domingo, 31 de janeiro de 2016

As Leis do Sangue


O vampirismo está sempre associado a um drama, uma maldição, uma doença psíquica hereditária. Na epopeia negra e vermelha dos vampiros apareciam casais amaldiçoados, homicidas megalômanos tais como o príncipe VIad Drakul, grandes famílias atingidas por um mal misterioso, como os Bathory ou os Cillei na Romênia do século XV.
   
Todos eles fascinados por uma espécie de vontade mórbida, rapidamente transformada em neurose, em obsessão. Cultivam desejos dos mais perturbadores, tais como Bárbara Cillei e seu irmão partilhando da mesma cama ou Vlad Drakul empalando os seus prisioneiros e fazendo-se servir de faustosas refeições, entre cadáveres suspensos de lanças e piques.

Vive-se febril e loucamente a sexualidade e a morte. O leito nupcial torna-se fúnebre pelas maldições e juramentos terríveis nele feitos. «Voltarei! » Uiva Bárbara Cillei antes de morrer. Herman, seu irmão, invocará os demônios da antiga magia para que a irmã ressuscite. As crônicas romenas da região da Transilvânia afirmam que o êxito teria sido completo. Bárbara Cillei saiu do túmulo visitando o castelo de Varazdin, onde tem a sua sepultura. Coincidências ou epidemias diabólicas? Em 1936, na aldeia de Kneginecc – perto de Varazdin – várias pessoas novas, mocinhas, pereceram de maneira estranha.

«Algumas morreram em poucas semanas, em dois ou três meses no máximo, sem se lhes conhecer qualquer doença. Todas tinham sobre a garganta duas ou três manchas azuladas. Muitos destes jovens acordavam durante a noite atormentados por horríveis pesadelos. »

O ritual do exorcismo praticou-se nas ruínas de Varazdin por um sacerdote ortodoxo da igreja do Oriente. Rapidamente pararam as manifestações. Dizem os velhos de Kneginec que o Grande Exorcista libertou a aldeia, mas ninguém esclarece se os restos mortais de Bárbara Cillei, morta no século XV, foram ou não exumados.

Os processos verbais que relatam os fenômenos vampirescos demonstram-nos através de que mecanismos o não morto se propaga e contamina quantos leiam. Citemos por exemplo o inquérito conduzido pelo tenente Buttner, do regimento de Alexandre de Vurtemberga, a 7 de janeiro de 1732, o Visum et Repertum, que intrigou Luís XV e o duque de Richelieu:

«Tendo ouvido dizer por mais de uma vez que na aldeia de Medwegga, na Sérvia, os pretensos vampiros provocavam a morte de muita gente sugando-lhes o sangue, recebi a ordem e missão, através do comando superior de Sua Majestade, para que o caso fosse esclarecido beneficiando, para questão de inquérito, do apoio de oficiais e de dois Unterfeldscherer.

»Perante o capitão da Companhia de Heiduques Gorschitz, Heiduck, Burjaktar e os outros heiduques mais antigos do local, examinamos os fatos. Estes, logo que interrogados, nos relataram unanimemente um caso ocorrido, havia cinco anos, com um heiduque da região (um heiduque é um membro da nobreza local) chamado Arnold Paul que ao cair do carro de feno partira o pescoço. Mais tarde, passados alguns anos, teria contado repetidas vezes ter sido vítima de um vampiro, perto de Casanova, na Pérsia turca. 

»Teria por esse fato resolvido comer alguma terra no túmulo de um vampiro, esfregando-se com o sangue do mesmo, uma vez ser voz corrente evitar assim a maléfica influência. Todavia, vinte ou trinta dias após a sua morte havia gente se queixando que Arnold Paul os atormentava, chegando mesmo a matar quatro pessoas. Para que se acabasse com este perigo, o heiduque aconselhou os habitantes dessa região a desenterrarem o vampiro e assim foi, quarenta dias depois da morte deste. Encontraram-no em perfeito estado de conservação; a carne não decomposta, os olhos injetados de sangue fresco que também escorria do nariz e dos ouvidos, sujando-lhe a camisa e a mortalha. As unhas das mãos e pés estavam soltas, e novas unhas cresciam em seu lugar, pelo que se concluiu tratar-se de um arqui-vampiro. Assim, segundo a norma do sítio, atravessaram-lhe o coração com uma estaca.

»Mas enquanto se procedia a esta ação, jorrou do corpo uma enorme quantidade de sangue, acompanhada de um lancinante grito. Nesse próprio dia foi queimado, e as cinzas lançadas ao túmulo. Aquela gente afirmava que as vítimas dos vampiros se transformam, por sua vez, em vampiros. Por tal razão se decidiu proceder da mesma forma para com os quatro corpos atrás referidos.

»O caso não ficou por aqui porque o dito Arnold Paul atacara não só pessoas, mas também gado!

»Aqueles que diziam ter comido carne de animal contaminado e que disso vieram a morrer ficaram presumíveis vampiros, tanto que no espaço de três meses, (em dois ou três dias) sem nenhuma doença previamente detectada, pereceram dezessete pessoas das idades mais diversas.

»Heiduque Joika faz saber que a sua nora, Staha Joica, se tendo deitado quinze dias antes de perfeita saúde, soltou durante a noite um grito medonho, acordou em sobressalto tremendo de medo, queixando-se de ter sido ferida no pescoço por um homem, filho do heiduque Milloe, que morrera havia quatro semanas. Desde então definhando hora a hora, morria oito dias depois.

»Por todas estas coisas nessa mesma tarde, depois de ouvidas as testemunhas, fomos ao cemitério acompanhados pelo heiduque da aldeia, para que se abrissem os túmulos suspeitos e se observassem os corpos.

»Esta investigação revelou os seguintes fatos:

»– Uma mulher de nome Stana, ao dar um filho à luz e no seguimento de uma curta doença de três dias, morreu aos 20 anos e 3 dias confessando que, para se livrar de toda a espécie de influências, se esfregara com sangue de vampiro. O seu estado de conservação era excelente. Aberto o corpo descobriu-se uma grande quantidade de sangue fresco na cavitate pectoris.

»– Miliza, uma mulher com 60 anos que morreu após três meses de doença e enterrada noventa e tal dias depois, tinha ainda uma quantidade de sangue em estado líquido.

»– Os oficiais do rei enumeram ainda onze pessoas da mesma aldeia, mortas em circunstâncias estranhas mantendo sangue fresco e concluem a seguir, no seu relatório: ‘Depois de devidamente registrado o que atrás foi exposto, ordenamos à ciganagem que passava que decapitassem todos esses vampiros. Foram queimados os corpos e espalhadas as cinzas por Morávia, enquanto, devolviam aos caixões, os corpos encontrados em estado de decomposição. ’

EU AFIRMO e os Unterfeldscherer, QUE TODAS AS COISAS SE PASSARAM TAL COMO ACABAMOS DE RELATA-LAS, em Medwegya, na Sérvia, a 7 de janeiro de 1732. »

Assinatura: os oficiais do rei... As testemunhas. Belgrado, 26 de janeiro 1732.


Fonte: Os Vampiros - Jean-Paul Bourre - Publicações Europa-América (1986)

Vampirismo, uma Doença da Alma


"Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, para a reprovação eterna". Daniel (XII 1-3)

Segundo as lendas e as crenças o vampiro seria uma criatura da noite, um não morto absorvendo a vitalidade dos vivos para escapar ao túmulo. Construiria dessa forma uma espécie de imortalidade mágica na região das trevas, que separam a vida da morte.

