terça-feira, 23 de outubro de 2012

A ilha do apocalipse


A ilha de Páscoa esconde outros mistérios que provavelmente continuarão para sempre sem solução: o das galerias subterrâneas, o da posição das estátuas, que às vezes lembra as "avenidas de pedra" da Bretanha, às vezes o "círculo mágico" de Stonehenge, o das cavernas cheias de ossadas humanas de tempos antiqüíssimos, o dos petróglifos (desenhos sobre pedra) muito parecidos com os motivos próprios não só das antigas civilizações da América Central e do Sul, mas também caracterizados por elementos que lembram a Índia, a China e até o Egito.

Os "homens-pássaros" pascoanos, por exemplo, sem dúvida estão ligados ao fabuloso "pássaro de fogo" que encontramos no Mediterrâneo, na Índia, nas duas Américas, e que parece ser o símbolo da civilização-mãe da Terra, a mítica Atlântida.

Os atlantes, então, desembarcaram na Ilha da Páscoa? Parece que uma antiga lenda ilhoa assim sugere. "Muitos e muitos anos atrás" — conta a lenda — "chegou do mar com dois navios o rei Hotu Matua, com a rainha e sete mil súditos. Vieram de duas ilhas, situadas lá onde o sol nasce. E quando chegaram, suas ilhas desapareceram no mar..."

Os estudiosos, de maneira geral, acham, contudo que se tratava de americanos, e não atlântidas, e pensam que entre Páscoa e a costa sudeste do "Novo Mundo" existiram uma vez algumas ilhas.

Parece que há séculos Páscoa hospedou entre 2 e 5 mil habitantes, divididos em duas classes: a dos "senhores das longas orelhas" (com os lobos esticados pela aplicação de pesos, característica que se encontra também nas estátuas) e a dos plebeus com orelhas curtas. Estes acabaram por rebelar-se contra a tirania dos nobres, desencadeando uma guerra civil que provavelmente dizimou a população.

Os "senhores das longas orelhas" constituíam também a aristocracia dos incas, e é impossível que costumes tão curiosos tenham florescido independentes, sem que tivesse havido contacto algum entre a Ilha da Páscoa e a América. Além disso, muitos objetos artísticos e apetrechos fabricados pelos antigos habitantes da ilha apresentam extraordinárias analogias com os do Peru.

E se os incas tivessem chegado a Páscoa antes dos polinésicos e em seguida tivessem sido vencidos e dizimados (ou expulsos) por esses últimos? É algo não só possível como muito provável. Isso tornaria plausível outra hipótese: poderíamos admitir que os últimos a chegar tenham estruturado seu culto pelos antepassados, aos quais teriam sido dedicadas as gigantescas estátuas baseadas em crenças americanas; diríamos mais: eles "roubaram" aos súditos do Rei Hotu Matua a idéia de lendários, titânicos progenitores. E com isso teríamos uma explicação lógica da extraordinária semelhança que se encontra entre as bases das estátuas pascoanas e as olmecas, de Pachacamac e da misteriosa Tiahuanaco.

Não esqueçamos também que os antigos americanos tinham gigantes entre seus míticos progenitores, e notemos que encontramos reproduzidos em Páscoa, em proporção menor, alguns dos desenhos de animais desconhecidos traçados no deserto peruano. Perto desses desenhos temos outro símbolo que nos deixa perplexos: a espiral tomada como símbolo do número 100 pelos incas, egípcios e outros povos.

Páscoa estaria, portanto, ligada de alguma maneira à lembrança da Atlântida, o famoso continente submerso, se quisermos considerar os antigos povos americanos seus mais diretos herdeiros.

Mas Páscoa apresenta vestígios muito anteriores ao período incaico, vestígios impressionantes como os constituídos pelas ossadas e pelas galerias ciclópicas. Muitos geólogos acreditam poder afirmar que no passado a ilha não era muito maior do que hoje em dia, mas essa afirmativa se choca contra fatos que não podem ser ignorados: entre outras coisas, é inacreditável que alguém tenha cavado túneis daquelas proporções para fazê-los desembocar no mar — era outras palavras, pelo simples gosto de cavá-los.

Há quem apresente a hipótese de que as enormes passagens sub­terrâneas faziam parte de um sistema subterrâneo de comunicação destinado (como no Havaí) a pôr em contacto entre si as várias ilhas de um arquipélago desaparecido, sendo Páscoa apenas um cemitério comum, se não mesmo um lugar destinado a sagradas hecatombes. E há quem vá mais adiante, advertindo-nos que justamente por essa razão a ilha é maldita, conforme "demonstrariam" as desgraças que caíram sobre seus habitantes, mesmo naqueles poucos capítulos de sua história que nos foi dado conhecer. Sem dúvida os pascoanos nunca tiveram uma existência invejável; nem por isso, porém, consideramo-nos capazes de filiar suas desgraças a algum fruto de mera superstição.

