréu, Ilha do Governador, Estado do Rio de Janeiro, fragmentos do que seria um vaso de cerâmica e duas ânforas intactas.

Segundo a pesquisadora americana, Elisabeth Will, as peças possuíam características romanas e poderiam ser do século III antes de Cristo.Já os especialistas brasileiros se mostraram céticos a descoberta.

Em 1982, o pesquisador e escritor americano Robert Marx, resolveu por conta própria fazer novas explorações na região onde encontrou vários fragmentos de ânforas. Porém sua maior descoberta foi o casco de uma embarcação romana provavelmente do século III.

- Tudo indica que este barco de madeira estaria transportando as ânforas, desviou-se de seu curso e chegou ao Brasil bem antes de Cabral.

A partir deste momento iniciou-se um conflito de interesses:

Marx acusou o governo brasileiro de esconder provas que poderiam tirar de Cabral o título de descobridor do Brasil. Por outro lado, a Marinha acusou o pesquisador de ser um farsante:

- Os objetos não eram tão antigos assim, eles pertenciam a uma caravela portuguesa do século XVI, naufragada na região.

A falsa descoberta teria como intuito valorizar ainda mais as peças que Robert Marx pretendia contrabandear (versão da marinha). Como resultado deste conflito, Robert Marx foi expulso do Brasil.

Para complicar ainda mais a história, um milionário chamado Américo Santarelli, alegou ser o dono da ânforas:

- Elas teriam sido produzidas neste século e foram enterradas no fundo do mar propositalmente para ganhar um aspecto envelhecido.

Veleiro romano com velas quadradas, 100 d. C (Museu do Bardo, Tunísia)

O Pesquisador Francisco Alves, da CNANS de Lisboa, chegou a declarar no ano de 2003, após rever documentos relativos ao caso, que uma embarcação romana pequena com apenas um mastro, navegando contra o vento, sem lugar para armazenar água potável suficiente para uma viagem tão longa, não poderia atravessar o oceano e chegar até o Brasil.

Acho que nunca conheceremos a verdade, afinal as ânforas desapareceram misteriosamente e até hoje ninguém sabe por onde elas andam. Algumas manchetes da mídia sobre o assunto:

Revista Manchete - O Mistério das ânforas gregas - 4/3/1978; Jornal do Brasil - Ânforas provam presença de fenícios no Brasil - 1° Caderno, 25/09/1982; Primeiro de Janeiro - Romanos no Brasil antes dos Portugueses - 7/10/1982; Diário de Notícias - Romanos chegam ao Brasil antes de Pedro Álvares Cabral - 22/10/1982; Revista Mergulhar - O Mistério das Ânforas - dezembro/1982; Correio da Manhã - Romanos no Brasil 17 séculos antes de Cabral - 21/12/1982; Diário de Notícias - Romanos no Brasil antes dos Portugueses - 26/02/1983; Manchete - Ânforas são falsas - 9/04/1983; Oceanic Society - Ancient Amphorae Found in Brasil -July/1984.

O Fantasma de Einfield


Objetos pegando fogo ou levitando, ruídos e batidas sem explicação e a possessão de uma criança, que entre outras coisas levitava até o teto. Conheça "O Fantasma de Enfield". Na foto: Janet levitando no quarto. A irmã, na cama ao lado está assustada e grita.

A Senhora Peggy Harper e seus quatro filhos moravam em uma casa na localidade de Enfield, Londres, Inglaterra, quando, entre agosto de 1977 e setembro de 1978, coisas estranhas começaram a acontecer.

Objetos pegavam fogo pela casa ou então voavam (uma vez, um brinquedo atravessou a sala e acertou na cabeça de um fotografo). Mas os maiores fenômenos aconteciam com Janet, a filha de 12 anos. A Garota entrava em estados de transe a muitas vezes levitava da cama, muitas vezes parando no teto. Sua voz também mudava durante o transe.

Este caso é interessante porque várias fotos foram tiradas dos fenômenos. Os pesquisadores colocavam câmeras com disparo automático pela casa e assim conseguiram diversas fotos. Com estas fotos eles procuravam provar de uma vez por todas a existência do paranormal, mas isto não foi possível.

