quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Sonhos com Mortos


Muitas culturas desprovidas de tecnologias sofisticadas acreditam que podemos entrar em contato com os mortos durante nossos sonhos. Na realidade, alguns antropólogos sugerem que a crença na existência de vida após a morte tem raízes no fato de que sonhamos, muitas vezes, com amigos e parentes já falecidos. No entanto, novas pesquisas estão a indicar que alguns desses sonhos peculiares poderiam ser literalmente verdadeiros.

Vários casos que apontam nessa direção foram coletados por Helen Solen, de Portland, Oregon, que tem se mostrado particularmente interessada nas experiências oníricas de uma dona de casa, à qual ela dá o nome de Gwen. Os sonhos post-mortem de Gwen começaram em 1959, logo após a morte de sua mãe.

- Não me recordo bem se já sonhei com qualquer outra pessoa, viva ou morta - contou ela a Solen. - No entanto, fiquei muito abalada com a morte de minha mãe, que tinha apenas 49 anos. Muitas vezes, após seu falecimento, ela me procurava em sonho, especialmente quando eu estava perplexa, ou então perturbada.

Em pouco tempo, Gwen percebeu que podia pedir a ajuda da mãe em momentos de crise, e o fantasma respondia em seus sonhos. Certa noite, por exemplo, Gwen sonhou com uma sala cheia de caixões de defunto. A sugestão do estranho sonho era que o pai dela também estava prestes a morrer. Sua mãe apareceu-lhe nos sonhos naquela madrugada para confortá-la, e para explicar que ela ajudaria pessoalmente o velho a fazer a transição.

Dois dias mais tarde, o pai de Gwen teve de ser levado às pressas ao hospital, e os médicos avisaram que teriam de realizar delicada cirurgia no coração. Gwen deu permissão para que os médicos o operassem, porém o desenlace aconteceu dois dias depois.

A mãe de Gwen apareceu em sonho para dizer que naquela madrugada a crise finalmente chegaria ao fim. Gwen acordou logo depois e viu que eram 7 horas. Decorrido pouco tempo - precisamente às 7h10 -, recebeu um telefonema do hospital, avisando que seu pai falecera.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Cela 17

Os membros do Molly Maguires marcham para a morte em Pottsville, Pensilvânia (21/06/1877)


Nos vinte anos entre 1860 e 1880, os EUA foram abalados por violentos conflitos trabalhistas. As condições de trabalho nas minas de carvão da Pennsylvania eram terríveis - um operário recebia, em média, 50 centavos de dólar por um longo e perigoso dia de labuta embaixo da terra - e os mineiros, a maioria imigrantes irlandeses, viviam em frequente disputa com seus chefes, muitos dos quais descendentes de ingleses e galeses.

Para enfrentar os proprietários das minas, formou-se a sociedade secreta chamada Mollie Maguires. Essa sociedade organizou a primeira greve contra as companhias de mineração dos EUA. Mas a resistência dela foi mais além: seus integrantes incitaram tumultos e mataram cerca de 150 pessoas.

Os donos das minas contrataram os serviços da Agência de Detetives Pinkerton, que colocou o agente James McParlen disfarçado entre os membros da Mollie Maguires. Mais tarde, o testemunho de McParlen enviaria doze participantes da sociedade secreta para a forca. Em 1877, "Yellow Jack" Donohue foi condenado por haver matado um contramestre da Lehigh Coal and Navigation Company. Três outros homens foram sentenciados à forca pelo assassinato de outro supervisor de uma mina. Dois desses homens enfrentaram estoicamente a morte. Contudo, um deles - Alexander Campbell - jurou estar inocente.

Quando o arrastavam da cela número 17, no primeiro pavimento, Campbell esfregou a mão esquerda na poeira do chão e pressionou a palma contra a parede.

- Esta impressão palmar permanecerá aqui para sempre, como prova de minha inocência - gritou o condenado.

Campbell repetiu o juramento de inocência por várias vezes, enquanto ia sendo arrastado à força para o patíbulo, onde, após a abertura do alçapão, ele ainda demorou 14 minutos para morrer por enforcamento. Campbell se foi, porém, sua impressão palmar ficou, exatamente como prometera.

Em 1930, quando Robert L. Bowman foi eleito xerife de Carbon County, prometeu retirar a impressão, que já estava sendo considerada como prova de um terrível erro judiciário na história do município. Em dezembro de 1931, uma equipe de trabalho entrou na cela de número 17 e retirou da parede o pedaço do reboco onde estava a impressão palmar, substituindo-o por um reboco novo.