Há outros que consideram Páscoa quase um templo da humanidade, de sua perpétua luta contra as forças cósmicas avassaladoras, de suas ruinosas quedas e de seus renascimentos. A ilha teria sido um ponto comum a todos os continentes desaparecidos de nosso planeta: Lemúria, Gondwana, Mu, Atlântida. Alguns acreditam achar a descrição em antigos textos tibetanos e nos oferecem uma profecia que, se pode nos deixar indiferentes, vai sem dúvida preocupar nossos bisnetos: outras imensas perturbações vão devastar nosso glo­bo, destruindo tudo quanto o homem construiu e construirá, e obrigá-lo-ão a recomeçar da Idade da Pedra. A Ilha da Páscoa ainda resistirá a muitas catástrofes, mas quando também ela desaparecer, tragada pelas ondas, será a destruição total, o fim do mundo.

Essa profecia, de acordo com um grupo de parisienses apaixonados pelos enigmas pascoanos, teria sido lembrada também em antigos manuscritos incaicos e guardada oralmente por muitas gerações até nossos dias.

É opinião comum que os incas não conheciam a escrita, mas parece que alguém pode demonstrar o contrário. "O vice-rei do Peru, Francisco Toledo" — escreve Robert Charroux — "fala em seus relatórios, por volta de 1566, de tecidos incaicos e tabuinhas pintadas, de grande riqueza narrativa, relativas à história, a ciências, profecias, etc. Ele mandou que tudo fosse jogado na fogueira. A existência dessa escrita incaica é confirmada por José de Acosta (Historia natural y moral de las Índias, Sevilha, 1590), Balboa e Padre Cobo. Felizmente os jesuítas e os papas salvaram parte do patrimônio tradicional. Os livros de Garcilaso de la Vega e alguns manuscritos contendo os dados mais preciosos da mitologia sul-americana foram queimados na Espanha do século XVI, mas a Biblioteca do Vaticano e o Senhor Beltran Garcia, descendente de Garcilaso, conservam a parte essencial da tradição relatada em manuscritos inéditos, dos quais tivemos conhecimento."

Nesse ponto parece-nos oportuno lembrar, ainda com Charroux, quantos vazios, que não poderão ser preenchidos, foram abertos pela ignorância e pelo fanatismo no conhecimento da antiqüíssima história de nosso planeta.

"Muitos testemunhos foram destruídos" — diz o arqueólogo. "Júlio César carrega a pesada responsabilidade do primeiro incêndio da Biblioteca de Alexandria, onde Ptolomeu I Soter juntara 700 mil volumes, que constituíam então a totalidade da tradição e da sabedoria humana. Quatro séculos mais tarde, um segundo incêndio, ateado pelas turbas indisciplinadas, danificou essa mesma biblioteca, que foi definitivamente queimada em 641 por ordem do Califa Omar. Contam que, consultado por seus capitães sobre o destino dos livros, o chefe muçulmano respondeu: 'Se o que eles dizem está no Alcorão, são inúteis, e podem queimá-los. Se o que eles dizem não está no Alcorão, então devem ser destruídos, por serem nocivos e ímpios'. Os preciosos manuscritos foram usados por vários meses como combustível para as caldeiras das termas de Alexandria. Só alguns escaparam do fogo.

"Semelhante auto-de-fé foi realizado em 240 a.C., pelo imperador chinês Tsin Che-Hoang, que mandou destruir todos os livros de história, astronomia e filosofia existentes em seu reino.

No terceiro século, em Roma, Diocleciano mandou procurar e destruir todos os volumes contendo fórmulas para fabricar ouro, sob a desculpa de que a transmutação dos metais ia permitir a compra de impérios.

"O Novo Testamento (Atos dos Apóstolos) revela que São Paulo reuniu em Éfeso todos os livros que tratavam de 'coisas curiosas' e os queimou publicamente. Jacques Weiss refere que alguns monges irlandeses, ignorantes, queimaram 10 mil manuscritos rúnicos redigidos em casca de vidoeiro (bétula), contendo todas as tradições e todos os anais da raça celta."

O escritor lembra a seguir os testemunhos relativos à queima dos papiros de Uardan e dos manuscritos de Yucatan; e a lista nem de longe está completa. Achavam-se entre as obras destruídas aqueles "livros dos deuses e dos homens", que se diz contavam a história da Terra "desde o dia em que brilhou a luz da inteligência", e em particular a da Lemúria e Gondwana? Se assim for, bem poucas esperanças nos restam para entender o singular enigma dêsses dois lendários continentes desaparecidos, sobre os quais a fantasia vertiginosa de alguns quer projetar a sombra dos gigantes.
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Fonte: KOLOSIMO, Peter - Antes dos Tempos Conhecidos -  Edições Melhoramentos - 4.a Edição  - 1968.