Os vampiros existiram?

Processos verbais e crônicas do século XVIII são explícitos. No decorrer de certas exumações, sob o controle das autoridades locais, desenterraram-se cadáveres em perfeito estado de conservação: «O corpo não libertava qualquer cheiro, tinha sim, pelo contrário, mantido o seu estado de frescura sem que se apresentem o mínimo sinal de decomposição. O sangue que saía da boca do cadáver era tão fresco como se de uma pessoa sã se tratasse. O cabelo, a barba e as unhas tinham crescido e a pele começava a separar-se do corpo, enquanto uma nova se formava. O rosto, as mãos, os pés, estavam igualmente conservados» (Asfeld, 1730.)

Na maior parte dos casos; neste tipo de sepulturas (contrastando com as outras) registram-se tenebrosas vibrações. Fazem-se na aldeia o levantamento de muitas e misteriosas mortes, ocorridas na proximidade do cemitério. Animais degolados, homens e mulheres exangues, crianças mortas por debilidade e outros tantos casos de enlouquecimento.

Os agentes da polícia e os religiosos encarregados de fazer o inquérito dirigiram-se por fim ao cemitério, como era inevitável!

Os túmulos são abertos e o coração do cadáver é trespassado com o auxílio de uma estaca, a cabeça cortada à machadada e o caixão cheio de cal viva. Processos verbais, são redigidos e assinados pelos oficiais do rei e autenticados pelas autoridades locais.

Em 1776, D. Agustin Calmet, padre beneditino e abade de Senóvia, redigiu o seu Tratado sobre as aparições dos espíritos, reencarnações, anjos, demônios, e vampiros da Silésia e da Morávia, dedicado ao príncipe Carlos de Lorena, Bispo d’Olmütz.

Relata-nos ele: «Citam-se e ouvem-se testemunhas, examinam-se situações, observam-se os corpos exumados procurando sinais vulgares, como a mobilidade, a flexibilidade dos membros, a fluidez do sangue, a incorruptibilidade do corpo. Se tais pormenores forem na verdade observados concluir-se-á que são eles quem molesta os vivos, pelo que são entregues ao carrasco a fim de que ele os queime» E mais adiante, adverte do perigo que paira: «Este mal que espalha o terror, castiga particularmente a Hungria, a Polônia, a Silésia, a Morávia, a Áustria e a Lorena. Quem dele nos livrará, pois não deixará de aumentar caso não se puser cobro a tal situação? »

E conclui por fim: «No meio de tudo isto, não vejo senão trevas e dificuldades, cuja solução deixo aos mais hábeis e ousados. »

Superstições, alucinações, lendas ou presenças autênticas vindas de além-túmulo? A caça está aberta...

Quando se estuda o vampirismo pode dizer: “que se trata de uma via tenebrosa, de um culto da noite cuja divindade central seria o não morto visto que o vampiro cultiva a sua personalidade demoníaca. Ele ama o seu próprio corpo e tenta, por todos os meios mágicos, evitar a sua desintegração.

Os adeptos deste culto mudam de nome segundo as regiões, os dialetos, os costumes. O jesuíta Gabriel Rzazcynsi explica em 1721: «Há mortos que mesmo no túmulo conservam a avidez de devorar e que, à boa maneira dos espectros, fazem as suas vítimas pela vizinhança; os polacos dão-lhe o nome especial de Upiers e Upiercza. A Europa central foi, durante muito tempo, o feudo destes senhores da.noite, capazes de interromper o processo de decomposição do corpo, suspensos entre a vida e a morte nessas zonas de obscuridade que as antigas religiões povoavam de diabos, de demônios.

Nas províncias da Alemanha, em Hasse, Wurtenberg, Brunswick, afirmava-se que o cadáver-vampiro, uma vez saído do caixão, tinha o poder de se transformar em ave noturna e voar durante a noite à procura das suas vítimas.

Mais perto de nós, o professor Vukanovic assinalou danos causados pelos vampiros na Sérvia, nos anos de 1933,1940, 1947 e 1948, principalmente na província de Kosovo-Motohija.

Em 1970, o feiticeiro inglês David Farrant foi condenado, sem apelo nem agravo, a cinco anos de 'prisão por violação e profanação de sepultura. E no prosseguimento de numerosos testemunhos acerca de uma «presença» no cemitério de Highgate, no Norte de Londres, que Farrant e os seus adeptos tentaram um ritual de invocação do vampiro. Os jornais ingleses seguiram esta rocambolesca aventura durante várias semanas. Falou-se no caso de um caixão arrombado, de um cadáver decapitado por Farrant, de símbolos mágicos pintados sobre as sepulturas, de obsessões, de pesadelos que apavoravam os habitantes de Highgate, de animais degolados pelas veredas do cemitério, etc.

Assim o vampirismo, que tem como figura principal a sombria e arrogante figura do famoso príncipe Drácula – embora estejamos longe das epidemias vampirescas dos séculos XVIII e XIX –faz sempre os seus discípulos. Propõe um método para vencer a morte, utilizando o fascínio e o desejo, jogando com o medo e a obsessão. E uma espécie de espiritualidade contraditória que procura evitar a decomposição do corpo, mantendo os instintos e os impulsos selvagens do homem para além-túmulo. O oposto às espiritualidades libertadoras que partem as amarras e comunicam ao homem o sentimento de eternidade, a união com Deus.

A magia negra do vampiro permitiria obter uma eternidade fictícia, uma espécie de estado letárgico intermediário. O vampirismo seria uma doença da alma.


Fonte: Os Vampiros - Jean-Paul Bourre - Publicações Europa-América (1986)

David e Salomão


O rei Salomão em toda a sua glória (Gravura bíblica)

Há pouca dúvida de que David e Salomão existiram. Mas há muita controvérsia sobre seu verdadeiro papel na história do povo hebreu. A Bíblia diz que a primeira unificação das tribos hebraicas aconteceu no reinado de Saul. Seu sucessor, David, organizou o Estado hebraico, eliminando adversários e preparando o terreno para que seu filho, Salomão, pudesse reinar sobre um vasto império. O período salomônico (970 a.C. a 930 a.C.) teria sido marcado pela construção do Templo de Jerusalém e a entronização da Arca da Aliança em seu altar.

Não há registros históricos ou arqueológicos da existência de Saul, mas a arqueologia mostra que boa parte dos hebreus ainda vivia em aldeias nas montanhas no período em que ele teria vivido (por volta de 1000 a.C.) – assim, Saul seria apenas um entre os muitos líderes tribais hebreus. Quanto a David, há pelos menos um achado arqueológico importante: em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX a.C. com escritos que mencionam um rei David.

Por outro lado, não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia, como sua vitória sobre o gigante Golias. Ao contrário, as cidades canaanitas mencionadas como destruídas por seus exércitos teriam continuado sua vida normalmente. Na verdade, David não teria sido o grande líder que a Bíblia afirma. Seu papel teria sido muito menor. Ele pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes que vivia nas montanhas, chamados apiru (palavra de onde deriva a palavra hebreu) – uma espécie de guerrilheiro que ameaçava as cidades do sul da Palestina. Quanto ao império salomônico cantado em verso e prosa na Torá hebraica, a verdade é que não foram achadas ruínas de arquitetura monumental em Jerusalém ou qualquer das outras cidades citadas na Bíblia.

O principal indício de que as conquistas de David e o império de Salomão são, em sua maior parte, invenções é que, no período em que teriam vivido, a arqueologia prova que a cultura canaanita (que, segundo a Bíblia, teria sido destruída) continuava viva. A conclusão é que David e Salomão teriam sido apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo localizado no sul da Palestina.

Na verdade, o grande momento da história hebraica teria acontecido não no período salomônico, mas cerca de um século mais tarde. Entre 884 e 873 a.C., foi fundada Samária, a capital do reino de Israel, no norte da Palestina, sob a liderança do rei israelita Omri. Enquanto Judá permanecia pobre e esquecida no sul, os israelitas do norte faziam alianças com os assírios e viviam um período de grande desenvolvimento econômico. A arqueologia demonstrou que os monumentos normalmente atribuídos a Salomão foram, na verdade, erguidos pelos omridas. Ou seja: o primeiro grande Estado judaico não teve a liderança de Salomão, e sim dos reis da dinastia omrida.

Enriquecido pelos acordos comerciais com Assíria e Egito, o rei Ahab, filho de Omri, ordena a construção dos palácios de Megiddo e as muralhas de Hazor, entre outras obras. Hoje, os restos arqueológicos desses palácios e muralhas são o principal ponto de discórdia entre os arqueólogos que estudam a Torá. Muitos ainda os atribuem a Salomão, numa atitude muito mais de fé do que de rigor científico, já que as datações mais recentes indicam que Salomão nunca ergueu palácios.


por Vinícius Romanini 
Para a Revista SuperInteressante

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O Navio Fantasma Lady Lovibond


O Lady Lovibond era uma escuna de três mastros que naufragou, nas areias de Goodwin, na costa sudeste da Inglaterra, perto de Kent em 13 de fevereiro de 1748. Esta data em 1748 foi em uma sexta feira dia 13. E segundo sua lenda, aparece a cada cinquenta anos como um navio fantasma.

Seu capitão, Simon Reed (algumas vezes é chamado de Simon Peel), estava loucamente apaixonado por Annette, a mulher com quem ele tinha acabado de casar e para celebrar seu casamento partiram para um cruzeiro no seu navio que estava descendo o rio Tamisa em direção ao Canal Inglês em seu caminho para Portugal. O vento soprava agradavelmente e o céu estava claro. Não havia nenhum sinal de alguma tempestade.

A tripulação estava feliz com a festa de casamento e ao mesmo tempo nervosa porque a nova noiva do capitão Annette e sua mãe estavam a bordo. E uma superstição de longa data entre os marinheiros da época era que, ao levar a mulheres a bordo dava má sorte. Mas as comemorações falavam mais alto e todos pareciam felizes exceto um homem, o imediato chamado John Rivers.

John Rivers era um antigo pretendente de Annette e como se não bastasse o fato de ver Annette se casando com outro, ver eles felizes celebrando a união o deixava cada vez mais enfurecido. Em um acesso de fúria e embriagado, John Rivers se aproximou por trás do capitão e golpeou na cabeça gravemente e dessa forma em seguida, agarrou o volante e dirigiu o navio para as traiçoeiras areias de Goodwin, uma espécie de areia movediça no mar, que é conhecida como um cemitério de navios, matando todas as pessoas a bordo, incluindo ele mesmo. Um inquérito subsequente sobre o desastre foi registrado o que indica ter sido um acidente verídico.

A história do navio não termina aí. Depois de 50 anos a partir do incidente, no dia 13 de fevereiro de 1798, o capitão de uma embarcação costeira, James Westlake do Edenbridge, relatou que seu navio quase colidiu com o Lady Lovibond. Ele afirmou, que girou o volante com força, no último momento, e assim ele foi capaz de evitar o choque. Ele também relatou ter ouvido sons estranhos parecidos com o de alegria vindo do convés quando o seu navio passou.

O segundo navio que o viu naquela noite foi um navio de pesca. O capitão deste barco relatou que tinham visto a escuna colidir com as areias e quebrar. Ele relatou que quando foi resgatar os sobreviventes as areias estavam vazias e silenciosas.

Em 1848, cinquenta anos mais tarde, o Lady Lovibond fez sua próxima aparição. Os pescadores locais viram um acidente, afirmavam que ele parecia tão real que botes salva-vidas foram enviados para investigar para resgatar eventuais sobreviventes, mas a medida que se aproximavam ele parecia simplesmente desaparecer. Nenhum sinal de navio foi encontrado nas areias.

Novamente em 1898 ele parecia tão real que vários navios na área lançaram pequenos barcos em um esforço para ajudar o navio que estava acidentado, mas como anteriormente ele simplesmente desapareceu e nada foi encontrado.

Em 1948 o capitão Bull Prestwick relatou ter avistado ele e que parecia bem real apesar de que emitia um brilho verde assustador.

Em 1998, um grande número de pessoas de vários países de todo o mundo reuniram-se na esperança de ver este navio fantasma através de seus próprios olhos. Pescadores navegavam pelas águas locais, com os seus barcos cheios de turistas, todos ansiosos para ter um vislumbre do navio. Mas desta vez, eles ficaram decepcionados. Ninguém sabe se eles não o viram por não estarem no lugar certo ou se os espíritos do navio finalmente encontraram a paz.

A resposta só poderá ser encontrada no dia 13 de fevereiro de 2048, quando provavelmente um monte de gente vai estar esperando por esta lenda para que se torne real na frente de seus olhos conforme a tradição de que a cada 50 anos ela surge.


Fonte: Desvendando Mistérios

Aparições do Stanley Hotel


Dizem que ao passar férias no The Stanley Hotel no quarto 217, em 1974, Stephen King se inspirou para escrever seu primeiro best-seller, que deu história ao filme de horror "O Iluminado" (The Shining). O filme se passa quase que inteiramente no Stanley, que na trama ganhou o nome de Hotel Overlook.

O hotel fica a 5 km da estrada do Estes Park, no Colorado (EUA), e oferece aos hóspedes um passeio inusitado: um tour pelos lugares mal-assombrados (suítes, túneis subterrâneos e salões) com paradas para recuperar o fôlego ao som de aterrorizantes histórias de terror.

O quarto andar é a parte do hotel com o maior número de ocorrências e é também onde se encontra seu “hóspede” mais famoso: o fantasma de Lord Dunraven, o dono anterior da propriedade onde o estabelecimento foi construído. O vulto do homem costuma ser visto de pé sobre a cama e olhando pela janela do quarto 407 e ele é amplamente acusado de ser culpado pelo desaparecimento de joias e itens de valor ao longo dos anos.

Algumas histórias foram relatadas por hóspedes e pelo antigo dono do Stanley Hotel, como a aparição de fantasmas no quarto 217, os gritos de um garotinho chamando pela sua babá, luzes ligando e desligando sozinhas nos corredores do 4º andar e ruídos vindos de elevadores parados.

Dizem também que pode-se ouvir o piano da sala de música tocar misteriosamente sozinho.



Deixando o filme de lado, o Stanley Hotel é um resort luxuoso e clássico que foi construído entre 1906 e 1909 e está situado no topo de uma colina com vista para montanhas e para a cidade. O hotel conta com dois restaurantes no térreo.


