sábado, 2 de abril de 2016

O Fantasma Imaginário

O Experimento Philip

Manifestação do pensamento é um objeto físico materializado pelo poder da mente humana. Mas será que as manifestações do pensamento realmente existem? No verão de 1972, vários membros da Sociedade de Toronto de Pesquisas Psíquicas decidiram realizar pesquisa sobre tais manifestações, conjurando um fantasma. 

Depois de várias tentativas frustradas, o grupo finalmente desenvolveu um procedimento que parecia promissor, recriando a atmosfera de uma típica sessão vitoriana.

Para facilitar os experimentos, o grupo decidiu estabelecer contato com uma entidade totalmente fictícia. Assim, um dos membros criou uma biografia para o fantasma. Seu nome passou a ser Philip, e ele ficou sendo ficticiamente conhecido como nobre católico da Inglaterra do século 17, que cometera suicídio quando a mulher acusou sua amante de bruxaria.

O grupo passou a encontrar-se semanalmente, e, enquanto se colocavam ao redor da mesa, exortavam Philip a se revelar. Quando colocavam as mãos sobre a mesa, a entidade frequentemente respondia inclinando-a. A mesa por fim começou a se mover, emitindo misteriosas pancadas secas, que pareciam emanar de sua superfície.

- Será possível que Philip esteja fazendo isso? - perguntou um dos participantes da sessão mediúnica.

Quando uma pancada seca perfeitamente audível respondeu, o grupo ficou emocionado e começou a conversar em código com o fantasma. Como era de esperar, as batidas - para as quais não foi encontrada explicação plausível - respondiam perfeitamente, de acordo com a biografia fictícia de Philip. Se o grupo fazia à entidade pergunta para a qual não criara resposta adequada, a mesa emitia estranhos sons de estar sendo serrada.

Os ruídos e os movimentos ficavam mais fortes quando os participantes prolongavam a sessão. Os membros declararam que a mesa chegava a ficar apoiada em apenas uma perna, e até levitava. Disseram também que demonstrava até estranho senso de humor. Quando alguém tentava sentar nela para estabilizá-la, uma súbita força atirava aquele homem ou aquela mulher no chão. As pancadas secas por vezes abandonavam os arredores da mesa e passavam a ser ouvidas em outros lugares da sala.

Devido à natureza espetacular desses experimentos, o grupo de Toronto passou a duvidar da existência de espíritos de boa-fé. Em vez disso, declararam seus membros, comportamento semelhante ao de um espírito podia ser vinculado a manifestações do pensamento criadas unicamente pelos poderes da mente.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Caso Thompson-Gifford

Pintura de Gifford

O cenário era New Bedford, cidade costeira em Massachusetts, onde dois homens diferentes gostavam de fazer longos passeios exploratórios. O primeiro desses homens, artesão comum e pintor domingueiro, chamava-se Frederic Thompson; o outro era o internacionalmente aclamado pintor Robert Swain Gifford. Thompson gostava de caçar ao longo da costa e, em raras ocasiões, encontrava-se com Gifford, que adorava pintar as cenas sugeridas pela paisagem local.

A estranha odisséia paranormal de Thompson começou no verão de 1905, quando ele, de repente, sentiu grande necessidade de pintar e de fazer alguns esboços. A mente do artesão passou a ser continuamente invadida por cenas de paisagens, e ele chegou mesmo a pensar que parte de sua personalidade pudesse estar, de alguma forma, ligada a Gifford. Thompson não sabia que o famoso pintor morrera, e foi somente algum tempo mais tarde, quando estava trabalhando em Nova York, que descobriu esse fato.

Caminhando por uma rua, durante o horário do almoço, Thompson descobriu a galeria de arte onde os quadros do falecido R. Swain Gifford estavam em exposição. O choque foi tão grande que ele desmaiou. A última coisa de que se lembrava, antes dessa rápida perda de sentido, foi uma voz, que dizia:

- Você está vendo minha obra. Prossiga com o trabalho.

Ao final do ano, a personalidade de Thompson começou a se desintegrar, e o artesão não conseguia mais trabalhar direito. Ainda se sentia compelido a pintar e a desenhar esboços, e os resultados, de modo geral, eram cópia fiel do estilo de Gifford. Finalmente, ele procurou o professor James H. Hyslop, que, na ocasião, estava à frente da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, em Nova York.

Hyslop, bem treinado na psicologia de seu tempo, não ficou impressionado com a história de Thompson. Ele achou que aquele homem estava, provavelmente, se candidatando a ter um colapso nervoso. Mesmo assim, o professor sentiu que valeria a pena fazer uma pequena experiência.

Visão de Thompson da pintura de Gifford

Como estava para visitar um médium logo depois da entrevista, Hyslop decidiu levar Thompson. Talvez, imaginou, o médium pudesse ajudar a diagnosticar os problemas do artesão. A sessão acabou sendo produtiva, pois o médium sentiu, imediatamente, que havia um pintor no recinto, e chegou até a descrever a paisagem que estivera perturbando a mente de Thompson.

O mistério aprofundou-se ainda mais em julho de 1907, quando Thompson deu a Hyslop uma série de esboços que mostravam duas cenas diferentes: um grupo de cinco árvores isoladas e dois carvalhos retorcidos pelo tempo, em um contorno costeiro selvagem.

Desejando investigar o caso por conta própria, Thompson foi visitar a viúva de Gifford em Nonquitt, pequena cidade no Estado de Massachusetts. Ali descobriu que o esboço das cinco árvores combinava perfeitamente com o quadro inacabado de propriedade da sra. Gifford. Seu marido estivera trabalhando naquele quadro pouco antes de morrer. No mês de outubro daquele mesmo ano, Thompson descobriu a cena que inspirara o esboço dos dois carvalhos retorcidos e da paisagem costeira no litoral de New Bedford.

Hyslop publicou o estudo do caso nos Processos da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, em 1909. O próprio Thompson tornou-se, posteriormente, pintor de sucesso, expondo trabalhos durante quase duas décadas nas mais famosas galerias de arte de Nova York.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz