sábado, 5 de março de 2011

Corpo-Seco

"O Corpo-Seco é a morada do espírito estridente que vaga depois da meia-noite, enchendo de medo os que ouvem a ressonância dos gritos apavorantes. Condenada a uma pena terrível, a alma dos grandes pecadores reside, durante o dia, no Corpo-Seco, múmia esquecida e sem história, no deserto dos cemitérios...” (Câmara Cascudo)

Esse personagem do folclore brasileiro é comum no interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e região Centro-Oeste. De acordo com a lenda, o corpo-seco foi um homem de índole tão ruim, tão perverso que durante toda a sua vida adulta batia freqüentemente na própria mãe.

Após sua morte ele foi rejeitado por Deus e até pelo Diabo. Até mesmo a terra, onde havia sido enterrado, o expulsou. Com o corpo em estado de decomposição teve que sair de seu túmulo. Começou a viver como alma penada, grudando nos troncos das árvores, que secavam quase que imediatamente.

Ele então passa a viver assombrando as pessoas nas estradas, grudando em seus corpos e sugando o sangue, igual vampiro. A vítima pode morrer caso ninguém passe na estrada para salvá-la.


Conta-se no sertão, que certa vez uma pobre mulher, amadora dos bons guisados de urupês (orelha de pau) vagava pela mata para colher os apetecidos, quando se deparou caído um pau-piúca, onde abrolhavam os saborosos parasitas, alvos como pipocas. Colhia-as quando, no desvendar a parte extrema do madeiro, se tomou de pavor e muito susto ante dois olhos escarninhos que a fitavam, e disparou a correr desorientada sob o riso cachinado do Corpo-Seco a chancear da peça que pregou à pobre mulher.

Fontes: Portal São Francisco; Wikipedia; Sua Pesquisa - Folclore

O Enterrado

Em sua vida, só tinha medo de uma coisa: ser enterrado vivo. E havia acontecido. Deveria ter tido um ataque cardíaco ou coisa parecida, deram-no como morto e o sepultaram. A família não respeitara sua vontade, haviam trancado o caixão, jogado terra sobre ele.

E havia pouco tempo, agora. se não saísse logo o ar lhe faltaria e ele teria a mais horrível das mortes. mas ele não desistiria. iria até o fim, lutando, mesmo no auge do desespero.

E, tanto bateu, tanto forçou, que sentiu a tampa do caixão se esfacelando. pela primeira vez agradeceu aos céus ser pobre. nem um caixão de qualidade puderam comprar-lhe.

Para ele era um milagre. conseguiu firmar-se no chão e escavava a terra. o ar não lhe faltava, deveria entrar pelo solo seco. sentia a s unhas soltando-se dos dedos, na certa ensanguentados, pela força que fazia. mas não desistiria. já ouvia vozes, deveria ser dia ainda. talvez fosse seu próprio enterro, pois não poderia estar ali, vivo, por mais de algumas horas.

Conseguiu por uma das mãos para fora. percebeu gritos, pessoas assustadas. Ele ria, pensando que, de seu lado, já fora de perigo, a situação passava a ser até engraçada. finalmente, colocou o corpo para fora. havia terra em seus olhos,mas podia ouvir os gritos de extremo terror, os desmaios…

Ele procurou gritar, acalmar o povo, mas a voz não lhe saia. os olhos não se abriam. as pessoas corriam. o padre benzendo-se avançava contra ele com uma cruz.

Aí, olhou para si, e gritou, apesar do silêncio que continuou na sua boca, pois não havia cordas vocais. de todo o seu corpo saiam vermes, pedaços podres caiam no chão. sim, ele estava morto, apodrecendo a muito tempo, apesar de lhe restar, talvez por maldição, alguma forma odiosa de vida.

Obs.: o leitor pode notar que, o corpo apesar de não ter olhos, pode olhar para si, ver os vermes e, momentos antes, ver o padre vindo em sua direção.

Escrito por: Zé do Caixão

Lon Chaney

Lon Chaney
Lon Chaney (Leonidas Frank Chaney), ator, nasceu em 01/04/1883, Colorado Springs, Colorado, EUA, e faleceu em 26/08/1930, Hollywood, Califórnia, EUA. Era pai do também ator Lon Chaney Jr.

Estreou no cinema mudo, fazendo papéis sempre exóticos, como um chinês mandari em “Sr. Wu” (1927), gangster em “The Big City” (1928), mas o seu mais famoso personagem foi mesmo o de vampiro, com o qual ficou imortalizado.