Fontes: Megacurioso; Hotéis Incríveis.

O Fantasma de Kate Morgan


A segunda metade do século XIX parecia estar cheia de histórias assombrosas e o luxuoso Hotel Del Coronado, perto de San Diego, Califórnia, não foi exceção. O hotel agora hospeda o fantasma de Kate Morgan, que morreu no final de 1892.

A história de Kate Morgan é um belo exemplo de como alguns fatos se tornaram enfeitados com muitas ficções e exageros. É difícil hoje, dizer o que realmente aconteceu.

O que sabemos é que Kate nasceu cerca de 1865 em Iowa. Sua mãe morreu quando Kate era muito jovem, por isso ela foi morar com um avô. Em 1885, ela se casou com um homem chamado Thomas Morgan.

O casamento foi aparentemente infeliz, Kate fugiu com outro homem em 1890, os dois foram para o oeste, essa relação eventualmente se desintegrou, porque quando chegou em Los Angeles, em meados de 1892, foi à procura de trabalho e estava sozinha.

Ela finalmente encontrou trabalho como empregada doméstica em uma das famílias mais ricas, embora tenha tido problemas com a família, pois trabalhou em três casas diferentes em dois meses.

No final de novembro de 1892, ela chegou em San Diego, novamente só, e fez check-in no Hotel Del Coronado sob o nome de Lottie Bernard.

Ela parecia doente e infeliz e piorava à medida que o tempo passava. Disse a alguns funcionários que estava à espera de seu irmão, um médico, que viria para tomar conta dela. Tanto quanto sabemos, Kate não tinha um irmão que era médico.

Kate Morgan
Ela comprou uma arma.

Cinco dias depois, em 29 de novembro, o corpo de Kate Morgan foi descoberto em uma escada exterior que levava até a praia. Sua arma estava nas proximidades e parecia que havia morrido com um único tiro na cabeça.

Sua morte foi considerada suicídio, apesar de que seria questionada quase um século mais tarde, quando um advogado remexendo nos arquivos oficiais afirmaria que a bala que a matou foi de um calibre diferente da sua própria arma. Independentemente deste achado, não abriram uma nova investigação.

Como se esperava, histórias do quarto de hotel que ocupava, o 3327, ser assombrado começaram a circular - até hoje. Os relatos de mau funcionamento de equipamentos elétricos, mudanças dramáticas na temperatura ambiente, aromas estranhos, vozes inexplicáveis, o som de passos estranhos e brisas súbitas, ainda são alegados pelos hóspedes.


Fontes: Phantoms and Monsters; Historic Mysteries

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A Mulher que se Casou com um Fantasma


Em 15 de Janeiro de 1901, o "Sunderland Daily Echo" noticiou que Bessie Brown, de Cameron, Oklahoma, havia se casado com um fantasma.

O repórter explica que o noivo de Bessie tinha morrido algumas semanas antes de seu casamento e, depois o seu espírito apareceu para a noiva que decidiu que iria se casar com o seu fantasma.

O artigo relata ainda, que Bessie se mudou para uma casa de campo com seu marido (ou fantasma) e que "as pessoas que passam perto dessa residência podem ouvi-los conversando e rindo como se ambos estivessem em forma humana".

The Sunderland Daily Echo reported that a woman had married a ghost in 1901.



Fonte: Blog do British Newspaper Archive

domingo, 17 de janeiro de 2016

A Horrível Descoberta


Do "The Illustrated Police News", tabloide londrino e sensacionalista, vem essa reportagem horripilante dos anos 1870:

"A descoberta mais chocante foi feita na semana passada na cidade de Haverball. As circunstâncias do caso são notáveis e horríveis até o último grau. Os fatos são os seguintes:

Durante alguns meses passados um homem chamado William Laslett, sua esposa e uma filha (a menina com cerca treze anos de idade), ocuparam duas salas no porão de uma casa na Princess Street. Laslett, ao que parece, é um vendedor ambulante que possui um cavalo e carroça, com a qual viaja de cidade em cidade e costuma a se ausentar de casa seis ou oito semanas de cada vez. Ocasionalmente, levava consigo a sua filha em suas expedições itinerantes, mas mais frequentemente sua esposa o acompanhava.

Ele deixou Princess Street com a esposa nas últimas sete semanas, deixando Jane Laslett, sua filha, para trás. A jovem foi vista por seus vizinhos por alguns dias depois que seus pais tinham partido, quando, de repente, ela sumiu. As portas de ambos os quartos ocupados pelos Laslett estavam trancadas, e a inferência natural era que Jane tinha saído para se juntar aos pais, pois sabiam que ela já tinha feito isso em mais de uma ocasião. Semanas se passaram; as suspeitas dos outros ocupantes da casa de que havia algo errado tornou-se mais forte a cada dia.

Um odor desagradável e revoltante subiu a escada e encontrou seu caminho para os vários apartamentos. Na segunda-feira passada, um carpinteiro que ocupava um dos quartos superiores foi levado a quebrar a porta que levava ao subsolo, onde foi golpeado por uma cena de horror jamais presenciada por ele.

Após a porta ser aberta, uma legião de ratos corria em todas as direções. A maior parte do corpo da pobre menina tinha sido devorado por eles. Os senhores médicos que, desde então, fizeram um exame post mortem, concordam com a opinião de que Jane Laslett morreu subitamente de doença do coração de longa data - que sua morte tinha, possivelmente, ocorrida algumas semanas atrás, desde o qual os ratos vinham se alimentando do corpo.

O pai e a mãe ainda não voltaram, nem os vizinhos sabem como se comunicar com eles.

The Illustrated Police News foi um dos primeiros tabloides britânicos. Ele apresentava relatos e ilustrações de assassinatos e enforcamentos sensacionalistas e melodramáticos e era um descendente direto dos broadsheets do século 18".


Fonte: Traduzido de 1870s Eaten to death by rats

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

11 Reportagens Bizarras de Jornais Históricos - 5a. Parte

Illustrated Police News – Saturday 25 June 1870

O British Newspaper Archive (Arquivo Britânico de Jornais) está cheio de histórias terríveis sobre o incomum e o inexplicável. Selecionamos algumas das reportagens mais estranhas, incluindo a descrição de um monstro com a cabeça de leão-marinho e o rumor de que a Alemanha estava transformando seus soldados mortos em explosivos durante a 1a. Guerra Mundial.

1870: Morta pelo espartilho

A moda vitoriana pode ser mais terrível do que histórias de fantasmas e monstros. Esta imagem é acompanhada de uma manchete no "The Illustrated Police News" sobre uma jovem que foi morta por um espartilho que tinha sido atado com muita força.

O jornal afirmou que a senhora desmaiou ao dançar em um baile, porque "a ação do coração tinha sido impedido e a emoção no esforço foi, dadas as circunstâncias, de uma tensão muito grande sobre o sistema".


Fonte: Blog do British Newspaper Archive

11 Reportagens Bizarras de Jornais Históricos - 4a. Parte

Illustrated Police News – Saturday 21 July 1883

O British Newspaper Archive (Arquivo Britânico de Jornais) está cheio de histórias terríveis sobre o incomum e o inexplicável. Selecionamos algumas das reportagens mais estranhas, incluindo a descrição de um monstro com a cabeça de leão-marinho e o rumor de que a Alemanha estava transformando seus soldados mortos em explosivos durante a 1a. Guerra Mundial.