Este é considerado um caso verdadeiro onde ocorreram diversas manifestação de fenômenos paranormais. A Família Harper sempre nega falar sobre os acontecimentos de 1977...


Fontes: http://www.unexplained-mysteries.com/articleenfield.shtml; http://www.zurichmansion.org/ghosts/video1.html; As Ciências Proibidas Nº 4 - Bruxaria e Satanismo. Editora Século Futuro. 1987. Pg: 28-29.

A lenda do Cavaleiro sem Cabeça


A lenda do Cavaleiro sem Cabeça (“The Legend of Sleepy Hollow”) ou A lenda da caverna adormecida é um conto de Washington Irving incluido na coleção The Sketch Book of Geoffrey Crayon, Gent., escrita enquanto o autor vivia em Birmingham, Inglaterra. A primeira publicação foi em 1820. Ao lado da história de “Rip Van Winkle”, “The Legend of Sleepy Hollow” é um dos primeiros exemplos da ficção norte-americana, lidos até hoje.

Enredo

A história se passa por volta de 1790 no assentamento americano-holandês de Tarrytown, New York (O autor escreveu “Tarry Town”), num lugar chamado Sleepy Hollow. Ichabod Crane, um magro, esguio e extremamente supersticioso mestre-escola de Connecticut, compete com o valentão Abraham “Brom Bones” Van Brunt pela mão da jovem de dezoito anos Katrina Van Tassel, filha única do rico fazendeiro Baltus Van Tassel.

O Prisioneiro dos Sonhos


Marcelo corria, perseguido por um enorme monstro, uma estranha criatura que iria devorá-lo, se o alcançasse. Seu braço sangrava, havia ali um ferimento profundo. Marcelo tropeça e cai, a fera avança contra ele, que grita e… acorda.

Havia sido um sonho, estava na cama com a namorada, que, assustada, dizia ter tido ele um pesadelo. Para acalma-lo ela o beija com ardor. Ele logo se excita, começando uma troca de carícias cada vez mais íntimas. Vai esquecendo o pesadelo, imerso em beijos. Fecha os olhos, em êxtase, mas ao abri-los, uma horrenda bruxa, o corpo flácido e enrugado, o semblante maligno, a risada estridente. Ele grita, sentindo o braço ferido pela serva de satã.

A mãe o sacode. Não há bruxa,havia sido outro pesadelo. Marcelo vê que os pais e irmãos, atraídos pelos gritos, estão no seu quarto. Ele chora. A mãe, carinhosamente, o abraça. Sob o lençol, centenas de vermes. Sua família se transforma em cadáveres decompostos. O pai não mais possui olhos, a língua do irmão mais velho cai da boca, enquanto todos procuram abraçá-lo. No seu próprio braço ele vê um buraco, uma enorme ferida, e grita com toda a força dos seus pulmões.


Marcelo acorda, mas está no nada. Está num pesadelo dentro de um pesadelo,numa seqüência que não sabe aonde acaba. Agora só há uma névoa, e ele, um filete de sangue escorrendo do braço.

Então ele se recorda. Lembra da sua tentativa de fugir da realidade, desinteressante, tediosa, e entrar no mundo dos sonhos. Queria “entrar na onda”, como diziam os colegas. Lembra-se da droga,da seringa,da picada… Talvez fosse uma overdose, não havia como saber. Talvez estivesse entre a vida e a morte.

Certeza mesmo, restava apenas uma: da névoa a sua frente surgiria o próximo monstro, o próximo grito, o próximo acordar, o próximo pesadelo, talvez por toda a eternidade.

Escrito por: Zé do Caixão

Anaconda

A anaconda (eunectes murinus), conhecida também por sucuri, entre outros nomes locais, habita por toda a América do Sul, desde a floresta amazônica até a Argentina. É uma das maiores serpentes do mundo, juntamente com a píton da Ásia, e ganhou fama de ser comedora de homens. No entanto, até agora, nunca se viu esse réptil devorando um ser humano, e tal como noutros casos, não passam de lendas, que vão passando de boca em boca, e de montagens fotográficas duvidosas. A anaconda é inclusive muito fugidia em relação aos humanos, evitando-os a todo o custo. Apesar de tudo, temos de considerar essa possibilidade, já que o grande tamanho das fêmeas permitiria que o fizessem com muita facilidade.

