sábado, 26 de janeiro de 2013

Agathodemon

O "bom espírito" ou um demônio benevolente, oriundo provavelmente do Antigo Egito. Segundo o "Dicionário Mágico" é um termo grego, designando um demônio benéfico que acompanha a pessoa durante toda a vida, manifestando-se quando isso se faz necessário para proteger o indivíduo de um perigo, ajudá-lo a resolver uma dúvida, etc.

Afirmava-se que o filósofo Sócrates possuía um demônio desse tipo, de extraordinário poder.

Na antiga religião grega, Agathos Daimon ou Agathodemon (do grego ἀγαθὸς δαίμων, significando "nobre espírito") era um demônio ou espírito que preside a vinhas e searas. Um espírito companheiro, semelhante ao romano gênio, garantindo a boa sorte, saúde e sabedoria.

Embora seja pouco notado na mitologia grega (Pausanias, suspeitando que o nome era um epíteto meramente Zeus), ele foi destaque na religião. Era costume beber ou derramar algumas gotas de vinho para homenageá-lo em cada simpósio ou em banquetes. Um templo dedicado a ele foi localizado na estrada de Megalópoles para Maenalus em Arcádia.

Agathos Daimon foi o cônjuge ou companheiro de Tyche Agathe (Τύχη Ἀγαθή: Boa Fortuna; latim: Agatha). Sua presença pode ser representada na arte como uma serpente ou mais concretamente como um jovem carregando uma cornucópia e uma tigela na mão, e uma papoula e uma espiga de grão em outra. O Agathodemon mais tarde foi adaptado como o demônio da fortuna, particularmente da abundância contínua dos bens de uma família, como alimentos e bebidas.

No sincretismo religioso da antiguidade, a figura de Agathodemon está ligada aos amuletos egípcios de segurança e boa sorte: uma jóia esculpida com símbolos mágicos tem as imagens de Serapis com o crocodilo, o sol-leão e Osíris cercado por uma cobra com cabeça de leão.

Fontes: Wikipédia; Dicionário Mágico.

Aeromancia

Aeromancia é a arte de predizer o futuro mediante a observação de formações gasosas no ar, ventos, nuvens e fenômenos do céu. Vem do grego "aero", que significa "ar" e "mancia" que significa "adivinhaçao".

Baseada, principalmente, nas direções do vento, uma das variações inclui atirar-se punhados de areia ou poeira ao vento, e estudar-se a forma resultante da nuvem de pó que se formava para responder-se à questão proposta.

Outra variante consistia em jogar ao vento um punhado de sementes, as quais, ao cair ao solo, formavam um desenho ou figura que era interpretado de forma análoga àadivinhação pelas folhas de chá.

Fontes: Dicionário Mágico; Elgrantarot.es.

O Êxodo: versão científica


Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII a.C., por obra dos escribas do Templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que cresciam entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heróicos que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. Tais intenções acabaram batizadas de "ideologia deuteronômica", porque estão mais evidentes no livro Deuteronômio.

A prova de que esses textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no século XIII a.C., quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só viriam a existir 500 anos depois, justamente no período dos escribas deuteronômicos. Também não havia um local chamado Monte Sinai, onde Moisés teria recebido os Dez Mandamentos. Sua localização atual, no Egito, foi escolhida entre os séculos IV e VI d.C., por monges cristãos bizantinos, porque ele oferecia uma bela vista. Já as Dez Pragas seriam o eco de um desastre ecológico ocorrido no Vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá.

Vejamos agora o caso de Abraão, o patriarca dos judeus. Segundo a Bíblia, ele era um comerciante nômade que, por volta de 1850 a.C., emigrou de Ur, na Mesopotâmia, para Canaã (na Palestina). Na viagem, ele e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico e, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados. Aqui também há erros geográficos: lugares citados na viagem de Abraão, como Hebron e Bersheba, nem existiam então. Hoje, a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII a.C. (mais de 1 000 anos após a suposta viagem).

Então, como surgiu o povo hebreu? Na verdade, hebreus e canaanitas são o mesmo povo. Por volta de 2000 a.C., os canaanitas viviam em povoados nas terras férteis dos vales, enquanto os hebreus eram nômades das montanhas. Foi o declínio das cidades canaanitas, acossadas por invasores no final da Idade do Bronze (300 a.C. a 1000 a.C.), que permitiu aos hebreus ocupar os vales.