1883 : Aterrorizada até à morte por um burro

Uma história estranha e terrivelmente triste foi impressa no "Illustrated Police News" em 1883. Uma noite, uma jovem partiu para visitar seus avós e ouviu passos atrás dela. Ela correu para salvar a sua vida e desmaiou de exaustão e terror na porta da casa dos avós.

O avô da criança a encontrou já morta e percebeu seu burro em pé perto. A pobre criança, evidentemente, tinha sido assustada com o som do animal que a seguia até a casa.


Fonte: Blog do British Newspaper Archive

11 Reportagens Bizarras de Jornais Históricos - 3a. Parte

Illustrated Police News – Saturday 25 May 1895

O British Newspaper Archive (Arquivo Britânico de Jornais) está cheio de histórias terríveis sobre o incomum e o inexplicável. Selecionamos algumas das reportagens mais estranhas, incluindo a descrição de um monstro com a cabeça de leão-marinho e o rumor de que a Alemanha estava transformando seus soldados mortos em explosivos durante a 1a. Guerra Mundial.

1895: Mulher quase enterrada viva

O "The Illustrated Police News" estava cheio de reportagens sobre crimes estranhos e ocorrências estranhas, incluindo esta história sobre a mulher dada como morta em Limoges, França.

Como seu velório estava sendo realizado na igreja, alguns dos presentes ouviram choros e batidas vindas do interior do caixão.

O caixão foi aberto rapidamente e a mulher foi encontrada "viva e consciente, embora terrivelmente assustada com a terrível provação". Parece que ela erroneamente havia sido declarada morta enquanto estava realmente sofrendo um ataque cataléptico.


Fonte: Blog do British Newspaper Archive

11 Reportagens Bizarras de Jornais Históricos - 2a. Parte


O British Newspaper Archive (Arquivo Britânico de Jornais) está cheio de histórias terríveis sobre o incomum e o inexplicável. Selecionamos algumas das reportagens mais estranhas, incluindo a descrição de um monstro com a cabeça de leão-marinho e o rumor de que a Alemanha estava transformando seus soldados mortos em explosivos durante a 1a. Guerra Mundial.

1897: O táxi assombrado de Londres

De acordo com esta história assustadora do Daily Gazette Shields, você poderia ouvir gemidos abafados e gritos de horror vindos de um táxi dilapidado de Londres, isso se você fosse corajoso o suficiente para chegar perto dele em noites escuras de 1897.

O artigo prossegue esclarecendo a história por trás da assombração. "Em uma noite sombria, o taxista pegou um homem que estava fugindo de alguns inimigos invisíveis.

Após freneticamente dirigir seu veículo em alta velocidade, incitado por gritos de terror de seu passageiro, o taxista descobriu que o homem havia cometido suicídio na parte traseira de seu táxi. Dentro de poucos dias, o motorista também foi encontrado morto em seu táxi - aparentemente estrangulado - pelo fantasma do suicídio".

Shields Daily Gazette – Thursday 10 June 1897 - Image © THE BRITISH LIBRARY BOARD



Fonte: Blog do British Newspaper Archive

11 Reportagens Bizarras de Jornais Históricos - 1a. Parte

O British Newspaper Archive (Arquivo Britânico de Jornais) está cheio de histórias terríveis sobre o incomum e o inexplicável. Selecionamos algumas das reportagens mais estranhas, incluindo a descrição de um monstro com a cabeça de leão-marinho e o rumor de que a Alemanha estava transformando seus soldados mortos em explosivos durante a 1a. Guerra Mundial.

1877: Uma estranha criatura de 21 metros



Uma criatura muito estranha foi avistada em St Genevieve, Missouri em 1877. O jornal "Dundee Courier" acrescentava uma descrição detalhada, afirmando que "o monstro media pelo menos 21 metros de comprimento, com a cabeça de um leão-marinho e uma juba emaranhada como a de um cavalo".

O imenso chifre em sua cabeça tinha a forma de um (bico) pelicano e tinha uma longa cauda que parecia uma serra de dois gumes.

De acordo com o artigo, a besta não fez nenhum som além de "um sopro ocasional, alto e sonoro, semelhante ao do peixe-boi".


Fonte: Blog do British Newspaper Archive.

domingo, 10 de janeiro de 2016

The Illustraded Police News

Illustrated Police News 9 November 1867. Villarina, Spain, "Extraordinary discovery of two skeletons in a theater"

"The Illustrated Police News" é o nome de um semanário ilustrado e de um dos primeiros tabloides britânicos. Em suas páginas, com frequência, se publicavam notícias detalhadas, sensacionalistas e melodramáticas, com ilustrações de assassinatos e cenários de crimes. A primeira publicação foi no ano de 1864, e a última em 1938.

Esse semanário se inspirou na revista "The Illustrated London News", publicação que oportunamente se iniciou em 1842, revelando assim, com o correr dos anos, que um jornal com ilustrações era popular, vendendo muito. As ilustrações e a apresentação, em alguns aspectos, lembravam aos "Penny Dreadfuls", publicações de ficção e terror que eram vendidas na Inglaterra do século 19. Por serem histórias que custavam um centavo, tinham como apelido "centavos do terror".

No ano de 1888, "The Illustrated Police News" ganhou uma clara reputação de sensacionalista, devido aos artigos ali publicados sobre o conhecido caso de Jack o Estripador.

E no século XX, o citado jornal publicou inúmeros artigos sobre a questão dos imigrantes estrangeiros, promovendo assim atitudes xenófobas entre seus leitores.

No filme de 2011 intitulado "Sherlock Holmes: A Game of Shadows", aparecem cenas onde se mostram e se leem exemplares do Police News.


Fonte: Wikipédia.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Arthur Rackham

Arthur Rackham (Londres, 19 de setembro de 1867 – Surrey, 6 de setembro de 1939) foi um criativo ilustrador de livros. Nasceu em Londres, de uma família de 12 filhos. Aos 18 assumiu o cargo de escriturário na Westminster Fire Office, ao passo que estudava na Escola de Arte Lambeth.

Em 1892 largou seu emprego e começou a colaborar para o The Westminster Budget como repórter e ilustrador. Suas primeiras ilustrações foram publicadas em 1883. Desde então até sua morte, em 1939, seria conhecido por ilustrar inúmeros livros.

Rackham ganhou a medalha de ouro na Exibição Internacional de Milão, em 1906, e outra na Exposição Internacional de Barcelona, em 1911. Seus trabalhos foram incluídos em numerosas exibições, incluindo a do Louvre em Paris, em 1914. Morreu de câncer em 1939, em sua casa situada no pequeno vilarejo de Limpsfield, Surrey.

The Fairy Tales of the Brothers Grimm, 1909, Illustrated by Arthur Rackham, English, 1867–1939

Entre seus trabalhos mais conhecidos figuram livros infantis como os "Contos dos Irmãos Grimm" (1900), "Rip van Winkle" (1905), "Peter Pan" (1906) e "Alice no País das Maravilhas" (1907), entre outros.

Rackham também realizou ilustrações para livros orientados para leitores adultos, como "Sonho de uma noite de verão" (1908), "Undine" (1909), contos de Edgar Allan Poe e o texto da ópera de Richard Wagner "O Anel do Nibelungo" (1910).