Na manhã seguinte, o xerife entrou na cela e ficou horrorizado ao ver o leve contorno da mão, no reboco ainda úmido. À noite, a impressão palmar negra era perfeitamente visível.

Embora a cela agora seja mantida trancada, sendo aberta apenas para algum visitante ocasional, a impressão palmar continua lá até hoje.

Em 1978, um pintor de paredes entrou às escondidas na cela e tentou pintar aquele pedaço do reboco, mas a impressão reapareceu, minutos depois, na tinta fresca.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Mente Fotográfica


Ted Sérios era conhecido como "o homem da mente fotográfica" - não por causa de sua memória, mas devido à capacidade de imprimir imagens em filmes Polaroid pela pura concentração.

A maior parte do que sabemos do caso nos vem dos relatos do psiquiatra Jule Eisenbud, de Denver, Colorado, que trabalhou com Sérios nos anos 60. Sérios, ex-mensageiro de hotel em Chicago, morou na casa de Eisenbud durante a realização dos experimentos. Seu procedimento normal era olhar para a lente da câmara, frequentemente através de um cilindro de papel preto, e dizer aos pesquisadores quando deviam apertar o disparador. Em geral, uma cena borrada aparecia na foto resultante.

Naturalmente, os céticos afirmaram que a coisa toda não passava de fraude, declarando que o estranho cilindro com o qual Sérios gostava de trabalhar continha uma lente oculta. No entanto, tais críticas não conseguiram explicar todos os detalhes do sucesso do ex-mensageiro.

Uma experiência um tanto intrigante foi imaginada pelo dr. Eisenbud, em 1965. Várias testemunhas reuniram-se em sua casa, e cada uma delas anotou determinada cena em um pedaço de papel. Sérios, que não foi informado das sugestões, simplesmente recebeu ordens de imprimir uma das cenas em filme Polaroid. Isso significava que parte da mente dele precisava receber, mediunicamente, as sugestões, escolher uma delas, e então imprimi-la no papel fotográfico.

Sérios começou sua parte da experiência tomando algumas cervejas, antes de começar a trabalhar, e olhando fixamente para a máquina fotográfica. A imagem que resultou parecia a foto de uma aranha em pose, fora de foco. E não combinava com nenhuma das sugestões dadas pelos convidados. A única que se aproximava era a que trazia escritas em um pedaço de papel as palavras "avião com escalonamento dos planos de voo".

Dois anos mais tarde, quando o dr. Eisenbud lia um exemplar de “The American Heritage of Flight”, encontrou, para sua surpresa, uma série de fotos de aviões biplanos com a asa superior avançada - e a foto anterior de Sérios era idêntica a uma delas.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Fata Morgana

A miragem, como observada no Porto de Messina - The Book of Curiosities (1854)

O efeito de Fata Morgana, do italiano fata Morgana (ou seja: fada Morgana), em referência à fictícia feiticeira (Fada Morgana) meia-irmã do Rei Artur que, segundo a lenda, era uma fada que conseguia mudar de aparência, é um efeito de ilusão ótica.

Trata-se de uma miragem que se deve a uma inversão térmica. Objetos que se encontrem no horizonte como, por exemplo, ilhas, falésias, barcos ou icebergues, adquirem uma aparência alargada e elevada, similar aos "castelos de contos de fadas".

A Fata Morgana mais célebre é a que se produz no Estreito de Messina, entre a Calábria e a Sicília.

Com tempo calmo, a separação regular entre o ar quente e o ar frio (mais denso) perto da superfície terrestre pode atuar como uma lente refratária, produzindo uma imagem invertida, sobre a qual a imagem distante parece flutuar. Os efeitos Fata Morgana costumam ser visíveis de manhã, depois de uma noite fria. É um efeito habitual em vales de alta montanha, onde o efeito se vê acentuado pela curvatura do vale, que cancela a curvatura da Terra. Também se costuma ver de manhã nos mares árticos, com o mar muito calmo, e é habitual nas superfícies geladas da Antártida.

Os efeitos de Fata Morgana são miragens ditas superiores, diferentes das miragens inferiores, que são mais comuns e criam a ilusão de lagos de água distantes nos desertos ou em estradas com o asfalto muito quente.

O efeito Fata Morgana foi o tema de uma questão no ENEM de 2015 onde especulava-se que este foi o motivo do naufrágio do Titanic. O fenômeno ótico que produz a Fata Morgana é a refração, a reflexão e a difusão da luz. Todos eles são fundamentais para a ocorrência do fenômeno.