Segundo a Bíblia, os hebreus conquistaram Canaã com a ajuda dos céus: na entrada de Jericó, o exército hebreu toca suas trombetas e as muralhas da cidade desabam, por milagre. Mas a ciência diz que Jericó nem tinha muralhas nessa época. A chegada dos hebreus teria sido um longo e pacífico processo de infiltração.

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por Vinícius Romanini
Para a Revista SuperInteressante

O Dilúvio: versão científica


No Gênesis, a história do dilúvio é uma das poucas que ainda alimenta o interesse dos cientistas, depois que os físicos substituíram a criação do mundo pelo Big Bang e Darwin substituiu Adão pelos macacos. O que intrigou os pesquisadores foi o fato de uma história parecida existir no texto épico babilônico de Gilgamesh - o que sugere que uma enchente de enormes proporções poderia ter acontecido no Oriente Médio e na Ásia Menor.

Parte do mistério foi solucionado quando os filólogos conseguiram demonstrar que a narrativa do Gênesis é uma apropriação do mito mesopotâmico.

"Não há dúvida de que os hebreus se inspiraram no mito de Gilgamesh para contar a história do dilúvio", afirma Rafael Rodrigues da Silva, professor do Departamento de Teologia da PUC de São Paulo, especialista na exegese do Antigo Testamento.

O povo hebreu entrou em contato com o mito de Gilgamesh no século VI a.C. Em 598 a.C., o rei babilônico Nabucodonosor, depois de conquistar a Assíria, invadiu e destruiu Jerusalém e seu templo sagrado. No ano seguinte, os judeus foram deportados para a Babilônia como escravos. O chamado exílio babilônico durou 40 anos.

Em 538 a.C., Ciro, o fundador do Império Persa, depois de submeter a Babilônia permitiu o retorno dos judeus à Palestina. Os rabinos ou "escribas" começaram a reconstruir o Templo e a reescrever o Gênesis para, de alguma forma, dar um sentido teológico à terrível experiência do exílio. Assim, a ameaça do dilúvio seria uma referência à planície inundável entre os rios Tigre e Eufrates, região natal de Nabucodonosor; os 40 dias de chuva seriam os 40 anos do exílio; e a aliança final de Deus com Noé, marcada pelo arco-íris, uma promessa divina de que os judeus jamais seriam exilados.

Solucionado o mistério do dilúvio na Bíblia, continua o da sua origem no texto de Gilgamesh. No final da década de 90, dois geólogos americanos da Universidade Columbia, Walter Pittman e Willian Ryan, criaram uma hipótese: por volta do ano 5600 a.C., ao final da última era glacial, o Mar Mediterrâneo havia atingido seu nível mais alto e ameaçava invadir o interior da Ásia na região hoje ocupada pela Turquia, mais precisamente a Anatólia. Num evento catastrófico, o Mediterrâneo irrompeu através do Estreito de Bósforo, dando origem ao Mar Negro como o conhecemos hoje. Um imenso vale de terras férteis e ocupado por um lago foi inundado em dois ou três dias.

Os povos que ocupavam os vales inundados tiveram que fugir às pressas e o mais provável é que a maioria tenha morrido. Os sobreviventes, porém, tinham uma história inesquecível, que ecoaria por milênios. Alguns deles, chamados ubaids, atravessaram as montanhas da Turquia e chegaram à Mesopotâmia, tornando-se os mais antigos ancestrais de sumérios, assírios e babilônios. Estaria aí a origem da narrativa de Gilgamesh. Essa teoria foi recebida por arqueólogos e antropólogos como fantástica demais para ser verdadeira.

No entanto, no verão de 2000, o caçador de tesouros submersos Robert Ballard, o mesmo que encontrou os restos do Titanic, levou suas poderosas sondas para analisar o fundo do Mar Negro nas proximidades do que deveriam ser vales de rios antes do cataclisma aquático. Ballard encontrou restos de construções primitivas e a análise da lama colhida em camadas profundas do oceano provaram que, há 7 600 anos, ali existia um lago de água doce. A hipótese do grande dilúvio do Mar Negro estava provada.