Fonte: Wikipédia.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Fawcett e a Cidade Perdida


Em 1925, o explorador britânico Coronel Percy Harrison Fawcett (1867 – 1925) desapareceu quando empreendia uma expedição para procurar por uma civilização perdida, supostamente o Eldorado, na Serra do Roncador, Brasil.

Entre os anos de 1906 e 1924, Fawcett realizou sete expedições na Bolívia e no Brasil. Em 1925 convenceu seu filho mais velho, Jack Fawcett, a acompanhá-lo em uma missão em busca de uma cidade perdida, que chamara de "Z". Fawcett estava certo de que essa cidade existia na Serra do Roncador, nordeste do Mato Grosso, e que ele acreditava ser originária da Atlântida (sua saga e desaparecimento foram decisivos na criação do personagem Indiana Jones). Estava fascinado com a possibilidade de encontrá-la, depois de ter recebido de presente uma estatueta de basalto negro, de 25 cm de altura, de H. Rider Haggard, o autor de "As Minas do Rei Salomão" (ao que parece ela foi perdida na expedição). Em uma carta dirigida a jornais de todo o mundo, dizia:

"Não duvido um só instante da existência dessas velhas cidades. Por que haveria de duvidar? Eu mesmo vi parte de uma delas - e essa é a razão pela qual achei que deveria fazer novas expedições. As ruínas parecem ser de um posto adiantado de uma das grandes cidades as quais estou certo serão descobertas juntamente com as outras se a expedição for bem preparada com uma pesquisa profunda sobre o assunto. Infelizmente não posso induzir os cientistas a aceitarem até mesmo a hipótese de que há indícios de uma antiga civilização no Brasil. Viajei por lugares ainda não explorados, os índios têm me falado de construções antigas, seu povo e mais coisas estranhas existentes nesses locais. Se tiver bastante sorte, conseguir atravessar a região de índios selvagens e regressar vivo, terei condições de ampliar imensamente o nosso conhecimento histórico." Percy H. Fawcett, 1925.

Ao falar da estatueta que ganhara ele afirmava:

"Existe uma propriedade particular nessa imagem de pedra, e todos podem sentir ao tocá-la com a mão. Estranhamente, uma corrente elétrica atravessa o braço da gente, causando um choque tão forte que muitas pessoas a largam de imediato. A razão dessa energia eu desconheço. Acredito sinceramente que ela veio de uma das cidades perdidas. Quando descobrir os significados existentes nela, descobrirei também o caminho para chegar no lugar de onde se originou."

Antes de partir, Fawcett enviou uma mensagem telegráfica para sua esposa, em 29 de maio de 1925, dizendo que estava prestes a entrar em território inexplorado, acompanhado somente do filho e de um amigo de Jack chamado Raleigh Rimmell. Partiram para atravessar a região do Alto Xingu e nunca mais voltaram.

Fawcett começou a acreditar que a estatueta possibilitava a ele a conexão com um espírito feminino chamado "Sith" que o chamava para encontrar a cidade perdida de Z.

Ao que parece, quando Fawcett partiu para encontrar Z com seu filho e um amigo de seu filho, foi através do financiamento de um grupo de apoio chamado "The Glove". Segundo contam, ele acreditava que seu filho seria adorado como um deus quando descobrisse Z.

Um psicometrista (psicômetro é um tipo de sensitivo que consegue ler impressões energéticas em objetos) foi consultado para tentar descobrir a origem do ídolo. Em um ambiente totalmente escuro a estatueta foi colocada em suas mãos (ele nunca tinha visto a estátua antes). Então ele disse: "Vejo em terras distantes várias pessoas vivendo em uma cidade, uma civilização adiantada. Existem enormes templos ornamentados com figuras de um grande olho. Em um desses templos existe a figura de um sacerdote parecido com esta estátua que seguro nas mãos. Há um monarca e muitos escravos - vejo também um vulcão e parece que ele foi a causa da destruição dessa civilização..."

Depois o sensitivo acrescenta este aviso: "Eis o importante sobre esta imagem, sua posse é maléfica para aqueles que não lhe têm afinidade e eu posso dizer que é perigoso zombar dela."

Então o que aconteceu com Percy Fawcett? Declarações sobre o seu destino e de seus companheiros são, simplesmente, bizarras: comidos por animais selvagens, mortos por tribos hostis, ou assimilados a uma tribo. Crianças indígenas de olhos azuis avistadas tornou-se lugar comum e muitos afirmavam tê-lo visto, mais tarde, em meados da década de 30. Alguns restos foram encontrados na selva, corroborados pela história da tribo, que alegava tê-lo matado, mas nenhuma se confirmou. Sem falar dos ufólogos, os teóricos da Terra oca, e os ocultistas. De acordo com eles, ele foi raptado por ovnis para descobrir Atlântida ou vive em um império subterrâneo, com 28 crianças e seu filho mais velho armado com uma lança de ouro. Sua família tentou um contato com ele através de médiuns e alegou estar se comunicando, mais tarde, nos anos quarenta. Mas ele nunca foi encontrado, morto ou vivo.

Em 1952, seis anos depois de contatados pelos irmãos Cláudio e Orlando Villas Boas, do Serviço de Proteção ao Índio, os índios Kalapalo revelaram ter matado exploradores que haviam passado por ali, muitos anos antes, provavelmente Percy Harrison Fawcett, Jack Fawcett e Raleigh Rimmell.

Segundo Noel Villas Boas, filho de Orlando, Fawcett - chamado pelos índios de "mingueleze", suposta interpretação de "mim inglês"- foi morto por seu comportamento hostil. Ele teria reclamado do lugar oferecido para dormir, batendo em um indiozinho que mexera em suas coisas. As crianças são, praticamente, intocáveis entre os índios. Ao subir um barranco, o inglês sofreu um golpe de borduna - espécie de tacape usado para caça - na cabeça. Morto, caiu abraçado ao tronco de uma árvore. Foi enterrado, ali mesmo, em cova rasa. Jack e Rimell teriam sido flechados e jogados no rio.

Os irmãos Villas Boas localizaram o local onde teria sido enterrado o explorador inglês. Os ossos encontram-se hoje no Instituto Médico Legal da Universidade de São Paulo. Foi analisado o DNA mitocondrial, mas a família Fawcett se recusou a submeter-se ao exame e resolver, definitivamente, o mistério. Brian, filho de Fawcett teria dito aos irmãos Villas Boas numa viagem ao Brasil: "Não vou trocar meia dúzia de ossos pela lenda do meu pai".


Fonte: Percy Fawcett e a Cidade Perdida

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Origens sombrias de alguns contos de fadas

Os Irmãos Grimm - Jacob Ludwig Carl e Wilhelm Carl Grimm (Hanau, Alemanha, em 4/1/1785 e 24/2/1786, respectivamente) - foram responsáveis por reunir muitas das lendas e histórias que circulavam pela Europa e publicaram a sua versão delas. Do século XIX até hoje, os contos sofreram muitas alterações e perderam os detalhes sórdidos, sexuais e muitas das mortes. Conheça os detalhes sombrios de alguns contos de fadas que não são lá tão infantis:

Bela Adormecida


Em uma versão publicada em 1634, a princesa cai em um sono profundo quando fica com um pedaço de linho encravado debaixo da unha. Mais tarde, um rei acaba descobrindo o castelo onde ela está e fica tão apaixonado que abusa dela. Nove meses após a visita, ainda dormindo, ela dá à luz duas crianças. Uma delas tira acidentalmente o pedaço de linho da unha de princesa e ela acorda. Quando a rainha, esposa do rei, descobre a existência da princesa e seus filhos, ordena imediatamente a sua morte, mas acaba morrendo queimada pelo próprio marido, que se casa com a princesa.

