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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Steven Spielberg


No dia 31 de maio de 2002, a trilha sonora de Indiana Jones tocava no volume máximo durante uma cerimônia de formatura. Os alunos eram estudantes de cinema e artes eletrônicas da Universidade do Estado da Califórnia, em Long Beach (EUA). Até aí, tudo normal. Surpreendente mesmo é que um dos formandos era ninguém menos que o diretor responsável pela famosa trilogia do arqueólogo: Steven Allan Spielberg.

O cinqüentão Spielberg estava no meio dos alunos, feliz da vida, num evidente incentivo à educação nos Estados Unidos. Ele havia iniciado seus estudos na universidade em 1965, mas interrompeu o curso em 1968 para dedicar-se à carreira. Trinta e três anos mais tarde concluiu o bacharelado e garantiu seu diploma.

No currículo, o recém-formado poderia incluir como experiência profissional alguns dos mais estrondosos sucessos de bilheteria de todos os tempos, como Poltergeist, O Fenômeno, ET, o Extraterrestre, as trilogias Parque dos Dinossauros e Indiana Jones, Tubarão e O Resgate do Soldado Ryan, entre outros.

Desde criança, a vida pessoal de Spielberg se confunde com seus trabalhos cinematográficos. Nascido em Cincinnati em 18 de dezembro de 1946, o pequeno Steve já dava umas escapadas da escola para editar algumas fitas de vídeo caseiro. Com 13 anos de idade passou a dirigir seus primeiros curtas. Filmar era uma fuga para a tensão entre seus pais, que se separaram quando ele tinha 17 anos. Depois de produzir pouco mais de meia dúzia de filmes, aos 21 anos assinou seu primeiro contrato profissional, com a Universal.

Até 1975, dirigiu um longa por ano, incluindo o brilhante debute Encurralado, sendo que o último desse período foi o responsável pelo grande impulso na sua carreira: Tubarão. O thriller, um sucesso de bilheteria, é considerado o pontapé inicial dos blockbusters de verão. A partir deste filme, os grandes estúdios passaram a investir no modelo que atraía multidões às salas de cinema do Hemisfério Norte durante a estação mais quente do ano. Star Wars, lançado dois anos depois sob direção de George Lucas, comprovou o fenômeno. É deste ano também Contatos Imediatos de Terceiro Grau, que rendeu a Spielberg sua primeira indicação ao Oscar na categoria melhor diretor.

Em 1979, ele encarou seu primeiro fracasso de bilheteria e crítica, com a comédia 1941, sobre uma suposta invasão da Califórnia por japoneses após o ataque a Pearl Harbor. O fiasco só foi superado em 1981, quando o diretor emplacou Os Caçadores da Arca Perdida, um dos mais expressivos exemplos de como é possível conciliar puro entretenimento com qualidade artística. Aqui uma nova indicação da Academia, mas nada de estatueta. A aventura teve duas seqüências, boas mas inferiores ao primeiro episódio: Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) e Indiana Jones e a Última Cruzada (1989).

O filme protagonizado por Harrison Ford e produzido por George Lucas, firmou Spielberg no primeiro escalão dos diretores de Hollywood. Em 1982, a consagração definitiva veio com o lançamento de E.T, o Extraterrestre, a maior arrecadação da história do cinema até então, que rendeu uma nova indicação. Mas, novamente, ele ficou só na vontade. Em 1985, com A Cor Púrpura, o diretor experimentava um projeto mais maduro e controverso. Na mesma linha, em 1987, lançou O Império do Sol. Seu próximo sucesso comercial ocorreria somente em 1991, com Hook - A volta do Capitão Gancho, produção recebida com frieza pela crítica.

Em 1993, dois filmes do diretor lotaram as salas de cinema em todo o mundo. O primeiro, Jurassic Park, voltou a quebrar recordes e se tornou o maior fenômeno de bilheteria do cinema até a data. Já o segundo era um projeto de valor pessoal, A Lista de Schindler, sobre o martírio dos judeus na Segunda Guerra Mundial. Foi por este último que Spielberg finalmente conseguiu a sua primeira estatueta dourada de Melhor Diretor da Academia de Artes.