Lenda indígena

Existe uma lenda muito comum em tribos indígenas do Norte, explicando que Anaconda pode ser uma criatura mística ou amaldiçoada. A lenda conta que uma índia que vivia entre os rios Amazonas e Trombetas, teve dois filhos gêmeos. Quando os viu, quase morreu de susto por que eles não tinham a forma humana e sim de duas serpentes escuras. Assim mesmo a índia as batizou e atirou-as no rio, por que elas não podiam viver na terra.

As duas serpentes criaram-se livremente nas águas dos rios, cresceram muito deixando sua cor escura e tendo um tom esverdeado, elas assustavam pelo seu tamanho descomunal. As pessoas as chamavam de Cobra Norato e Maria Caninana. Cobra Norato era o homem, forte e bom, nunca fazia mal a ninguém, nunca deixava as pessoas morrerem afogadas nem serem devoradas por outros peixes grandes.

De vez em quando Cobra Norato ia visitar a sua mãe, para isso deixava a sua pele de serpente na beira do rio e se transformava em humano, depois da madrugada, regressava ao rio e voltava para dentro da pele de serpente que o aguardava para novamente ser Cobra Norato a serpente enorme assim como uma Anaconda.

Maria Caninana era perversa e malvada, devorava pescadores, revirava os barcos e canoas, nunca visitou sua mãe. Em Óbidos no Pará, havia outra Anaconda encantada, dormindo dentro da terra, em baixo da Igreja. Maria Caninana mordeu a serpente. Ela não acordou mas se mexeu fazendo a terra abalar e rachar desde o mercado até a Igreja.

Devido a todas as maldades da anaconda Maria Caninana, Cobra Norato foi obrigado a matá-la e ficou sozinho nadando pelos rios, quando havia festa ou eventos nos povoados e ribeirinhos, ele deixava a pele de serpente e ia dançar com as moças e conversar com os rapazes. Sempre pedia para os conhecidos que o desencantassem, para isso, bater com um ferro virgem em sua cabeça, e deitar três gotas de leite de mulher em sua boca. Muitos amigos de Cobra Norato tentaram fazer isso, mas quando viam a enorme serpente, fugiam apavorados.

Um dia Cobra Norato fez amizade com um soldado de Cametá. Era um homem muito destemido, e Cobra Norato o pediu que o desencantasse, o soldado não teve medo, arranjou um machado que não cortara pau, e um vidrinho de leite de mulher. Quando encontrou Norato dormindo, meteu-lhe o machado na cabeça e atirou as três gotas de leite entre seus enormes dentes aguçados. A serpente estremeceu e caiu morta. Dela saiu Cobra Norato, desencantado para sempre.

Essa lenda é muito comum em índios e alguns elementos são metáforas para esconder algum assunto proibido. Anaconda não tem muito haver com sobrenatural, mas essa lenda é mística e muitas historias fantásticas envolvendo serpentes gigantes, Anacondas são comuns pelo mundo e principalmente na America do Sul.


Fontes: Mistérios fantásticos: Anacondas; www.bicharada.net.

Ivan, o Terrível


Ivan, o Terrível foi o primeiro czar da Rússia, e seu comportamento arbitrário e cruel levou muitos a compara-lo a Vlad o Empalador, o Drácula histórico. Ivan herdou o título do Grão-Duque de Moscovy quando tinha 3 anos de idade e cresceu observando as famílias líderes (os boiardos) de sua terra liderarem os países por um período de caos, à medida em que lutavam entre si por parcelas de poder.

Tinha 17 anos quando um Conselho de Escolha surgiu para efetuar reformas. Embora eles tenham tido sucesso em acabar com o caos, Ivan discutiu continuamente com seus membros sobre uma vasta quantidade de assuntos administrativos.

Em 1564, frustado, abdicou repentinamente. Quando o povo exigiu seu retorno, pôde ditar os termos de sua reintegração e obter o poder quase absoluto. Movimentou-se rapidamente para estabelecer sua própia elite governamental, a Oprichnina, que retirou grande parte do poder remanescente das mãos do boiardos.