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por Vinícius Romanini
Para a Revista SuperInteressante

A Bíblia passada a limpo

Descobertas recentes da arqueologia indicam que a maior parte das escrituras sagradas não passam de lenda. A disputa entre ciência e religião pela posse da verdade é antiga. No Ocidente, começou no século XVI, quando Galileu defendeu a tese de que a Terra não era o centro do Universo. Essa primeira batalha foi vencida pela Igreja, que obrigou Galileu a negar suas idéias para não ser queimado vivo. Mas o futuro dessa disputa seria diferente: pouco a pouco, a religião perdeu a autoridade para explicar o mundo. 

Quando, no século XIX, Darwin lançou sua teoria sobre a evolução das espécies, contra a idéia da criação divina, o fosso entre ciência e religião já era intransponível.

Nas últimas décadas, a Bíblia passou a ser alvo de ciências como a filologia (o estudo da língua e dos documentos escritos), a arqueologia e a história. E o que os cientistas estão provando é que o livro mais importante da história é, em sua maior parte, uma coleção de mitos, lendas e propaganda religiosa.

Primeiro livro impresso por Guttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne escritos fundamentais para as três grandes religiões monoteístas - Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos diferentes. O Velho Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46 livros que pretendem resumir a história do povo hebreu desde o suposto chamamento de Abraão por Deus, que teria ocorrido por volta de 1850 a.C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a.C. Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um período bem menor: cerca de 70 anos que vão do nascimento de Jesus à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C.

O coração do Velho Testamento são os primeiros cinco livros, que compõem a Torá do Judaísmo (a palavra significa "lei", em hebraico). Em grego, o conjunto desses livros recebeu o nome de Pentateuco ("cinco livros"). São considerados os textos "históricos" da Bíblia, porque pretendem contar o que ocorreu desde o início dos tempos, inclusive a criação do homem - que, segundo alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a.C. O Pentateuco inclui o Gênesis (o "livro das origens", que narra a criação do mundo e do homem até o dilúvio universal), o Êxodo (que narra a saída dos judeus do Egito sob a liderança de Moisés) e os Números (que contam a longa travessia dos judeus pelo deserto até a chegada a Canaã, a terra prometida).

Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. "Ela é a única que fornece dados novos", diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada, inédito no Brasil), publicado no ano passado. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C.
O Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopéia literária. O mesmo vale para as conquistas de David e as descrições do império de Salomão.

A ciência também analisa os textos do Novo Testamento, embora o campo de batalha aqui esteja muito mais na filologia. A arqueologia, nesse caso, serve mais para compor um cenário para os fatos do que para resolver contendas entre as várias teorias. O núcleo central do Novo Testamento são os quatro evangelhos. A palavra evangelho significa "boa nova" e a intenção desses textos é clara: propagandear o Cristianismo. Três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são chamados sinóticos, o que pode ser traduzido como "com o mesmo ponto de vista". Eles contam a mesma história, o que seria uma prova de que os fatos realmente aconteceram. Não é tão simples. O problema central do Novo Testamento é que seus textos não foram escritos pelos evangelistas em pessoa, como muita gente supõe, mas por seus seguidores, entre os anos 60 e 70, décadas depois da morte de Jesus, quando as versões estavam contaminadas pela fé e por disputas religiosas.

Nessa época, os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos pelos romanos, e alguns dos primeiros apóstolos, depois de se separarem para levar a "boa nova" ao resto do mundo, estavam velhos e doentes. Havia, portanto, o perigo de que a mensagem cristã caísse no esquecimento se não fosse colocada no papel. Marcos foi o primeiro a fazer isso, e seus textos serviram de base para os relatos de Mateus e Lucas, que aproveitaram para tirar do texto anterior algumas situações que lhes pareceram heresias. "Em Marcos, Jesus é uma figura estranha que precisa fazer rituais de magia para conseguir um milagre", afirma o historiador e arqueólogo André Chevitarese.

Para tentar enxergar o personagem histórico de Jesus através das camadas de traduções e das inúmeras deturpações aplicadas ao Novo Testamento, os pesquisadores voltaram-se para os textos que a Igreja repudiou nos primeiros séculos do Cristianismo. Ignorados, alguns desapareceram. Mas os fragmentos que nos chegaram tiveram menos intervenções da Igreja ao longo desses 2 000 anos. Parte desses evangelhos, chamados "apócrifos" (não se sabe ao certo quem os escreveu), fazem parte de uma biblioteca cristã do século IV descoberta em 1945 em cavernas do Egito. Os evangelhos estavam escritos em língua copta (povo do Egito).

O fato de esses textos terem sido comprovadamente escritos nos primeiros séculos da era cristã não quer dizer que eles sejam mais autênticos ou contenham mais verdades que os relatos que chegaram até nós como oficiais. Pelo contrário, até. Os coptas, que fundariam a Igreja cristã etíope, foram considerados hereges, porque não aceitavam a dupla natureza de Jesus (humana e divina). Para eles, Jesus era apenas divino e os textos apócrifos coptas defendem essa versão. Mesmo assim, eles trazem pistas para elucidar os fatos históricos.

A tentativa de entender o Jesus histórico buscando relacioná-lo a uma ou outra corrente religiosa judaica também foi infrutífera, como ficou demonstrado no final da tradução dos pergaminhos do Mar Morto, anunciada recentemente. Esses papéis, achados por acaso em cavernas próximas do Mar Morto, em 1947, criaram a expectativa de que pudesse haver uma ligação entre Jesus e os essênios, uma corrente religiosa asceta, cujos adeptos viviam isolados em comunidades purificando-se à espera do messias. O fim das traduções indica que não há qualquer ligação direta entre Jesus e os essênios, a não ser a revolta comum contra a dominação romana.

O resultado é que, depois de dois milênios, parece impossível separar o verdadeiro do falso no Novo Testamento. O pesquisador Paul Johnson, autor de A História do Cristianismo, afirma que, se extrairmos, de tudo o que já se escreveu sobre Jesus, só o que tem coerência histórica e é consenso, restará um acontecimento quase desprovido de significado. "Esse 'Jesus residual' contava histórias, emitiu uma série de ditos sábios, foi executado em circunstâncias pouco claras e passou a ser, depois, celebrado em cerimônia por seus seguidores."

O que sabemos com certeza é que Jesus foi um judeu sectário, um agitador político que ameaçava levantar os dois milhões de judeus da Palestina contra o exército de ocupação romano. Tudo o mais que se diz dele precisa da fé para ser tomado como verdade. Assim como aconteceu com Moisés, David e Salomão do Velho Testamento, a figura de Jesus sumiu na névoa religiosa.

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por Vinícius Romanini
Para a Revista SuperInteressante

Adramelech

Adramelech é um dos dez sephiroths negativos (sephiroth, em hebreu, significa "contagem","números", "estatísticas"; as dez emanações de Ain Soph na cabala), comandados por Samael, o Anjo do Envenenamento. Seu culto teve origem provável na Síria, mais tarde sendo introduzido na Samária.

Nos cultos a Adramelech, crianças eram sacrificadas.

Na demonologia, Adramelech é considerado o grande embaixador do inferno, superintendente do guarda-roupa do demônio e presidente do supremo concílio do inferno. Ele freqüentemente aparece sob a forma de uma mula ou um pavão.

Na religião suméria de Adramelech (Adrammelech), ele era considerado o Deus-Sol sendo assim o centro da religião ,em sua descrição ele é tido como homem e faz uma espécie de contaraste com Anammelech, deusa-lua.

Adremelech faz aparições em diversos RPG's, como Final Fantasy Tactics Advance e Castlevania: Circle of the Moon.

Fontes: Dicionário Mágico; Wikipédia.

Alquimia: ciência ou seita?

O Alquimista - Pintura de Sir William Fettes Douglas (1822 - 1891)
Alquimia vem do árabe AL-Khemy, e quer dizer "a química". Esta ciência começou a se desenvolver por volta do século III a. C. em Alexandria, Egito, o centro de convergência da época e de recriação das tradições gregas, pitagóricas, platônicas, estóica, egípcias e orientais. Deve sua existência à mistura de três correntes: a filosofia grega, o misticismo oriental e a tecnologia egípcia. Obteve grande êxito na metalurgia, na produção de papiros e na aparelhagem de laboratório, mas não conseguiu seu principal objetivo: a Pedra Filosofal.

Os preceitos e axiomas alquímicos encontram-se condenados na misteriosa “Tábua Esmeraldina” (a esmeralda era considerada como a pedra preciosa mais formosa e mais cheia de simbolismo: a flor do céu), um dos quarenta e dois livros da doutrina hermética atribuídos a Hermes Trimegisto.

Hermes "Trismegisto" (isto é, três vezes grande) é identificado como sendo o deus egípcio Toth, que é uma representação do poder intelectual. Referências a ele já existiam nos tempos do filósofo Platão, por volta do ano 400 a. C.. Diz a lenda que os preceitos de Hermes foram gravados em uma esmeralda, o que deu origem ao nome "Tábua de Esmeralda". Os preceitos e ensinamentos de Hermes pautaram o trabalho dos alquimistas, que em suas obras faziam referências à Tábua de Esmeralda pelo seu nome latinizado, Tábula Smaragdia.

São preceitos metafísicos bastante avançados e complexos, de forma que só eram compreendidos pelos iniciados. Do nome de Hermes derivou o termo "hermético" e o "hermetismo", que significam "aquilo que é fechado, restrito". Algo que é hermeticamente fechado significa inacessível. Ensinamentos herméticos são restritos aos iniciados e pessoas comprometidas com determinada área do ocultismo.

Os sábios que dedicaram sua vida inteira à pesquisa alquímica pretendiam transformar os materiais opacos em metais brilhantes e nobres. Em suas recolhas de laboratórios realizavam valiosas pesquisas e idealizaram uma linguagem cheia de símbolos indecifráveis para, deste modo, burlar a vigilância a que estavam submetidos por parte daqueles regulamentos sociais, que em todos os tempos tem considerado como tarefa prioritária a perseguição, ou desqualificação daqueles que se atrevem a discordar e não compartilhar dos convencionalismos. Os grandes personagens do pensamento hermético e esotérico anotavam sua investigações em códigos e as chaves decifradoras só eram conhecidas pelos iniciados. Com isso muitos alquimistas se separavam da sociedade, formando seitas secretas e seu engajamento era feito através de juramentos:

“Eu te faço jurar pelos céus, pela terra, pela luz e pela trevas; Eu te faço jurar pelo fogo, pelo ar, pela terra e pela água; Eu te faço jurar pelo mais alto dos céus, pelas profundezas da terra e pelo abismo do tártaro; Eu te faço jurar por Mercúrio e por Anubis, pelo rugido do dragão Kerkorubos e pelo latido do cão de três tetas, Cérbero, guardião do inferno; Eu te conjuro pelas três Parcas, pelas três fúrias e pela espada a não revelar a pessoa alguma nossas teorias e técnicas”.

Devido às suas origens, a alquimia apresentou um caráter místico, pois absorveu as ciências ocultas da Mesopotâmia, Pérsia, Caldéia, Egito e Síria. A arte hermética da alquimia já nasceu em lenda e mistério. Os alquimistas usavam fórmulas e recitações mágicas destinadas a invocar deuses e demônios favoráveis as operações químicas. Por isso muitos eram acusados de pacto com o demônio, presos, excomungados e queimados vivos pela Inquisição da Igreja Católica.

Por questão de sobrevivência, os manuscritos alquímicos foram elaborados em formas de poemas alegóricos, incompreensíveis aos não iniciados. Mais de dois mil anos antes do início da nossa era, os babilônios e os egípcios, procuravam obter ouro artificialmente, e já se interessavam pela transformação dos metais em ouro. Nessa época, a prática da alquimia era realizada sob o mais absoluto dos segredos, pois era considerada uma ciência oculta. Sob a influência das ciências advindas do Oriente Médio, os alquimistas passaram a atribuir propriedades sobrenaturais às plantas, letras, pedras, figuras geométricas e os números eram usados como amuletos, como o 3, o 4 e o 7.

Em função das condenações proclamadas pela Igreja Católica aos alquimistas, durante a Idade Média, o cheiro de enxofre passou a ser associado ao diabo. Os alquimistas faziam suas experiências com enxofre comum, sendo denunciados pelos fortes cheiros emanados de suas casas ou laboratórios, o que permitia que fossem facilmente detectados e acusados de bruxaria e pacto com o demônio, pondo fim aos seus  trabalhos.

É também digno de registro a criação de Drácula, o vampiro, acusado de obter longevidade às custas do sangue humano. Seu surgimento não passou de uma bem sucedida tentativa para desmoralizar uma ordem mística alquimista, surgida na Idade Média, que trabalhava na obtenção do elixir da longevidade.