A consagração artística e a conta bancária proporcionaram um novo salto na carreira do realizador, que passou de funcionário a dono de estúdio em 1994, fundando a Dreamworks SKG em sociedade com Jeffrey Katzenberg, da Disney, e David Geffen, proprietário da gravadora Geffen Records. Hollywood não testemunhava o surgimento de um novo grande estúdio havia 75 anos. Amistad, de 1997, inaugurou a era Spielberg pela Dreamworks, mas teve a ingrata missão de concorrer com Titanic e acabou amargando um fraquíssimo desempenho nas bilheterias.

A recuperação veio no ano seguinte, com o Resgate do Soldado Ryan. Mais uma vez o pano de fundo é a Segunda Grande Guerra, revelando a sensibilidade do diretor de origem judaica com o tema. A ligação é forte, já que a avó de Spielberg sobreviveu a um campo de concentração na Polônia. E o pai, um engenheiro eletrônico, serviu o Exército durante a Guerra, no sudeste asiático. Pelo filme, Spielberg acabou levando para casa sua segunda estatueta de melhor diretor.

Os dois longas seguintes, e olha que são desnecessariamente longos, foram um verdadeiro teste de paciência para não-fãs de Spielberg, principalmente A.I. - Inteligência Artificial, de 2001. Minority Report, lançado em 2002, mostrou-se um pouco melhor. Mesmo assim, é incrível como o diretor conseguiu transformar dois excelentes pontos de partida em algo muito chato.

Ainda em 2002 uma nova recuperação veio com o lançamento de Prenda-me se For Capaz. Um filme despretensioso e, talvez por isso mesmo, muito mais envolvente que os dois anteriores. Mais ou menos na mesma linha foi o simpático O Terminal, de 2004; seguido pelo suspense de ficção científica Guerra dos Mundos, lançado em 2005, outro sucesso para o cineasta.

Em 2006, Spielberg, continuando a alternar blockbusters e produções consideradas mais "sérias", com grandes temas, lançou Munique, sobre a caçada aos assassinos de onze atletas da delegação israelense durante os Jogos Olímpicos de 1972. Agora, retoma um de seus maiores sucessos de todos os tempos com o quarto Indiana Jones.

Durante três décadas, Spielberg construiu seu reconhecimento como um dos mais importantes diretores de todos os tempos, seja pela vocação empresarial, pelo espírito visionário ou, simplesmente, por sua habilidade artística. Nesses 30 anos de altos e baixos, o diretor teve várias vezes o prestígio abalado, mas conseguiu dar a volta por cima, sempre em busca da perfeição cinematográfica. Unir entretenimento de massa com aprovação da crítica é uma das tarefas mais difíceis na sétima arte. E nesse quesito, Spielberg é insuperável.

Curiosidades

* Tubarão foi o primeiro filme a ultrapassar a arrecadação de US$ 100 milhões.

* Em 1997, o faturamento pessoal do diretor chegou a US$ 283 milhões, o maior do show business mundial naquele ano. Ele possui hoje uma fortuna superior a 2 bilhões de dólares.

* Com 8 anos de idade, Spielberg passou a manifestar suas emoções brincando com a câmera de 8mm do pai.

* Em 1957, os Spielbergs se mudaram para Scotsdale, no Arizona, onde eram a única família judia em toda a vizinhança.

* Na escola, o futuro cineasta deparou-se com o anti-semitismo. Havia épocas em que apanhava com freqüência no recreio.

* Frase famosa de Spielberg: “Antes de iniciar as filmagens de um novo trabalho, eu sempre assisto a quatro filmes. São eles: Os Sete Samurais (Akira Kurosawa, 1954), Lawrence da Arábia (David Lean, 1962), A Felicidade não se Compra (Frank Capra, 1946) e Rastros de Ódio (John Ford, 1956)."