O reinado de duas décadas de Ivan foi marcado, em parte, pela sua conquista das terras ao longo do Rio Volga e por seu movimento para a Sibéria, assim como a desastrosa guerra em que se envolveu quando tentou sem sucesso capturar a Livônia (hoje Estônia).

Ele é mais lembrado, todavia não por suas ações políticas, mas por sua conduta pessoal. No afã de estabelecer, agia rapidamente na punição (e às vezes execução) de muitos que desafiavam seu reinado ou que de alguma forma mostrassem desrespeito pelo que ele considerava seu status engrandecido.

Entre as tendências excepcionais mais lembradas pelos seus conteporâneos, Ivan possuía um senso de humor negro, bem similar ao que fora atríbuido a Vlad. Freqüentemente, esse humor caracterizava as torturas e execuções daqueles que se tornavam o objeto de sua ira.

Conforme assinalou um historiador, S. K. Rosovetskii, muitas das histórias sobre Ivan eram variações daquelas atribuídas a Vlad um século antes. Por exemplo, havia a história folclórica romena sobre os cidadãos moradores da cidade de Tigorviste, a capital de Drácula. Os cidadãos tinham caçoado do irmão de Drácula. Em represália, ele reuniu os principais cidadãos (os boiardos) após as celebrações da Páscoa e, em suas melhores roupas, fez com que marchassem na construção do Castelo de Drácula. Ivan, reporta-se, fez algo parecido na cidade de Volgoda quando as pessoas o viram na manhã da Páscoa. Juntou-as todos ainda em suas melhores roupas de festa e construiu uma nova muralha para a cidade.

Talvez a mais famosa história de Drácula contada a partir de Ivan se referia ao enviado turco que se recusou a tirar seu chapéu na presença de Drácula. Este, em seguida, pregou o chapéu do homem a sua cabeça. Ivan, reporta-se, fez o mesmo com um diplomata italiano (ou, num relato alternativo, com um embaixador francês).

Ivan, como Vlad, muitas vezes se virava contra poderosas figuras da sociedade russa e as humilhava para evitar seu retorno à dignidade de seus cargos. Conta-se a história, por exemplo, de seu ataque sobre Pimen, o representante metropolitano russo-ortodoxo de Novgorod. Despiu-o de suas vestes litúrgicas e vestiu-o de ministrel ambulante (uma ocupação rejeitada pela igreja) e montou um casamento satírico no qual Pimen se casaria com uma égua. Apresentando o despido prelado com os sinais de seu novo status, uma gaita de foles e uma lira, Ivan despachou-o da cidade.

Ivan era diferente de Vlad com relação ao seu apetite sexual, tinha sete esposas e cerca de 50 concubinas. Também deixou os seus sucessores imediatos com uma herança mista. Embora tivesse expandido o território da Rússia, deixou o país na bancarrota e o descontentamento com seu reinado cresceu de forma contínua. Ivan, todavia, morreu de forma pacífica enquanto jogava xadrez, no dia 18 de março de 1584.

Fonte: the fallen angel web.

Noite na Taverna: Solfieri

II - Solfieri

...Yet one kiss on your pale clay
And those lips once so warm — my heart! my heart!

Cain. Byron

— Sabei-lo. Roma é a cidade do fanatismo e da perdição: na alcova do sacerdote dorme a gosto a amásia, no leito da vendida se pendura o Crucifixo lívido. É um requintar de gozo blasfemo que mescla o sacrilégio à convulsão do amor, o beijo lascivo à embriaguez da crença!

— Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão pôr aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela ponte de... As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se fazias ermas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma branca. — A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida à lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágrimas.

Eu me encostei a aresta de um palácio. A visão desapareceu no escuro da janela... e daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento a noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.

Depois o canto calou-se. A mulher apareceu na porta. Parecia espreitar se havia alguém nas ruas. Não viu a ninguém: saiu. Eu segui-a.

A noite ia cada vez mais alta: a lua sumira-se no céu, e a chuva caía as gotas pesadas: apenas eu sentia nas faces caírem-me grossas lágrimas de água, como sobre um túmulo prantos de órfão.