Páscoa: desgraças em cadeia


A curiosa e deprimente paisagem da Páscoa, as "cabeças de pedra", as enigmáticas galerias subterrâneas foram a base de inúmeras lendas, e agora é a vez da ficção científica. Um romancista americano acha até que Páscoa é o fragmento de um mundo destroçado que caiu sobre a Terra. Naturalmente trata-se de hipótese totalmente irreal, mas aquela ilha perdida na imensidade de oceano e céu não sugere a idéia de um asteróide?

Quando Roggeveen desembarcou, encontrou de 5 a 6 mil habitantes que logo iriam ter péssima impressão de seus hóspedes: em meio a injustificado tiroteio doze indígenas foram mortos, e a partir de então a história dos habitantes da ilha foi uma sucessão de desgraças.

Em 1859 e 1862 desembarcaram na ilha bandos de aventureiros peruanos sem escrúpulos, que reduziram à escravidão e deportaram para as terras do guano o povo inteiro, inclusive o rei Marata. O bispo de Taiti, Jaussen, enviou à Lima enérgico protesto, conseguindo a repatriação dos infelizes. Mas só alguns voltaram, trazendo varíola, lepra e sífilis, além de outras doenças contraídas nos luga­res insalubres onde foram obrigados a trabalhar.

Em 1864, quando o Padre Eynaud, primeiro missionário, desembarcou em Páscoa, encontrou somente poucas centenas de pessoas em muito mau estado. Contudo, o capitão do navio, que havia trazido o missionário, achou-os plenamente aptos para trabalhar como escravos nas plantações de Taiti, e assim uma centena de habitantes novamente conheceu a deportação.

Aos poucos restantes, o destino reservava outra desventura: chegou à ilha um embusteiro chamado Dutroux-Bornier que, afirmando ter comprado aquela terra ao rei de Taiti (ao qual parecia pertencer, não sabemos porquê), apoderou-se da única riqueza dos indígenas — alguns rebanhos de magras ovelhas — e instaurou um regime tão tirânico que os pascoanos, embora tímidos e pacíficos, acabaram por assassiná-lo.

Morto o rei de Taiti, Tati Salmon, a ilha foi herdada pela família Brander, que em 1888 a vendeu ao Chile, do qual ainda hoje é a única colônia.

Quando falamos na Ilha da Páscoa, a primeira imagem que aparece é a das gigantescas cabeças de pedra, os monumentos mais esquisitos e imponentes da Terra. Foram entalhadas em pedra vulcânica: no interior da cratera foram esculpidos 300 e depois erguidos e transportados sobre plataformas até 16 quilômetros de distância. Alguns desses colossos pesam 30 toneladas e sua altura varia entre 3,50 e 20 metros; existe um, inacabado, que mede bem uns 50 metros!

Interrogados sobre a origem dessas estátuas, os habitantes nunca souberam dar explicação alguma; isso sem dúvida deve-se ao fato de que com o rei Marata foram deportados os sábios pascoanos, depositários das tradições, que sem dúvida poderiam ter narrado coisas interessantíssimas não apenas sôbre o passado de sua pátria, mas também sobre as mais antigas e enigmáticas civilizações da Terra.

Restaram, é verdade, algumas tabuinhas de madeira (que não é da ilha), gravadas com caracteres que lembram em parte quer os hieróglifos da América pré-colombiana, quer os descobertos há alguns anos no vale do Indo e que remontam a cerca de 3.000 anos a.C.; mas parecia impossível conseguir decifrar aquelas tabuinhas.

Entretanto, a chave existia: encontrou-a aquele Bispo Jaussen que se havia preocupado com a deportação dos habitantes da ilha. Mas ninguém nada soube, até que em 1955 o Doutor Thomas Barthel, arrojado antropólogo alemão, concluiu suas apaixonantes pesquisas.

O cientista obteve, em 1953, algumas fotografias dos documentos manuscritos, estudados pelo culto bispo, descobrindo que Jaussen, interrogando os pascoanos que ficaram na ilha de Taiti para trabalhar, conseguira decifrar parte dos "paus cantantes", isto é, as tabuinhas que ficaram silenciosas para muitos especialistas.

O antropólogo chegou assim a compreender o significado de parte dos hieróglifos, mas para completar o trabalho faltava-lhe consultar os outros apontamentos de Jaussen. Onde encontrá-los? O bispo pertencera à congregação do Sagrado Coração, cuja sede deveria estar em Braine-le-Comte, Bélgica. O Doutor Barthel dirigiu-se para lá, onde descobriu que os religiosos haviam deixado para sempre aquela localidade. O acaso o levou, a seguir, à abadia de Grottaferrata, aos pés dos Montes Albanos, e lá ele encontrou as preciosas anotações que lhe permitiriam ler o passado de Páscoa.