Fontes: Wikipédia; The Book of Curiosities, by I. Platts.

Cronologia dos Casos de Vampirismo


Não é possível se fazer um levantamento completo de todos os casos de vampirismo ou presumíveis como tal, mas podemos elaborar uma lista das principais manifestações que originam o processo verbal ou crônica de época.

— Snornik, em Engic: Ao morrer, a mulher de um padre ortodoxo russo confessou-se vampiro.

— Morávia, perto de Olmütz, em Liebava: O vampiro era uma pessoa considerada no local. Um húngaro caçador de vampiros subiu à noite ao campanário da igreja, perto do cemitério, a fim de espiar a saída do vampiro, a quem roubou a mortalha o que provocou uivos de revolta do vampiro. O húngaro convidou-o a vir buscar o seu fato de defunto e, quando este fez menção de subir ao campanário, o húngaro deitou-o da escada abaixo e cortou-lhe a cabeça com a ajuda de uma pá.

— Sjonica: Uma noite, um homem chamado Ibro armou-se de uma faca e foi na mira de um vampiro. A luta não durou quase nada e o morto-vivo escapou-se. Perto da ponte da aldeia o homem volta a apanha-lo, apunhalando-o. No dia seguinte, no sítio onde o vampiro fora ferido, apenas foi encontrado um pouco de sangue, e na lâmina do punhal alguém escreveu uma oração em turco.

— Paris, 1310: A seguir ao concílio de Troyes, em maio de 1310, Filipe O Belo fez exumar o cadáver de Jean de Turo, construtor da torre, e iniciado no «Le Temple», mandando lançar ao fogo o seu corpo um século depois da sua morte.

— Boêmia, em Blow, perto de Cadar (1337): Manifestações vampíricas no claustro de Opatowicze.

— Boêmia, em Lewin (1345): Morte de uma mulher que se dedicava à feitiçaria (morte natural ou suicídio), tendo sido sepultada num cruzamento de duas estradas.

— Alta-Estíria, em Gratz (1451): Bárbara de Cillei ou Barbe de Cillei - amada por Segismundo da Hungria. O seu cadáver foi arrancado à morte graças ao ritual de Eléazar, que detinha o poder Abramelin o Mágico. Shéridan le Fanu inspirou-se em Bárbara de Cillei para o personagem principal da sua obra-prima Carmila, o Drácula feminino.

— Transilvânia, Curtes de Arges (1476): Vlad Draculya – Senhor da Valáquia, rei dos vampiros e cavaleiro da Ordem do Dragão foi enterrado na ilha de Snagov, na Romênia. Segundo investigações arqueológicas recentes, o seu túmulo encontra-se vazio.

— Morávia, em Egwanschitz (1610): Manifestações de vampiros anos a fio.

— Cracóvia, fevereiro de 1624: Mulher-vampiro em Clapardia, perto de Cracóvia.

— Istrie, em Khring (ou Krinck) (1672): A 17 milhas de Laybach, no ducado de Miterburgo, um certo Giure Grando foi enterrado no cemitério local e atormentou durante longo tempo as gentes daquela região.

— Hungria, Medreiga (Medwegya) (1690): Arnold Paole, heiduque de Medreiga, foi importunado por um vampiro nos arredores de Casanova, nas fronteiras da Sérvia turca. Afirmou que só depois de ter ido ao túmulo do vampiro, comido terra do sepulcro e esfregado o corpo com sangue daquele se viu livre de tal obsessão.... Pouco tempo depois morreu num acidente. Dias depois de ser enterrado, fenômenos de vampirismo aconteceram na aldeia. O corpo foi desfeito, mas estava perfeitamente conservado; porém os fenômenos continuaram! Arnold Paole viria a localizar mais dezessete cadáveres de heiduques iniciados em vampirismo. Um verdadeiro desfile de cavalaria das trevas.

— Comuna rural de Metwett sobre Morava (1731): Treze óbitos em seis semanas. São acusadas duas mulheres, mortas há pouco tempo, que durante a sua vida se dedicaram ao culto do vampiro. Miliza, que morreu em idade avançada, e Stanno ainda jovem. A primeira chegada de Montenegro (ocupada então pelos turcos), onde fora contatada por um vampiro. A Segunda vinda da Turquia.

— Hungria, Kisilova, a três léguas de Gradish (1738): Um vampiro de nome Peter Plogojowitz espalhou o terror em 1738 na aldeia de Kisilova. Morreram nove pessoas em oito dias.