Andamos longo tempo pelo labirinto das ruas: enfim ela parou: estávamos num campo.

Aqui, ali, além eram cruzes que se erguiam de entre o ervaçal. Ela ajoelhou-se. Parecia soluçar: em torno dela passavam as aves da noite.

Não sei se adormeci: sei apenas que quando amanheceu achei-me a sós no cemitério. Contudo a criatura pálida não fora uma ilusão: as urzes, as cicutas do campo-santo estavam quebradas junto a uma cruz.

O frio da noite, aquele sono dormido à chuva, causaram-me uma febre. No meu delírio passava e repassava aquela brancura de mulher, gemiam aqueles soluços e todo aquele devaneio se perdia num canto suavíssimo...

Noite na Taverna

I - Uma Noite do Século

Bebamos! nem um canto de saudade!
Morrem na embriaguez da vida as dores!
Que importam sonhos, ilusões desfeitas?
Fenecem como as flores!

José Bonifácio

— Silêncio, moços! acabai com essas cantilenas horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias, macilentas como defuntos? Não sentis que o sono da embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a beleza sigilou os olhares da volúpia?

— Cala-te, Johann! enquanto as mulheres dormem e Arnold — o louro, cambaleia e adormece murmurando as canções de orgia de Tieck, que música mais bela que o alarido da saturnal? Quando as nuvens correm negras no céu como um bando de corvos errantes, e a lua desmaia como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que melhor noite que a passada ao reflexo das taças?

— És um louco, Bertram! não é a lua que lá vai macilenta: e o relâmpago que passa e ri de escárnio as agonias do povo que morre... aos soluços que seguem as mortalhas do cólera!

— O cólera! e que importa? Não há por ora vida bastante nas veias do homem? não borbulha a febre ainda as ondas do vinho? não reluz em todo o seu fogo a lâmpada da vida na lanterna do crânio?

— Vinho! vinho! Não vês que as taças estão vazias bebemos o vácuo, como um sonâmbulo?

— É o Fichtismo na embriaguez! Espiritualista, bebe a imaterialidade da embriaguez!

— Oh! vazio! meu copo esta vazio! Olá taverneira, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?

— O vinho acabou-se nos copos, Bertram, mas o fumo ondula ainda nos cachimbos! Após os vapores do vinho os vapores da fumaça! Senhores, em nome de todas as nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que mentiram, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma última saúde! A taverneira ai nos trouxe mais vinho: uma saúde! O fumo e a imagem do idealismo, e o transunto de tudo quanto ha mais vaporoso naquele espiritualismo que nos fala da imortalidade da alma! e pois, ao fumo das Antilhas, a imortalidade da alma!

— Bravo! bravo!

Um urrah! tríplice respondeu ao moço meio ébrio.

Um conviva se ergueu entre a vozeria: contrastavam-lhe com as faces de moço as rugas da fronte e a rouxidão dos lábios convulsos. Por entre os cabelos prateava-se-lhe o reflexo das luzes do festim. Falou:

— Calai-vos, malditos! a imortalidade da alma!? pobres doidos! e porque a alma é bela, por que não concebeis que esse ideal posse tornar-se em lodo e podridão, como as faces belas da virgem morta, não podeis crer que ele morra? Doidos! nunca velada levastes porventura uma noite a cabeceira de um cadáver? E então não duvidastes que ele não era morto, que aquele peito e aquela fronte iam palpitar de novo, aquelas pálpebras iam abrir-se, que era apenas o ópio do sono que emudecia aquele homem? Imortalidade da alma! e por que também não sonhar a das flores, a das brisas, a dos perfumes? Oh! não mil vezes! a alma não é como a lua, sempre moça, nua e bela em sue virgindade eterna! a vida não e mais que a reunião ao acaso das moléculas atraídas: o que era um corpo de mulher vai porventura transformar-se num cipreste ou numa nuvem de miasmas; o que era um corpo do verme vai alvejar-se no cálice da flor ou na fronte da criança mais loira e bela. Como Schiller o disse, o átomo da inteligência de Platão foi talvez para o coração de um ser impuro. Por isso eu vo-lo direi: se entendeis a imortalidade pela metempsicose, bem! talvez eu a creia um pouco; pelo platonismo, não!