Em quase todos os "paus cantantes" estão gravadas rezas pagãs, de acordo com um sistema denominado bustrophedon, pelo qual se inicia a leitura pela parte inferior, da esquerda para a direita, virando-se a tabuinha a cada linha.

"Eles chegaram de Rangitea" — revela o mais conhecido desses documentos, — "desembarcaram sobre esta ilha e rezaram ao deus de Rangitea..."

Isso confirma, entre outras coisas, a origem polinésica dos atuais habitantes da Páscoa, que lá devem ter chegado das superpovoadas Ilhas da Sociedade, em particular de Raiatea (ou Rangitea), em fins de 1200.

O notável trabalho do Bispo Jaussen e do Doutor Barthel nos permite formular uma hipótese sobre a origem das "cabeças de pedra": os gigantescos monumentos seriam muito menos antigos do que há alguns anos acreditávamos; os mais antigos remontariam à metade de 1.300, e todos deveriam ser encarados como simulacros de "grandes progenitores", em honra dos quais os pascoanos teriam celebrado rituais mágicos e sacrifícios humanos.

Como os ilhéus tenham conseguido transportar por longos trechos e levantar as pesadas estátuas com os meios rudimentares de que dispunham é um mistério. Thor Heyerdhal, chefe da famosa expedição da "Kon Tiki", afirma que a tração teria sido feita com cabos de ráfia e outras fibras vegetais, sobre cilindros de madeira, e a ereção realizada com planos inclinados construídos com areia e pedras. Mas os pascoanos não podiam, de maneira alguma, lançar mão de toras, porque, dado o estrato de terra demasiado fino que recobre as rochas vulcânicas, a ilha não pode sustentar árvores.

Além disso, por qual razão de todos os polinésicos só os emigrados de Rangitea tiveram a idéia de erguer tais monumentos? Ninguém nos poderá dizê-lo com certeza. Também o fato de muitas cabeças se apresentarem caídas e a escultura de outras ter sido repentinamente suspensa permanece obscuro: alguns falam numa revolução religiosa que teria levado à supressão do culto dos antepassados, e essa parece, para muitos, a única explicação viável.
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Fonte: KOLOSIMO, Peter - Antes dos Tempos Conhecidos -  Edições Melhoramentos - 4.a Edição  - 1968.

A era dos gigantes

Monte Pelée é um vulcão situado no norte da Martinica e é mais conhecido pela erupção de 1902, uma das mais devastadoras de que se tem conhecimento, tendo causado a morte de quase 30.000 pessoas e a destruição total da cidade de Saint-Pierre, situada no sopé da montanha. Em 8 de maio de 1902, uma nuvem ardente se desprendeu do alto do vulcão e destruiu inteiramente a cidade. O fluxo piroclástico, uma cinza vulcânica com cerca de 300 °C, cobriu 20 km ao longo de toda cidade de Saint Pierre, seguida pela lava, de aproximados 1000 °C. O efeito do fluxo piroclástico é tão devastador que em três minutos exterminou aquele povoado, derreteu casas, prédios. Pessoas foram encontradas queimadas, contorcidas, explodidas. A figura mostra uma erupção em 1855.
Que efeitos poderiam ter a aproximação progressiva de um satélite da Terra? — perguntaram-se Saurat e Bellamy. Antes de tudo, a diminuição da atração terrestre, como conseqüência do aumento da atração lunar. E, como resultado disso, o alagamento de vastíssimas áreas continentais resultante da possante maré sem refluxo, além do aparecimento de criaturas de estatura muito desenvolvida.

Somente um fenômeno dessa natureza, sustentam os dois cientistas, pôde permitir a vida às grandes plantas e aos grandes animais que povoaram nosso globo. E com aqueles gigantes animais e vegetais apareceram também homens com estatura média de 5 metros: para tanto teria igualmente concorrido a intensidade aumentada dos raios cósmicos, aos quais os titãs teriam sido devedores de uma inteligência superior.

Sobre a ação dessas partículas já houve longas discussões que hoje ainda prosseguem animadamente. É claro que serão necessários anos e anos após as experiências iniciais para que possamos chegar a conclusões válidas.

"Como aconteceu com outras radiações" — diz por enquanto o Professor Jakob Eugster, o maior perito na matéria — "como as do rádio, dos raios X e outras, os raios cósmicos podem apresentar dois efeitos: provocar mutações, isto é, mudanças nos caracteres hereditários, e causar danos ou alterações aos tecidos."