Importante também, é enumerar as muitas descobertas feitas por alquimistas em seus laboratórios, nas suas tentativas para atingir a Pedra Filosofal: Água-régia (mistura de ácido nítrico e clorídrico), arsênico, nitrato de prata (que produz ulcerações no tecido animal), acetato de chumbo, bicarbonato de potássio, ácidos sulfúrico, clorídrico, canfórico, benzóico e nítrico, sulfato de sódio e de amônia, fósforo, a potassa cáustica (hidróxido de potássio, que permitia a fabricação de sabões), entre muitas outras coisas que possibilitaram a evolução da humanidade.

O sucesso da alquimia na Europa se deve aos árabes, que introduziram idéias místicas acompanhadas por avanços práticos no procedimento químico como a destilação e a descoberta de novos metais e componentes.

Fonte: http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_25/alquimia.htmla

Adivinhação

Quiromancia
Adivinhação é o nome genérico para um enorme conjunto de técnicas mágicas destinadas a prever ou descobrir o futuro ou outros fatos desconhecidos. A adivinhação é praticada desde os tempos mais remotos até o presente imediato. Existe em todas as culturas, e em todos os níveis intelectuais. Assumiu uma grande variedade de formas.

No século XI antes de Cristo (I Samuel 2,8,3), Saul proibiu a adivinhação pela necromancia. Todos os tipos de adivinhos, inclusive os intérpretes de sonhos, feiticeiros, necromantes, foram condenados pelos maiores profetas.

Da mesma forma que a grande doutrina mágica do “acima, como abaixo” é o fundamento da astrologia, a sua conversão, "abaixo, como acima”, é a base de muitas formas de adivinhação.

Estudando os acontecimentos da terra, o feiticeiro ou adivinho pode descobrir as condições do céu. Ele pode, por exemplo, examinar o fígado de um carneiro para determinar se as condições celestes são favoráveis a um particular evento terrestre.

Este e outros altamente ecléticos métodos de predição do futuro estão baseados na assunção de que acontecimentos aparentemente sem importância constituem, na realidade, parte de um grande desenho do universo, e indicam a direção na qual o universo, como um todo, está movendo-se.

Entre os ramos da adivinhação estão:

Amniomancia — Observação do crânio de uma criança ao nascer.

Antropomancia — Consulta dos intestinos e órgãos internos de crianças sacrificadas (o imperador Juliano, o Apóstata, parece ter praticado este método de adivinhação).

Apantomancia — Observação de objetos que aparecem repentinamente.

Armomancia — Observação dos ombros e costas de um animal que foi sacrificado com esse propósito.

Aspidomancia — Adivinhação colocando-se no interior de um círculo mágico e caindo-se num estado de transe provocado pela recitação de fórmulas mágicas.

Belomancia — Adivinhação pela observação da trajetória de flechas.

Bibliomancia — Consulta de uma passagem ou linha de um livro, escolhida ao acaso.

Botanomancia — Adivinhação que queima os pequenos ramos de verbena ou outro vegetal, colocando-se no fogo, inscritas em papel, as perguntas que deverão ser respondidas 

Catoptromancia — Adivinhação por meio de lentes ou de espelhos mágicos. Esta prática esteve em voga na Roma antiga, e é mencionada por Apuleo, o filósofo e novelista romano, bem como por Pausanias, o viajor grego, e por Santo Agostinho.

Causimomancia. — Adivinhação pelo fogo (quando o objeto jogado ao fogo não queimava, o prognóstico era muito propício).

Dafomancia — Observação da maneira pela qual um ramo de louro, jogado ao fogo, queimava.

Empiromancia — Observação de objetos jogados ao fogo sacrificial.

Gastromancia — Adivinhação por meio de ventriloqüismo.

Geloscopia — Adivinhação pela interpretação do riso de uma pessoa.

Hepatoscopia — Observação do fígado de um animal morto.

Hipomancia — Observação do caminhar de um cavalo.

Ictiomancia — Observação das entranhas de um peixe.

Lampadomancia — Adivinhação por meio da chama de uma lâmpada ou vela.

Libanomancia — Observação das volutas da fumaça do incenso.

Mararitomancia — Adivinhação por meio de pérolas.

Oeniática — Observação do vôo dos pássaros.