— Solfieri! és um insensato! o materialismo é árido como o deserto, é escuro como um túmulo! A nós frontes queimadas pelo mormaço do sol da vida, a nós sobre cuja cabeça a velhice regelou os cabelos, essas crenças frias? A nós os sonhos do espiritualismo.

— Archibald! deveras, que é um sonho tudo isso! No outro tempo o sonho da minha cabeceira era o espírito puro ajoelhado no seu manto argênteo, num oceano de aromas e luzes! Ilusões! a realidade é a febre do libertino, a taça na mão, a lascívia nos lábios, e a mulher seminua, trêmula e palpitante sobre os joelhos.

— Blasfêmia! e não crês em mais nada? teu ceticismo derribou todas as estátuas do teu templo, mesmo a de Deus?

— Deus! crer em Deus!?... sim! como o grito íntimo o revela nas horas frias do medo, nas horas em que se tirita de susto e que a morte parece roçar úmida por nós! Na jangada do náufrago, no cadafalso, no deserto, sempre banhado do suor frio do terror e que vem a crença em Deus! Crer nele como a utopia do bem absoluto, o sol da luz e do amor, muito bem! Mas, se entendeis por ele os ídolos que os homens ergueram banhados de sangue e o fanatismo beija em sua inanimação de mármore de há cinco mil anos... não creio nele!

— E os livros santos?

— Miséria! quando me vierdes falar em poesia eu vos direi: aí há folhas inspiradas pela natureza ardente daquela terra como nem Homero as sonhou, como a humanidade inteira ajoelhada sobre os túmulos do passado nunca mais lembrará! Mas, quando me falarem em verdades religiosas, em visões santas, nos desvarios daquele povo estúpido, eu vos direi: miséria! miséria! três vezes miséria! Tudo aquilo é falso: mentiram como as miragens do deserto!

— Estas ébrio, Johann! O ateísmo é a insânia como o idealismo místico de Schelling, o panteísmo de Spinoza — o judeu, e o esterismo crente de Malebranche nos seus sonhos da visão em Deus. A verdadeira filosofia e o epicurismo. Hume bem o disse: o fim do homem é o prazer. Daí vede que é o elemento sensível quem domina. E pois ergamo-nos, nos que amanhecemos nas noites desbotadas de estudo insano, e vimos que a ciência é falsa e esquiva, que ela mente e embriaga como um beijo de mulher.

— Bem! muito bem! é um toast de respeito!

— Quero que todos se levantem, e com a cabeça descoberta digam-no: Ao Deus Pã da natureza, aquele que a antigüidade chamou Baco o filho das coxas de um deus e do amor de uma mulher, e que nos chamamos melhor pelo seu nome — o vinho!...

— Ao vinho! ao vinho!

Os copos caíram vazios na mesa.

— Agora ouvi-me, senhores! entre uma saúde e uma baforada de fumaça, quando as cabeças queimam e os cotovelos se estendem na toalha molhada de vinho, como os braços do carniceiro no cepo gotejante, o que nos cabe é uma historia sanguinolenta, um daqueles contos fantásticos como Hoffmann os delirava ao clarão dourado do Johannisberg!

— Uma história medonha, não, Archibald? falou um moço pálido que a esse reclamo erguera a cabeça amarelenta. Pois bem, dir-vos-ei uma historia. Mas quanto a essa, podeis tremer a gosto, podeis suar a frio da fronte grossas bagas de terror. Não é um conto, é uma lembrança do passado.

— Solfieri! Solfieri! aí vens com teus sonhos!

— Conta!

Solfieri falou: os mais fizeram silêncio.
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Álvares de Azevedo (Manuel Antônio Álvares de Azevedo), poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo em 12 de setembro de 1831, e faleceu o Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Patrono da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Coelho Neto.

Álvares de Azevedo

Álvares de Azevedo (Manuel Antônio Álvares de Azevedo), poeta, contista e ensaísta, nasceu em São Paulo em 12 de setembro de 1831, e faleceu o Rio de Janeiro, RJ, em 25 de abril de 1852. Patrono da Cadeira n. 2 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de Coelho Neto.

Era filho do então estudante de Direito Inácio Manuel Álvares de Azevedo e de Maria Luísa Mota Azevedo, ambos de famílias ilustres. Segundo afirmação de seus biógrafos, teria nascido na sala da biblioteca da Faculdade de Direito de São Paulo; averiguou-se, porém, ter sido na casa do avô materno, Severo Mota.

Em 1833, em companhia dos pais, mudou-se para o Rio de Janeiro e, em 40, ingressou no colégio Stoll, onde consta ter sido excelente aluno. Em 44, retornou a São Paulo em companhia de seu tio. Regressa, novamente ao Rio de Janeiro no ano seguinte, entrando para o internato do Colégio Pedro II.

Em 1848 matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde foi estudante aplicadíssimo e de cuja intensa vida literária participou ativamente, fundando, inclusive, a Revista Mensal da Sociedade Ensaio Filosófico Paulistano.

Entre seus contemporâneos, encontravam-se José Bonifácio (o Moço), Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães estes dois últimos suas maiores amizades em São Paulo, com os quais constituiu uma república de estudantes na Chácara dos Ingleses.

O meio literário paulistano, impregnado de afetação byroniana, teria favorecido em Álvares de Azevedo componentes de melancolia, sobretudo a previsão da morte, que parece tê-lo acompanhado como demônio familiar.

Imitador da escola de Byron, Musset e Heine, tinha sempre à sua cabeceira os poemas desse trio de românticos por excelência, e ainda de Shakespeare, Dante e Goethe.

Proferiu as orações fúnebres por ocasião dos enterros de dois companheiros de escola, cujas mortes teriam enchido de presságios o seu espírito. Era de pouca vitalidade e de compleição delicada; o desconforto das "repúblicas" e o esforço intelectual minaram-lhe a saúde.

Nas férias de 1851-52 manifestou-se a tuberculose pulmonar, agravada por tumor na fossa ilíaca, ocasionado por uma queda de cavalo, um mês antes. A dolorosa operação a que se submeteu não fez efeito. Faleceu às 17 horas do dia 25 de abril de 1852, domingo da Ressurreição.

Como quem anunciasse a própria morte, no mês anterior escrevera a última poesia sob o título "Se eu morresse amanhã", que foi lida, no dia do seu enterro, por Joaquim Manuel de Macedo.

Entre 1848 e 1851, publicou alguns poemas, artigos e discursos. Depois da sua morte surgiram as Poesias (1853 e 1855), a cujas edições sucessivas se foram juntando outros escritos, alguns dos quais publicados antes em separado.

As obras completas, como as conhecemos hoje, compreendem: Lira dos vinte anos; Poesias diversas, O poema do frade e O conde Lopo, poemas narrativos; Macário, "tentativa dramática"; A noite na taverna, contos fantásticos; a terceira parte do romance O livro de Fra Gondicário; os estudos críticos sobre Literatura e civilização em Portugal, Lucano, George Sand, Jacques Rolla, além de artigos, discursos e 69 cartas.

Preparada para integrar As três liras, projeto de livro conjunto de Álvares de Azevedo, Aureliano Lessa e Bernardo Guimarães, a Lira dos vinte anos é a única obra de Álvares de Azevedo cuja edição foi preparada pelo poeta. Vários poemas foram acrescentados depois da primeira edição (póstuma), à medida que iam sendo descobertos.

Fonte: Academia Brasileira de Letras www.academia.org.br

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vida de Mojica vai para as telas


José Mojica Marins, conhecido por interpretar Zé do Caixão, terá sua história contada em um filme, segundo sua entrevista ao jornal Extra.

Maldito, baseado na biografia de 1988 feita pelos jornalistas Ivan Finotti e André Barcinki, irá para as telonas com a direção de Vitor Mafra. O ator Matheus Nachtergaele já foi chamado para representar o ícone do terror brasileiro.