* Spielberg nunca tomou café em toda a vida. A única tentativa ocorreu quando ele era criança, mas detestou o gosto.

* Além dos filmes que dirigiu, Spielberg atuou decisivamente como produtor nos sucessos Poltergeist (1982), Gremlins (1984 e a continuação em 1990), a trilogia De Volta para o Futuro (1985, 1989 e 1990), Goonies (1985), A Máscara do Zorro (1998) e Shrek (2001), entre outros.

Fonte: Omelete Cine - Steven Spielberg

Poltergeist, O Fenômeno

"Eles estão aqui". Foi com esta frase que a atriz mirim, então com sete anos, Heather O'Rouker apresentou ao mundo um dos melhores filmes de terror da história, Poltergeist - O Fenômeno (Poltergeist, 1982).

Criado e produzido pelo cineasta Steven Spielberg (E.T.) e dirigido por Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica), o filme marcou época e continua sendo classificado como uma das melhores produções do gênero.

A velha história da casa assombrada marcou pela excelente forma como foi conduzida por seus realizadores, possuir autênticos momentos de medo, além de um elenco impecável e também pelo trágico desfecho da atriz O'Rourke, que faleceu repentinamente logo após terminar de gravar o terceiro capítulo da série (Poltergeist 3), em 1988, aos 12 anos.

Original do alemão "polten", que significa "bater" e "geist", traduzido como "espírito", o fenômeno tratado pelo filme, o poltergeist, é reconhecido e estudado por grupos de parapsicólogos de várias partes do mundo há décadas. Atividades ligadas a este tipo de acontecimento podem ser ligadas a pessoas e são marcadas por objetos que se movem sem que ninguém os toque, barulhos estranhos e interferências em aparelhos tecnológicos como telefones e equipamentos domésticos. A duração pode ser de algumas horas até meses ou acabar de repente, diferente de assombração clássica onde um local, em geral uma casa, sofre do fenômeno por décadas.

É nesse contexto, que surge a família Freeling. Trata-se na verdade de uma alusão ao sonho americano, onde pessoas felizes moram em uma bela casa de uma pequena cidade chamada Cuesta Verde. A família é composta pelo pai Steven (Craig T. Nelson, de Advogado de Diabo), a mãe Diane (Jobeth Williams, de Kramer vs. Kramer) e os filhos Dana (Dominique Dunne), Robbie (Oliver Robins) e a caçula Carol Anne (Heather O´Rouker). Tudo vai bem até que certos acontecimentos estranhos começam a chamar a atenção da família, como cadeiras que se mexem sozinhas e utensílios de metal que misteriosamente aparecem tortos, entre outros.

O que parece sem importância logo toma proporções trágicas quando durante uma noite chuvosa, a pequena Carol Anne desaparece misteriosamente. Vista pela última vez no quarto onde dormia, a garota simplesmente desaparece do mundo físico sendo levada para uma dimensão paralela. A única forma de contato que a família consegue ter com a menina será através de uma televisão ligada em um canal sem sintonia e que por este motivo está aberto para receber sinais e ondas de vários tipos e freqüências.

Procurando auxílio, a família vai recorrer à parapsicóloga Dra. Lesh (Beatrice Straight, de Amor sem Fim) e posteriormente a clarividente Tangina Barrons (Zelda Rubinstein, de Os Olhos da Cidade são Meus). Esta última vai ter fundamental importância para a trama por servir como elemento de ligação entre o mundo físico e o espiritual, além de apresentar o motivo pelo qual a garota tenha sido escolhida por estes espíritos.

De acordo com Tangina, Carol Anne representa uma presença viva no plano espiritual onde está sendo mantida e que estas almas que estão com ela vêem na energia vital da criança a força que eles não possuem, mas que passam a ter por estarem com ela. A clarividente ainda alerta a família para uma terrível presença que sentiu próximo da garota e que é forte o suficiente para fazê-la vagar numa dimensão paralela definitivamente caso algo não seja feito.


O filme Poltergeist fez enorme sucesso de público e de crítica. Grande parte deste fenômeno de bilheterias se deu pela combinação de vários elementos que fazem a produção parecer um filme de terror de luxo. A história, bem construída, tem seu desenvolvimento feito de forma eficaz. Os efeitos especiais criados pela Industrial Light & Magic (ILM) de George Lucas são muito bem realizados, demonstrando um cuidado grande com a parte técnica.

A bela trilha sonora composta pelo excelente Jerry Goldsmith (Jornada nas Estrelas) foi indicada ao Oscar, assim como para efeitos sonoros e efeitos especiais, porém, não ganhou em nenhuma categoria. O sucesso da película também acontece pelo eficiente clima de medo que é construído durante o filme até o apoteótico final. Medo este que não é criado simplesmente através de cenas fortes, mas por situações que conduzem o espectador quase a um medo infantil, como os filhos do casal Freeling. Podemos citar cenas memoráveis como o pavoroso palhaço que fica no quarto das crianças, a piscina de esqueletos, a primeira aparição das entidades espirituais, entre tantas outras.

Um outro ponto que merece destaque do filme é o de ser capaz de injetar elementos dramáticos na trama, através da mãe desesperada pelo desaparecimento da filha causado por algo que a própria família não compreende. Desespero aliado ao sentimento de impotência afinal a garota não foi seqüestrada por criminosos que possam ser procurados pela polícia.

Temos aqui uma entidade sobrenatural e a busca de uma solução parece cada vez mais distante. A grande casa vai se resumir então apenas à sala, onde toda a família vai permanecer próxima do aparelho de televisão sempre ligado na espera da voz da garota desaparecida. Num dos momentos mais tensos, a conversa da mãe com Carol Anne é interrompida pela fala da menina que diz "mamãe tem alguém aqui comigo, é você?". Paralisada pelo medo, a mãe de Carol chora diante da impotência em proteger a filha.

Baseado no episódio Little Girl Lost, da série de TV dos anos 60 Twilight Zone, que conta a história de uma garota que desaparece dentro do seu quarto, Poltergeist foi escrito, roteirizado e produzido por Steven Spielberg. Mesmo com a direção ficando por conta de Tobe Hooper, muitas das decisões técnicas e relativas ao próprio andamento do filme ficaram por conta de Spielberg.

Analisado hoje, Poltergeist tem muito mais a característica de uma produção de Spielberg, dos cuidados técnicos ao roteiro sólido, do que das produções assinadas por Hooper, que mesmo sendo o criador de clássicos como O Massacre da Serra Elétrica e Eaten Alive, possui um estilo mais artesanal de filmar.

O filme, e posteriormente a série, Poltergeist foi também marcado pela morte de membros do elenco, algumas de forma trágica, como a atriz que fez a filha mais velha Dana, Dominique Dunne, que foi estrangulada pelo namorado, John Thomas Sweeney, quatro meses depois do lançamento do filme, em 4 de novembro de 1982 (por Filipe Falcão).

Ficha Técnica

Título Original: Poltergeist
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1982
Estúdio: MGM
Distribuição: MGM
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Steven Spielberg, Michael Grais e Mark Victor, baseado em estória de Steven Spielberg
Produção: Frank Marshall e Steven Spielberg
Música: Jerry Goldsmith
Direção de Fotografia: Matthew F. Leonetti
Desenho de Produção: James H. Spencer
Edição: Michael Kahl
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic

Sinopse

Família de classe média vai morar em novo bairro e passa a sofrer a ameaça de estranhos fenômenos que movem objetos e levam a filha mais nova, de cinco anos, para dentro de um aparelho de TV. Para recuperar a criança os pais pedem a ajuda de uma médium especialista em almas penadas, que os ajudará a revelar o mistério que se esconde não só na casa deles, mas nas colinas da região.

Prêmios

Indicações para o Oscar de Melhor Roteiro Original, Efeitos Sonoros e Efeitos Visuais.

Fonte: Boca do Inferno: Poltergeist; webcine - Poltergeist, O fenômeno.