— Banat, Transilvânia (1755): Uma aldeia de Olmütz é citada, por um escritor, pelos numerosos casos de vampirismo aí ocorridos.

— Sérvia, em Novi-Bazar (1827): As crônicas da época falam de fatos concretos passados com vampiros, sem, contudo, darem pontos de referência.

— La Pierre-Sèche, perto de Salbris, França: Um dos casos mais espantosos relativos a um casal: Paul de Gièvres e Virginie Blanchet, cujo túmulo está visível à beira do lago de Sologne.

— Tucchla (tuchela) (1873): O vampiro era o senhor ilustre da aldeia: Nicolai Macevko.

— District de Stry (1873): Na sequência do caso de vampirismo de Tucchla, o povo do distrito de Stry dirigiu-se (ao fim de se registrarem várias mortes) a um túmulo suspeito em Slavka, destruindo o cadáver.

— Sérvia, Pléternika (1888): Manifestações sangrentas de um vampiro, que foi abatido pela gente da aldeia.

— Hungria, Krasznahorta (18...): No distrito de Rozsnyo, junto à pequena aldeia de Palotz, ergue-se o castelo de Krasnahorka. Em 1241, um pastor descobre uma pedra singular assim como um pequeno tesouro com o qual fez construir um castelo. Numa das salas, num caixão de vidro, está uma mulher vestida de preto, não reduzida a pó, com o braço direito ligeiramente levantado e o dedo indicador misteriosamente apontando...

— Romênia, Crassova (1889): Trinta cadáveres foram trespassados por estacas no seguimento de manifestações vampíricas.

— Transilvânia, Curtes de Arges (19...): Narração de Tinka, velha cigana de pequena aldeia de Capatineni, junto ao castelo de Drácula (narrado ao historiador Florescu). Logo a seguir à morte de seu pai se aperceberam estar-se na presença de um vampiro, uma vez que não se lhe manifestou qualquer rigidez cadavérica. Segundo Tinka, atravessaram-lhe o coração com uma estaca.

— Romênia, Préjam (distrito de Vilces) (1902): Uma criança de 13 anos morta há pouco tempo foi decapitada, depois de lhe trespassarem o coração.

— Iugoslávia, Kneginecc (1936): Diversos casos de vampirismo, atribuídos ao cadáver de uma mulher nova, enterrada no século XIII no castelo de Herdody, em Varazdin.

— Sérvia, Kosovo-Mtohija, (de 1936 a 1940) (de 1947 a 1948): Entre os Tziganes da província de Kossovo-Métohija, aconteceram muitos casos de vampirismo.

— França, Nucourt, a 12 km de Gisors, século XIX: Descobre-se na torre templária de Neaufles um cadáver exangue apresentando no corpo marcas que lembram as que são feitas por tridentes. (Algumas pessoas localizaram este caso como tendo ocorrido no século XVIII.) Em 1974, três túmulos do cemitério de Nucourt foram abertos e esvaziados.

— Grã-Bretanha, Londres, Highgate (1974): Sean Manchester acaba de publicar recentemente um livro sobre o caso do vampiro de Highgate. Várias testemunhas falam de manifestações de origem vampírica, no cemitério de Highgate. Fala-se de um misterioso caixão, vindo da Turquia para Highgate, no século passado.

David Farrant, presidente da British Psychic and Occult Societh, que numa noite celebrou o ritual de invocação ao vampiro, esteve preso durante quatro anos.

Repetiram-se os casos de vampirismo em 1979. Segundo a imprensa britânica, surgiram mais casos de animais exangues nas imediações do cemitério. Farrant está neste momento elaborando um livro sobre o caso de Highgate.


Fonte: Os Vampiros - Jean-Paul Bourre - Publicações Europa-América (1986)

Fenômenos Luminosos


O sangue dos cadáveres dos santos, passados anos sobre a sua exumação, deverá ser considerado de natureza humana ou sobrenatural?

Os bioquímicos que o analisaram em laboratórios atestam tratar-se de sangue humano, mas esbarram com fato incompreensível: como é que o sangue se mantém, se renova, não coagula?

Esta pergunta atordoa e fica sem resposta. Em certos casos desencadeiam-se sentimentos descontrolados, noutros, porém, é a resposta embebida em amor e em certeza. Inquietação, para outros tantos...

Não há provas irrefutáveis, apenas fenômenos inexplicáveis como que a interpor um véu entre o homem e a natureza secreta do milagre.