Chapeuzinho Vermelho


Na versão de Charles Perrault, publicada em 1697, não existe a figura do caçador. Chapeuzinho Vermelho fica nua, se deita com o lobo e morre comida por ele. Em outra versão, ainda mais obscura, ela é enganada e come a avó cozida, além de beber o sangue servido em uma taça de vinho.

Cinderela



Há a versão em que as irmãs adotivas cortam partes do pé a fim de encaixar no sapato de vidro e, surpresa: o acúmulo de sangue denúncia a armação. No final, elas têm os olhos bicados por pombas.

Branca de Neve



Antes de tudo, em outra versão menos conhecida, a Rainha Má é, na verdade, a mãe de Branca de Neve e não sua madrasta. A história que sabemos ainda omite que a rainha envia o caçador para trazer de volta o fígado de Branca de Neve e os pulmões, para que ela possa comê-los. Quando o príncipe encontra Branca, ela já está morta e ele decide carregar o corpo dela para que possa brincar em viagens. Porém, seu servo tropeça e desaloja a maçã envenenada da garganta da princesa e ela volta a vida. Mais interessante é a punição destinada à Rainha. Quando ela aparece no casamento de Branca de Neve, é forçada a calçar sapatos de ferro que estavam no fogo e dançar até cair morta.

João e Maria



A versão que conhecemos já é bem forte - a madrasta malvada abandona os irmãos para morrer na floresta, eles encontram a casa de uma bruxa canibal que decide engordá-los para comer. Já em uma versão inicial, a bruxa é o diabo e ele quer sangrar as crianças sobre um cavalete. Eles, espertos, fingem não saber subir. Então, o diabo faz sua esposa mostrar a eles como faz, mas os irmãos, prontamente, cortam sua garganta, roubam todo o dinheiro do diabo e fogem.

Rapunzel



Existe a versão em que Rapunzel deixa o príncipe subir por suas tranças várias vezes e acaba grávida. Quando a bruxa descobre, corta o cabelo dela e, magicamente, transporta Rapunzel para longe, onde ela vive como um mendigo, sem dinheiro, sem casa e, depois de alguns meses, duas bocas famintas para alimentar. Quanto ao príncipe, a bruxa o atrai para a torre e depois o joga da janela. Alguns arbustos espinhosos amaciam sua queda, mas também arrancam seus olhos.

Cachinhos Dourados e os Três Ursos



Na versão mais antiga desse conto, a Cachinhos Dourados não existe. Em seu lugar, quem entra na casa dos ursos, dorme na cama e mexe nas coisas deles é uma raposa. No fim, ela é jogada para fora da janela ou comida, dependendo de quem está contando a história.

A Pequena Sereia



Na versão original, a sereia troca a voz por pernas, mas cada passo que ela der será uma dor insuportável, como andar sobre espadas afiadas. Na esperança de conquistar o príncipe, ela dança para ele, mesmo em agonia. Ele se diverte, mas acaba se casando com outra mesmo assim. As irmãs da sereia lhe entregam uma adaga para matar o príncipe e explicam que se o sangue dele cair em seus pés, ela voltará ao normal. Ela tenta, mas não consegue matá-lo e acaba tornando-se espuma do mar.


Fonte: Conheça as origens sombrias de alguns contos de fadas

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A Dança das Fadas


Na planície de Lantherthun perto de Boulogne-sur-Mer (cidade francesa), vemos pilhas de pedras de diversos tamanhos, divididos em vários grupos.

Os moradores locais chamam alguns grupos isolados de violinos. Um tamanho maior de rocha é o violino maior ou baixo. Em torno dos três violinistas que tocam estes instrumentos há crianças dançando. Blocos grossos representam o público.

Antigamente, fadas se reuniam nesta planície para dançar. Uma noite, no ardor com que levavam esse prazer, esqueceram o momento em que um poder superior as obrigou a abandonar a planície. Dançarinos, músicos e espectadores se transformaram de repente em rochas.


Fontes: La Danse des Fées

A Histeria da Caça às Bruxas


Desde meados do século XV e durante um período de cerca de 250 anos que, calcula-se, 150 000 a 200 000 pessoas na Europa terão sido condenadas à morte por bruxaria. Algumas foram queimadas vivas, outras, enforcadas, outras ainda, estranguladas e depois queimadas.

A reputação e a condição social conferiam pouca proteção. Em 1590, Frau Rebekka Lémp foi uma das 32 mulheres respeitáveis queimadas por bruxaria na cidade alemã de Nördlingen. Os homens condenados por bruxaria eram muito menos, mas em 1628 o burgomestre de Bamberg foi executado por acusações forjadas contra ele pelos seus rivais políticos.

A histeria da caça às bruxas teve origem num conceito de bruxaria que surgiu de uma mistura de feitiçaria campesina, magia, heresia e satanismo. Todas as sociedades acreditavam nos feiticeiros das zonas rurais, que curavam ou faziam mal por meios ocultos. A magia branca, uma combinação de psicologia e farmacologia, podia proteger pessoas, colheitas e gado; garantir a reprodução; descobrir e influenciar amantes; encontrar pessoas e bens perdidos e tesouros escondidos, e contrariar a magia negra. A magia negra, ou maleficium, podia provocar a doença e a morte e gerar tempestades ou pragas de insetos para destruir colheitas.

Os primeiros «cientistas», como Cornelius Agrippa, na Alemanha, e Roger Bacon e John Dee, na Inglaterra, eram considerados magos pelos clérigos conservadores por acreditarem que os demônios podiam ser coagidos a servir os seres humanos. Os cristãos que se opusessem à visão dominante da Igreja eram acusados de crimes como heresia, assassínio, sacrifício de crianças, canibalismo e desvios sexuais. Uma pequena minoria adorava o demônio cristão, cuja importância cresceu rapidamente no fim da Idade Média, até que finalmente o satanismo se transformou num elemento essencial do conceito de bruxa do século XVI.

Pactos com o Demônio: A partir do século XIII, clérigos como Tomás de Aquino e Alberto Magno negaram a existência de um mundo de magia separado do mundo da Natureza ou do sobrenatural, e a Igreja declarou que a utilização de magia sem a sua autoridade seria obra do Diabo. Assim, quem exercesse poderes mágicos fora da Igreja é porque tinha feito um pacto com o Diabo. Dezenas de milhares de mulheres idosas e de outras pessoas da Europa que praticavam feitiçaria campesina passaram cada vez mais a serem consideradas instrumentos do Demônio, que teria reuniões regulares com os seus seguidores, fornecendo-lhes assistentes demoníacos, conhecidos por familiares.

Os métodos utilizados na luta contra esta ameaça divergiam. Penitências leves dadas por tribunais eclesiásticos ou multas moderadas impostas por jurisdições seculares deram lugar a castigos mais duros no fim do século XV. Em certas partes da França, na Alemanha e Escócia; o suposto pacto com o Demônio era considerado pelos católicos como a rejeição do baptismo e pelos calvinistas a quebra do contrato com Deus. O castigo era morrer na fogueira. Noutras regiões, como na Inglaterra ou Dinamarca, a pena, que dependia do resultado do maleficium, era a forca.