Se houve efetivamente a destruição das luas e, conseqüentemente, um aumento da intensidade de bombardeamento de partículas radioativas às quais estamos expostos, esse último fator pode ter con­tribuído para o fenômeno do gigantismo.

Podemos ter uma idéia disso dando um pulo até Martinica. O que aconteceu naquela ilha parece apoiar as teorias que propõem estar o gigantismo ligado, de uma ou de outra maneira, a uma chuva radioativa mais violenta.

Essa ilha das Antilhas foi palco, em 1902, de pavorosa erupção vulcânica — a do Monte Pelée — que em poucos minutos dizimou 20 mil pessoas só na cidade de St. Pierre. No dia do desastre formou-se na cratera uma nuvem de cor violeta-escuro, resultante dos gases vulcânicos saturados pelo vapor de água. A nuvem se agigantou, espalhou-se por toda a ilha sem que o povo desse conta do perigo e, quando uma coluna de fogo de 400 metros saiu da cratera do Monte Peleé, a massa de gases incendiou-se, desenvolvendo um calor acima de 1.000°C, disseminando a morte. Apenas um homem sobreviveu: um preso, protegido pelas espessas paredes de sua cela subterrânea.

A cidade de Saint Pierre devastada em 1902.

Contrariando as expectativas, a vida voltou rapidamente à ilha, embora a cidade nunca mais tenha sido reconstruída. Novamente começou a crescer a vegetação, e a Martinica outra vez povoou-se de animais. Mas tudo ficou gigantesco: cães, gatos, tartarugas, lagartos — até os insetos aumentavam de tamanho e cresciam ainda mais nas gerações seguintes.

Chocados pelo estranho fenômeno, os franceses estabeleceram aos pés do vulcão uma estação para pesquisas científicas, chegando rapidamente à conclusão de que as mutações animais e vegetais eram devidas às radiações dos minerais deixados expostos pela erupção.

Os raios manifestaram seus efeitos também sobre os homens: o chefe da estação científica, Doutor Jules Graveure, cresceu 6 centí­metros, e seu assistente, Doutor Rouen, de 57 anos, aumentou 5 centímetros e meio.

Lançando mão de culturas protegidas contra as radiações, os es­tudiosos puderam realizar importantes comparações, observando, entre outras coisas, que um rebento exposto aos raios cresce três vezes mais depressa que o normal, e que em seis meses uma planta irradiada consegue um desenvolvimento para o qual seriam necessários dois anos, em condições normais. Os frutos chegavam à maturação muito mais depressa, embora com volume maior, e as cactáceas simplesmente dobravam de tamanho.

Como as plantas, também os animais inferiores se mostraram mais sensíveis às radiações: um lagarto venenoso, chamado "copa", que antes media no máximo 20 centímetros, tornou-se um dragão de meio metro, e sua mordedura, antes nem sempre fatal, é agora mais mortal que a picada de uma cobra.

O curioso fenômeno do crescimento desaparece quando os exemplares em exame são afastados da ilha. Também na Martinica, de qualquer maneira, a curva ascendente alcançou o máximo: a intensidade das radiações começa a diminuir e os "monstros" a encolher.
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Fonte: KOLOSIMO, Peter - Antes dos Tempos Conhecidos -  Edições Melhoramentos - 4.a Edição  - 1968.

Um túnel sob o Pacífico

Atahualpa foi executado por estrangulamento, garroteado em 26/07/1533. 


"Se os espanhóis, entrando em Cuzco, não tivessem agido com tamanha crueldade, trucidando Atahualpa, quem sabe quantos navios teriam sido necessários para transportar à Espanha todas aquelas riquezas que agora jazem sepultadas nas entranhas da terra e que talvez lá fiquem para sempre, pois os que as esconderam morreram sem revelar o segredo."

Assim escreve o historiador-soldado Cieza de León poucos anos após o assassinato do último imperador inca e as chacinas realizadas por Pizarro e suas hordas. E com toda razão, pois os aventureiros ibéricos, cegos pela cobiça de riqueza, portaram-se da maneira menos adequada para satisfazê-la.

Como se sabe, Pizarro aprisionou o Imperador Atahualpa e declarou que ia lhe devolver a liberdade contra a entrega total das ri­quezas dos incas. Antes de tomar uma decisão, a mulher do soberano consultou (ao que se diz) o oráculo solar e, sabendo que o cônjuge de qualquer maneira ia ser morto, suicidou-se após ter ordenado que as riquezas cobiçadas pelos insaciáveis espanhóis fossem escon­didas.

Onde? "Em galerias mais seguras do que fortalezas" — diz o arqueólogo inglês Harold Wilkins — "escavadas no coração das montanhas e ocultas por misteriosos hieróglifos que oferecem o "abre-te Sésamo!", e dos quais somente um inca em cada geração conhece o significado; em subterrâneos construídos há milhares e milhares de anos por uma civilizadíssima raça desaparecida".