Ovomancia — Adivinhação por meio de jogar-se ovos ao fogo e observar-se de que forma rebentavam.

Quiromancia — Observação das linhas da mão.

Xilomancia — Observação da posição dos gravetos no chão.

Fonte: Dicionário Mágico.

Adeptos

Adeptos são homens que, através da negação de si mesmos e do crescimento interior, dominam as ciências ocultas e preparam a si mesmos para assumirem funções no controle e manipulação do mundo. Os Adeptos possuem, segundo a crença, conhecimentos e poderes superiores.

A respeito diz Lewis Spencer: “Eles podem controlar as forças tanto do reino físico como do espiritual, e supostamente são capazes de prolongar suas vidas por muitos séculos."

São também conhecidos como Grande Fraternidade Branca, Rishis, Rahats ou Mahatmas. Aqueles que desejam honestamente trabalhar pela melhoria do mundo podem tornar-se aprendizes ou chelas de Adeptos, e nesse caso os últimos são chamados de "mestres”.

Mas o aprendiz necessita, em primeiro lugar, cumprir um aprendizado de negação do próprio ego e decrescimento interior, para que se possa servir aos instrutores. O mestre ensina um conhecimento e uma sabedoria que não podem ser encontrados de outra forma, e ajuda o aprendiz através da comunhão e da inspiração.

Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, alegava ser discípula de alguns desses mestres, afirmava que eles residiam nas montanhas tibetanas do Himalaia.

Fonte: Dicionário Mágico

O Livro da Penitência de Adão

Título de um manuscrito que mostra que a divindade Seth, do Egito, foi na verdade um grande iniciado da ciência oculta. Esse documento, segundo consta na página 49 da "História da Magia", foi encontrado pelo ocultista e escritor francês Eliphas Levi (08/02/1810 - 31/05/1875) na Biblioteca do Arsenal em Paris:

"Adão teve dois filhos, Caim que representa a força brutal, Abel que representa a doçura inteligente. Eles não puderam entrar em acordo e morreram um pelo outro, por isso sua sucessão foi dada a um terceiro filho chamado Set.

Ora, Set, que era justo, pode chegar até a entrada do jardim terrestre sem que o querubim o afugentasse com sua espada flamejante. Set viu então que a Árvore da Ciência e a Árvore da Vida se achavam reunidas, formando uma só. E o anjo lhe deu três grãos que continham toda a força vital desta Árvore.

Quando Adão morreu, Set, seguindo as instruções do anjo, colocou os três grãos na boca de seu pai morto, como um penhor de vida eterna. Os ramos que saíram destes três grãos formaram a moita ardente, no meio da qual Deus revelou a Moisés seu nome eterno: 'O ser que é que foi e que será'.

Moisés colheu um triplo ramo da moita sagrada e foi para ele a vara dos milagres. Esta vara, se bem que separada de sua raiz, não deixou de viver e de florir e foi assim conservada na Arca.

O rei Davi plantou  esse ramo vivo na montanha de Sião, e Salomão mais tarde tomou a madeira desta árvore no triplo tronco para fazer dela as duas colunas Jakin e Boaz, que estavam na entrada do templo; ele as revestiu de bronze e pôs o terceiro pedaço de madeira mística no frontal da porta principal.

Era um talismã que impedia tudo o que era impuro de penetrar o templo, mas os levitas corrompidos arrancaram durante a noite esta barreira de suas iniqüidades e a arremessaram no fundo da piscina probática, enchendo-a de pedras.

A partir desse momento o anjo de Deus agitou todos os anos as águas da piscina e lhes comunicou uma virtude milagrosa para evitar que homens procurassem lá a árvore de Salomão.

No tempo de Jesus Cristo, limparam a piscina e os judeus achando este poste, inútil no pensar deles, levaram-no da cidade e fizeram uma ponte sobre o regato de Cedron.

Foi sobre esta ponte que Jesus passou depois de sua prisão noturna no Jardim das Oliveiras e foi do alto desta prancha que seus algozes o precipitaram para arrastá-lo na torrente e em sua precipitação em preparar de antemão o instrumento de suplício, eles levaram consigo a ponte que era uma tábua de três peças composta de três madeiras diferentes e com elas fizeram uma cruz."

Fontes: História da Magia - Editora Pensamento; Dicionário Mágico.