Prestes a completar 75 anos, Zé do Caixão prepara um longa chamado Sete ventres para o demônio. Sua série O Estranho Mundo de Zé do Caixão, no Canal Brasil, inicia sua quarta temporada em março. E, em ritmo de folia, ele será o homenageado da escola Unidos da Tijuca no Carnaval carioca deste ano. Abram alas!

Fonte: Canal Brasil - CineJornal - 14/2/2011.

O Quadro

Aquele quadro havia, de certa forma, enfeitiçado Aírton. Colecionador de arte, orgulhava-se de conhecer a obra de grandes mestres como poucos. Era capaz de, com um simples olhar, distinguir entre a obra prima e a falsificação, mesmo que quase perfeita. Mesmo assim, aquela tela desafiava seu poder de discernimento.

Na pintura, uma linda mulher entre flores . Um tema muito explorado entre pintores, de iniciantes a gênios universais. Os volumes, as nuances de cores, as diferenças de brilho, tornavam aquela tela especial. Aquela figura feminina exalava vida. Era assim que Aírton definira para si mesmo o quadro.

O que espantava é que a tela simplesmente não tinha história. Não havia assinaturas. O dono da galeria havia encontrado num velho sebo, junto com mobílias antigas. Encantando-se com a obra, comprara-a e trocara a moldura, nitidamente inferior. Aírton não se importou em colocar a pintura desconhecida junto à suas valiosas aquisições, e comprou-a, sem discutir o preço.

Aírton colocou a anônima obra-prima num lugar de destaque, na sala e , obcecado, dedicava, todas as noites, horas a contemplá-lo. Estava apaixonado pela figura daquela mulher, e já nem conseguia trabalhar, ou mesmo comer direito.

Uma noite, adormeceu aos pés do quadro, desejando dar sua vida para que aquela perfeição realmente existisse. Quando acordou, não estava na mesma sala. A seu redor havia flores. Quis mover-se, mas não conseguia. Estava preso.

Era ele que, então, estava no quadro. Era sua vez de esperar a libertação, pelo amor de alguém que o quisesse tanto a ponto de trocar sua vida pelo cárcere daquele mágico quadro.

Escrito por: Zé do Caixão

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Arraste-me para o Inferno



Sinopse do filme

 Christine Brown é uma ambiciosa analista de créditos de Los Angeles que tem um namorado encantador, o professor Clay Dalton. Sua vida está muito bem até que a misteriosa Sra. Ganush aparece no banco pedindo uma extensão de sua hipoteca.

Christine deve seguir seus instintos e dar uma chance à velha senhora? Ou negar a extensão para impressionar seu chefe, Sr. Jacks e ficar a um passo de uma promoção? Infelizmente Christine escolhe a última, humilhando a Sra. Ganush e desapropriando sua casa.

Como vingança, a velha senhora lhe roga a poderosa maldição de Lamia, transformando a vida de Christine em um verdadeiro inferno. Assombrada por um espírito do mal e incompreendida por um namorado cético, ela procura a ajuda do vidente Rham Jas para salvar sua alma da maldição eterna.

Para ajudar a arruinada Christine a voltar a ter sua vida normal, o médium a coloca em um caminho frenético para reverter o feitiço. Na medida em que as forças do mal se aproximam, Christine tem que enfrentar o impensável: até onde irá para se livrar da maldição?


Dados técnicos

Título original: Drag Me to Hell / Duração: 99 minutos (1 hora e 39 minutos) / Gênero: Terror / Direção: Sam Raimi / Ano: 2009 / Distribuição: Universal Pictures Do Brasil / País de origem: EUA.

Elenco

Alison Lohman (Christine Brown) / Justin Long (Clay Dalton) / Lorna Raver (Mrs. Ganush) / Dileep Rao (Rham Jas) / David Paymer (Mr. Jacks) / Adriana Barraza (Shaun San Dena) / Chelcie Ross (Leonard Dalton) / Reggie Lee (Stu Rubin) / Molly Cheek (Trudy Dalton) / Bojana Novakovic (Ilenka Ganush) / Kevin Foster (Milos) / Alexis Cruz (Farm Worker) / Ruth Livier (Farm Worker’s Wife) / Shiloh Selassie (Farm Worker\'s Son).

Fontes; Filmes de Cinema.Com.Br; cinema10.com.br.