A hipótese é viável: subterrâneos dessa natureza são extremamente numerosos, mas não apenas no território antigamente controlado pelo império inca. O mais conhecido é, todavia, formado por uma rede de galerias que comunicariam Lima com Cuzco, antiga capital do Peru, para em seguida continuar em direção sudeste, até o limite da Bolívia. Segundo antigos documentos, o túnel abrigaria riquíssima tumba real, e foi justamente esse pormenor que acendeu entu­siasmos que não poderíamos definir como estritamente científicos. Todavia, esperanças como essa deverão permanecer assim ainda por muitos anos: as pesquisas necessitariam verbas vultosíssimas, quer para desobstruir as galerias dos detritos que as entopem já a poucos metros da abertura, quer para purificar o ar empestado, estagnado lá dentro há vários séculos. Isso sem levar em conta os perigos que a cada passo esperam os exploradores: diz-se que os incas teriam preparado armadilhas mortais disparadas pela passagem de even­tuais intrusos, provocando desmoronamentos desastrosos.

Além do fascínio popular que despertam, aquelas galerias representam intrigante mistério arqueológico. Os cientistas que com elas se ocuparam estão de acordo em afirmar que os subterrâneos não podem ter sido cavados pelos incas: eles os teriam usado conhecendo sua existência, mas não sua origem. Trata-se de obras tão imponen­tes que não parece absurda a hipótese levantada por aqueles cien­tistas: são galerias cavadas por desconhecida estirpe de gigantes.

É curioso o fato de que quase todo nosso planeta é cortado por túneis dessa natureza, sobre os quais ainda teremos de falar. Encontramo-los, além de na América do Sul, também na Califórnia, Vir­gínia, Havaí (onde ligariam as diferentes ilhas dos arquipélagos), Oceania, Ásia e ainda na Suécia, Tchecoslováquia, Ilhas Baleares e em Malta. Uma enorme galeria, explorada por cinqüenta quilôme­tros, une a Península Ibérica a Marrocos, e é opinião corrente que através dessa passagem tenham chegado da África os macaquinhos (únicos no continente europeu) que se encontram perto do afamado penhasco.

Há até quem afirme que as ciclópicas galerias cavadas em tantos lugares põem em contacto pontos afastadíssimos de nosso planeta. Lembramos a respeito o episódio contado pelo jornalista John Sheppard, correspondente, no Equador, de um grande periódico americano. Ele narra ter encontrado no verão de 1944, na fronteira com a Colômbia, um mongol perdido em meditação, com uma "roda para orações" tipicamente tibetana. Seria nada mais, nada menos, que o décimo terceiro Dalai Lama, oficialmente morto em 1933, mas nunca sepultado na cripta destinada a seus restos mortais: porque o Lama (afirma-se em Lassa) não teria morrido, mas, por longa peregrinação subterrânea, ter-se-ia afastado para orar nos Andes, onde, segundo alguns sacerdotes, teria surgido a religião lamaísta antes de "se adaptar" ao budismo.

O conto não é, na verdade, daqueles que se aceitam de olhos fechados. Quem tentou aprofundar o problema com algum Lama erudito, obteve como resposta mais ou menos isto: "as galerias existem, cavadas pelos gigantes que nos deram sua ciência quando o mundo era jovem".

Sua ciência? Ouvindo Robert Charroux, quase acreditamos. "O engenheiro Eupalinos" — lembra ele — "dirigiu os trabalhos de escavação da galeria de Samos, que mandou começar pelas duas aberturas projetadas. O túnel tem 900 metros de comprimento, mas as equipes de operários se encontraram no ponto previsto; a própria galeria se apresenta absolutamente retilínea. Para realizar um trabalho semelhante, os italianos e franceses que perfuraram o Monte Branco tiveram que usar instrumentos eletrônicos de medida, radar, reveladores magnéticos e ultra-sons. Ora, parece que Eupalinos não dispunha sequer de uma bússola."

As conclusões semelhantes parecem nos querer levar muitas esculturas maravilhosas, sem idade, das cinco enormes cabeças de basalto encontradas em 1939 no meio da selva mexicana, estátuas que lembram outras — famosíssimas — da Ilha da Páscoa, as figurações andinas, certas estátuas asiáticas e outras oceânicas.