A elite política, ansiosa por que a Igreja e o Estado escapassem à responsabilidade das desgraças nas comunidades, encontrou um bode expiatório no Demónio e seus seguidores. Certos indivíduos eram mais vulneráveis: os idosos e os doentes e as viúvas e as solteiras. O ódio contra as mulheres e a necessidade de as controlar foram também fatores importantes em muitas perseguições.

Controle do Estado: Em certas situações, a cobiça ou a ambição política levavam as pessoas a acusar outras de bruxaria. Os Estados fortes, porém, conseguiam controlar a caça às bruxas. A ocupação sueca da Alemanha na década de 1630 e a ocupação inglesa da Escócia na década de l650 puseram fim a tal atividade, que, no entanto, recomeçaria mal os exércitos estrangeiros se retiraram.

No início do século XVIII, a caça às bruxas tinha praticamente acabado (um dos últimos grandes surtos ocorreu na América, em Salem, Massachusetts, em 1692 e 1693). O impacto de explicações racionais e científicas deu origem a que as pessoas cultas já não acreditassem em bruxas, o que passou a refletir-se nas decisões dos juízes. A bruxaria deixou de ser um crime. A burocracia governamental, forte e eficaz, afastou a necessidade de bodes expiatórios como meio de controle, e o medo da população e das mulheres atenuou-se. As crenças no maleficium passaram a ocorrer apenas ao nível de camponeses ignorantes.

Os bruxos neopagãos, que têm vindo a aumentar desde a década de 50, nada tem a ver com o conceito medieval de bruxaria. Não creem no Demônio nem renunciam às religiões convencionais, antes consideram-se curandeiros que trabalham para o bem da comunidade.


Fontes: Bruxaria; Dictionnaire Infernal. Paris: E. Plon, 1863.

Bruxas Voadoras


Durante uma caça às bruxas no Pays de Labourd, França, em 1609, o investigador Pierre de Lancre obrigou uma jovem a fazer uma confissão extraordinária. Sob tortura, Marie Dindarte, de 17 anos, disse que na noite de 27 de setembro se tinha untado com um unguento e depois voado. O unguento não podia ser examinado porque o Diabo o tinha escondido.

Muitas pessoas da Idade Média pensavam que algumas mulheres cavalgavam «durante a noite com Diana, deusa dos pagãos ... montadas sobre certos animais ... e cobrindo distâncias imensas». Durante séculos, a Igreja deplorou esta crença e impôs penitência. Mais tarde, porém, mudou de opinião. No século XIII, o papa Alexandre IV determinou que a bruxaria implicava heresia, e, no século XVI, quem negasse a existência de bruxas que voavam de noite podia ser queimado como bruxo!

A deusa das bruxas tinha vários nomes, mas os textos eruditos se lhe referem vulgarmente pelo nome de Diana, ou Ártemis, deusa da Lua. O seu templo em Éfeso, na atual Turquia, era um centro religioso do mundo antigo. Os Sicilianos acreditavam que nas noites de quinta-feira as seguidoras de Diana deixavam os seus corpos deitados junto aos maridos e voavam na escuridão para dançarem e festejarem com as almas dos mortos. Traziam fertilidade e abundância às casas bem tratadas e consumiam as ofertas que os seus habitantes lhes deixavam.

Estas viagens em sonhos eram abominações demoníacas aos olhos da Igreja. Nos séculos XVI e XVII, muitas mulheres confessavam ter voado com o Demónio para assistir ao sabbat (assembleia de bruxas). Na Suíça, as bruxas montavam muitas vezes em lobos, mas também em grandes gatos pretos e cabras. Gradualmente, os meios de transporte viriam a incluir objetos como cadeiras, pás, paus e sobretudo vassouras untadas com unguentos mágicos feitos de beladona, acônito, cicuta e outras plantas venenosas. Dizia-se que o óleo dos unguentos provinha de gordura fervida de bebês por batizar ou de crianças roubadas de casa ou desenterradas das suas sepulturas. Os investigadores atuais afirmam que estes voos fantásticos deviam ser fruto de ilusões e imaginações excitadas induzidas por drogas.

Em l558, o alquimista Gianbatista Porta viu uma bruxa se untando com um unguento e entrar em transe. Ao acordar, afirmou ter estado a voar, embora Porta não a tivesse visto mexer-se. Outras testemunhas foram mais afortunadas. Em 1527, Avellaneda, outro inquisidor da região basca, levou homens armados até uma estalagem, a fim de torturar uma vítima à hora das bruxas – imediatamente antes da meia-noite de sexta-feira. A mulher foi levada para «um quarto interior; untou-se da forma habitual com um unguento venenoso, que também se usa para matar pessoas, e dirigiu-se a uma janela alta ... Depois, chamou o Diabo, pedindo-lhe ajuda, e ele apareceu, como era seu costume, pegando nela e levando-a quase até ao solo». Quando um dos soldados, aterrado, invocou o nome de Cristo, a bruxa e o Diabo desapareceram. A mulher foi apanhada passados alguns dias noutra cidade. O Diabo, segundo se presume, continua à solta.


Fontes: Bruxaria; Dictionnaire Infernal. Paris: E. Plon, 1863.

Anjos


“Santo Agostinho prova que os anjos foram criados na obra dos seis dias, porque antes disso não havia então nenhuma criatura. E Deus diz, segundo as escrituras: «Quando as estrelas se formaram, todos os meus anjos me elogiaram em voz alta». Eles provavelmente receberam a existência, quando o criador disse: "Que haja luz!", palavra que se aplica, segundo o grande Bispo de Hipona, para o mundo visível e o invisível ...” (J.A.S. Collin de Plancy. Dictionnaire Infernal. Paris: E. Plon, 1863).

Anjo (do latim angelus e do grego ángelos (ἄγγελος), mensageiro), segundo a tradição judaico-cristã, a mais divulgada no ocidente, conforme relatos bíblicos, são criaturas espirituais, conservos de Deus como os homens (Apocalipse 19:10), que servem como ajudantes ou mensageiros de Deus.

Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas de ave, um halo e tem uma beleza delicada, emanando forte brilho. Por vezes são representados como uma criança, por sua inocência e virtude. Os relatos bíblicos e a hagiografia cristã contam que os anjos muitas vezes foram autores de fenômenos milagrosos e a crença corrente nesta tradição é que uma de suas missões é ajudar a humanidade em seu processo de aproximação a Deus.


Os anjos são ainda figuras importantes em muitas outras tradições religiosas do passado e do presente e o nome de "anjo" é dado amiúde indistintamente a todas as classes de seres celestes. Os muçulmanos, zoroastrianos, espíritas, hindus e budistas, todos aceitam como fato sua existência, dando-lhes variados nomes, mas às vezes são descritos como tendo características e funções bem diferentes daquelas apontadas pela tradição judaico-cristã, esta mesma apresentando contradições e inconsistências de acordo com os vários autores que se ocuparam deste tema.

Além disso a cultura popular em vários países do mundo deu origem a um copioso folclore sobre os anjos, que muitas vezes se afasta bastante da descrição mantida pelos credos institucionalizados dessas regiões.


Fontes: J.A.S. Collin de Plancy. Dictionnaire Infernal. Paris: E. Plon, 1863; Wikipédia.