Por exemplo, o caso de manifestações luminosas: J. Moschus, depois de ter feito um inquérito entre monges do Oriente, testemunha:

«Há sete anos vimos à noite, no cume da montanha, luz que parecia um incêndio. Pensamos que fosse para afugentar certos animais, mas durou tantos dias que acabamos por subir até lá. Não encontramos o mais pequeno sinal, nem algum ponto de luz ou algo queimado na floresta. Na noite seguinte, voltamos a ver a mesma claridade, repetindo-se durante todo um trimestre. Decidimo-nos então fazer-nos acompanhar de alguns companheiros e, munidos de armas, voltamos a subir a montanha na direção da tal claridade. Ficamos até de manhã. Vimos então aí uma pequena gruta onde logo entramos, deparando com um anacoreta morto. Vestia um casaco feito de corda e segurava um crucifixo de prata. Perto dele uma folha onde se escrevera: Eu, pobre Jean, morri na quinta indicação. Fizemos então o cálculo e chegamos à conclusão de que teria morrido havia sete anos. Pois o seu estado de conservação era como se tivesse morrido no dia em que o descobrimos! »

Voltamos a encontrar estes fenômenos de luzes noturnas nos pormenores miraculosos que envolveram a morte do padre Charbel Makhlouf, eremita maronita, que morreu a 24 de dezembro de 1898 no Líbano.

Por exemplo: na noite seguinte a ser sepultado e nas quarenta e cinco que se seguiram apareceram sempre sinais luminosos à volta do seu túmulo.

Também o irmão George Emmanuel Abi-Sassine testemunhará junto das autoridades religiosas, no dia 14 de julho de 1926:

«Nós podíamos ver diante de nós a pouca distância, para Sul, uma luz brilhante sobre o túmulo, mas uma luz no gênero da luz elétrica apagando e acendendo. Manteve-se tanto tempo assim que foi possível observá-la bem. A cúpula do mosteiro, e todo o lado oposto ao túmulo, a Oriente, pareciam iluminados pela claridade do dia. Dirigimo-nos ao mosteiro e contamos aos monges o que se passara, sentindo, porém, que a nossa história não lhes merecia qualquer credibilidade. Voltamos a ver o mesmo espetáculo maravilhoso sempre que em noites de vigília passávamos junto do túmulo, assim como o observaram todos aqueles que nos acompanhavam. »

A 15 de Abril de 1899 abriu-se o túmulo na presença das autoridades eclesiásticas e de dez testemunhas civis. Todos disseram que devido às chuvas o túmulo do irmão Charbel era um imenso lamaçal.

O corpo flutuava na lama, e sob a água que do alto caía em abundância. Apesar de tudo continuava flexível, sem rigidez de membros. De mãos postas sobre o peito segurava um crucifixo. No rosto e nas mãos havia sinais de bolor, que Saba Moussa retirou, reaparecendo aos nossos olhos como que um homem apenas adormecido... sangue encarnado vivo misturado com água escorreu do seu lado...

«O corpo flexível, transpirando sangue, nenhum sinal de corrupção, como que acabado de ser enterrado nesse momento. » (Testemunho do irmão Elie Abi-Ramia.)

Passado um ano sobre a sua morte, declara o professor Teófilo Maroun: «um curandeiro tirou-lhe as vísceras a fim de pôr termo àquela transpiração aquo-sanguínea. Mas foi em vão...»

Em 1900 o corpo do irmão Charbel foi exposto ao Sol durante seis meses no terraço da Igreja esperando-se que secasse. Em vão, novamente, pois que nos sete anos a seguir o cadáver manteve a mesma transpiração.

Sessenta e quatro anos depois da sua morte, isto é, a 7 de agosto de: 1952, o corpo foi de novo exposto. O irmão Daher escreverá: Vi com os meus próprios olhos esse corpo intacto, umedecido, ele e as vestes sacerdotais, assim como o próprio caixão...

Os corpos incorruptíveis revelam os mistérios do sangue após a morte e a conservação completa do corpo. Poderemos evocar a força fantástica que retém os átomos do cadáver, evita a sua desagregação e o seu regresso ao pó.

Esta força cria uma nascente de sangue, cura os doentes, ilumina o túmulo. E como se o sangue sofresse uma transformação química que o transformasse em luz.

Para os místicos, esta força rodopia, sondando o coração do homem. A sua presença é universal.


Fonte: Os Vampiros - Jean-Paul Bourre - Publicações Europa-América (1986)