Assombrosa é uma montanha brasileira, na Gávea, bairro do Rio de Janeiro: apesar dos fenômenos de erosão que evidentemente ocorreram no tempo, tem-se nítida impressão de que ela foi esculpida em época muito remota, recebendo a forma de uma cabeça barbuda, coberta por um capacete com ponta. E não é tudo: sobre uma parede lisa, perfeitamente vertical, que dá origem a um abismo de 840 metros de altura, existe uma inscrição cuneiforme com 3 metros de altura. Como seus autores conseguiram gravá-la na parede é um mistério para cuja solução não existe sequer uma pálida hipótese.

Escritas semelhantes foram descobertas pelo arqueólogo Bernardo da Silva Ramos em várias outras localidades da América Latina. A esse cientista cabe também o mérito de nos ter revelado as monumentais ruínas de Marajó, ilha do Rio Amazonas, com suas imponentes salas subterrâneas ligadas entre si por galerias com paredes de pedra. E naquela localidade mais um quebra-cabeça se ofereceu à ciência: uma coleção de belíssimos vasos com desenhos que lembram muito de perto os etruscos.

A propósito de inscrições cuneiformes, enfim, não podemos esquecer as do planalto de Roosevelt, entre o Amazonas e Mato Grosso: encontram-se, com símbolos lamentavelmente indecifráveis, sobre gigantescos discos de pedra divididos em seis setores, que se acredita serem tabelas para cálculos astronômicos.

Poderíamos estender mais essa interessante resenha, mas, não que­rendo abusar da paciência do leitor, terminamo-la deslocando-nos pelos arredores de Bamian, cidadezinha do Afeganistão, a noroeste de Kabul, e atualmente em ruínas. Desenvolveu-se no meio de um vale circundado por cavernas naturais e artificiais, vigiada por cinco estátuas: a primeira tem 54 metros de altura, a segunda 38, a terceira 18, a quarta 4, enquanto a quinta não supera a estatura de um homem atual.

Pensou-se que esses monumentos fossem imagens de Buda, mas depois descobriu-se que essa interpretação é devida aos sacerdotes budistas que se instalaram nas cavernas ao redor de 100 d.C. As estátuas são, com efeito, muito mais antigas, conforme apontou o exame de uma espécie de capa feita de cimento e aplicada às costas do colosso de 54 metros, sabe-se lá quantos milhares de anos atrás. — Mas o que querem representar os cinco monumentos? Talvez o declínio dos gigantes, sua progressiva redução de estatura e, por fim, a passagem do poder ao Homo sapiens?

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Fonte: KOLOSIMO, Peter - Antes dos Tempos Conhecidos -  Edições Melhoramentos - 4.a Edição  - 1968.

O mamute de Beresovka

Reconst. do mamute de Beresovka, na posição em que foi encontrado (Museu de St. Petersburg).


Parece que os mamutes desapareceram da face da Terra há mais de 10 mil anos, vítimas de mudanças climáticas resultantes do último grande período glacial e de grupos cada vez maiores de caçadores aborígenes, que os matavam por sua carne, presas e pele. Desde o início do século 20, centenas de carcaças congeladas de mamutes foram encontradas nas frígidas planícies das regiões árticas do Alasca, do Canadá e da Sibéria.

Pelo menos uma dessas descobertas, às margens do rio Beresovka, na Sibéria, ameaça causar uma guinada na tese convencional da forma pela qual os mamutes foram extintos. Meio ajoelhado e meio em pé, o mamute de Beresovka estava em um estado quase completo de preservação. Sua carne, solidamente congelada, foi saboreada por alguns cientistas ousados. O mais incrível, no entanto, foi o fato de que os pesquisadores encontraram restos de botões-de-ouro, erva graminiforme da família das xiridáceas, na boca da criatura.

O grande mamute estivera se alimentando de plantas que germinam em regiões temperadas, no momento da morte. O que poderia tê-lo congelado até os ossos em meio à refeição, de maneira tão súbita quanto se o grande animal tivesse sido mergulhado em nitrogênio líquido? A noção predominante de mudança climática gradual à qual os mamutes não puderam se adaptar não confere com o caso citado.

Um congelamento lento teria formado cristais de gelo e, conseqüentemente, resultaria em putrefação da carne quando do descongelamento. Contudo, o mamute de Beresovka estava com a carne suficientemente fresca para ser comida sem qualquer efeito nocivo. A temperatura necessária para que fosse possível um congelamento assim tão instantâneo foi calculada em 65 graus centígrados negativos, fato jamais registrado na região ártica.

O que poderia provocar queda de temperatura tão catastrófica do ar circundante? Na ausência de inverno nuclear causado por bombas atômicas, devemos buscar uma explicação alternativa. Incêndios florestais e erupções vulcânicas também lançam enormes quantidades de calor e fragmentos que bloqueiam a luz na atmosfera, conforme demonstraram estudos realizados recentemente.

Uma teoria sugere que terrível terremoto, o maior jamais havido na Terra, abalou o mundo há 10 mil anos. Tendo ocorrido ao longo da junção de duas placas tectônicas, o tremor de terra resultou na liberação de grande quantidade de lava e de gases vulcânicos. Esses gases elevaram-se na atmosfera e evolaram-se rumo aos pólos. Supercongelados, caíram em direção à superfície terrestre, perdendo ainda mais calor ambiente na rápida descida. Finalmente, os gases penetraram no ar quente de altitudes mais baixas, congelando instantaneamente o mamute de Beresovka e outros da espécie, no momento em que eles se aumentavam com botões-de-ouro.
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Fonte: O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz

Percepção extra-sensorial hipnótica

Franz Anton Mesmer
No tempo de Franz Anton Mesmer (1734-1815) - criador do mesmerismo, teoria segundo a qual toda pessoa tem um magnetismo animal que pode transmitir aos outros para fins terapêuticos -, acreditava-se que os indivíduos hipnotizados tornavam-se automaticamente médiuns. Os mesmeristas diziam que podiam levar as pessoas a ter visões do futuro, a ver lugares distantes e até a diagnosticar doenças dos que estavam postados diante deles. Todavia, essas pretensões todas caíram por terra, a partir do momento em que a hipnose passou a ser mais bem entendida como novo procedimento científico.

Mas tal coisa não significa que essas afirmações tenham desaparecido.

Carl Sargent, estudante de psicologia da Universidade de Cambridge, decidiu verificar se havia alguma verdade por trás dessas assertivas fantásticas do século 18. Para realizar a experiência, o jovem pesquisador recrutou quarenta pessoas, a maioria constituída de estudantes universitários. Vinte deles foram hipnotizados e sua percepção extra-sensorial testada com os cartões normais de PES. Em contraposição, as outras vinte, testadas com os mesmos cartões, estavam totalmente despertas.

Os resultados da experiência indicaram que o velho dr. Franz Mesmer podia estar certo. Os hipnotizados alcançaram resultados muito acima do puro acaso, que normalmente seria cinco acertos a cada 25 cartões. A média de acerto dessas pessoas foi de 1,9. Os que permaneceram despertos alcançaram os cinco acertos normais.

De acordo com Sargent, sua experiência demonstra que existe um fator importante com relação à natureza da PES. Ela é, obviamente, realçada por um estado mental descansado, talvez até mesmo alterado.

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Fonte: O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz

Transcendendo os limites do tempo

Todo estudante de fenômenos científicos inexplicáveis sabe que a percepção extra-sensorial (PES) não é limitada pela distância. Diversas pesquisas já demonstraram que ela pode tanto se manifestar entre duas salas quanto entre dois países localizados em pontos opostos do globo. O mais surpreendente é que a força da PES pode transcender os próprios limites do tempo. Pesquisa realizada na Faculdade Mundelein em Chicago, em 1978, demonstrou claramente esse fato estranho.

John Bisaha, o pesquisador encarregado do programa, há muito tempo interessava-se por visões remotas, durante as quais uma pessoa tenta "ver" o que está acontecendo a quilômetros de distância. Na verdade, o procedimento experimental é bastante simples. A pessoa fica sentada com o pesquisador, enquanto uma ou outra dirige-se a local diverso, que tanto pode ser nas proximidades quanto a quilômetros de onde está sendo realizado o teste. O pesquisador então solicita ao médium que entre em contato, ou visualize o assistente que se afastou, e descreva onde ele está.

Ao aplicar esse modo de proceder, Bisaha fazia uma importante alteração. Ele pedia ao médium que descrevesse o local que seu assistente visitaria no dia seguinte. Em uma das ocasiões mais importantes dos testes cuidadosamente controlados, Bisaha sugeriu a uma de suas principais médiuns que descrevesse as paisagens que eles veriam na Europa.

Durante cinco dias consecutivos, Brenda Dunne - em Chicago - tentou ver o local que Bisaha visitaria 24 horas depois. Os dois participantes não mantiveram nenhum tipo de contato durante a experiência. Os resultados foram realmente surpreendentes.

Quando a companhia de turismo levou Bisaha a um restaurante circular construído sobre alguns pilares às margens do Danúbio, Brenda Dunne já o vira "perto da água... uma área muito grande de água". Ela também previu "linhas verticais como pilares... uma forma circular como um carrossel".

Sucessos similares foram relatados com relação aos outros dias também. Quando o pesquisador retornou aos EUA, carregou consigo os registros das cinco sessões e um árbitro independente, que recebeu também fotos dascidades visitadas. Sua tarefa era comparar cada um dos relatórios fornecidos por Brenda Dunne com as fotos - e ele não teve maiores dificuldades em fazê-lo.

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Fonte: O Livro Dos Fenômenos Estranhos - Charles Berlitz