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sexta-feira, 6 de julho de 2018

Gatos Católicos Enforcados


A ignorância humana, da qual nos ocupamos agora aqui, é a da "Grande Renascença" na Europa do século XVI, da tal "Reforma", quando os protestantes usaram gatos, bichanos enfeitados com vestimentas de bispos católicos e os enforcavam.


Quando em 1517 Martin Luther pregou suas 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, um movimento de reforma surgiu, o protestantismo. Os gatos, de alguma forma, "representantes" do catolicismo, e sempre vítimas do abuso do homem, tornaram-se um símbolo chave para os protestos de ingleses reformistas. Muitas vezes os gatos representavam sacerdotes e clérigos, como em um episódio terrível que envolveu a crueldade ocorrida em Cheape, Inglaterra, como nos conta uma crônica do tempo:

"Em 08 de abril, sendo então domingo, um gato vestido com um traje de clérigo católico, com suas patas dianteiras amarradas, foi enforcado em Cheape, perto da cruz na freguesia de São Mateus" (Stow Chronicle p. 623 notas de rodapé, Jardine, 1847, p.46 ).

Os protestantes também queimaram efígies do papa recheadas com gatos vivos que, coitados, gritavam de dor e espanto, que agradavam demais as multidões loucas.

Então, nós éramos representantes da Igreja Católica? A mesma religião que nos dizimou na época daquele papa Gregório IX em 1227?

Faz favor! Até no Carnaval, todos os anos, a gente se esconde pra não virar couro de tamborim ... Humanos?


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Livro Raro Sobre Bruxaria Encontrado em Alberta

Massacre dos valdenses. Antes de tudo, somos cristãos ...

Em 2012 o periódico canadense "Toronto Star" noticiou que um professor de História da Universidade de Alberta, encontrou um tratado do século 15 extremamente raro sobre os males da bruxaria na Bruce Peel Special Collection Library (uma biblioteca dessa cidade).

O professor, Dr. Andrew Gow, se deparou, surpreso, com um livro intitulado "Invectivas Contra a Seita dos Valdenses" (Invectives Against the Sect of Waldensians) em 2005, enquanto vasculhava a biblioteca para adquirir material para suas aulas.

Decorrido um mês após essa descoberta, um especialista em livros raros da Holanda chegou à universidade para conduzir uma investigação completa sobre esse livro. A conclusão do especialista: a cópia de Alberta pode ser às das invectivas originais, sobre a qual os outras três cópias conhecidas foram baseadas.

O livro "Invectives Against the Sect of Waldensians" foi provavelmente escrito em 1465 por um monge francês na Borgonha. O título do livro é uma referência à heresia valdense, que era ativa na França medieval, até que ela foi violentamente e repetidamente suprimida pelas autoridades católicas.

Mas o que significa a palavra “invectives” (invectiva)?  É uma palavra ou série de palavras injuriosas e violentas contra alguém ou algo. Além de suas reivindicações contra os valdenses, "Invectives" instrui caçadores de bruxas sobre como identificar os muitos sinais e variedades de bruxaria. Instruções essas terrivelmente cumpridas e bem-sucedidas, contribuindo para as atrocidades dos expurgos da feitiçaria ao longo dos 200 anos seguintes. O livro também definiu algumas das bases para a concepção moderna da feitiçaria por descrever caldeirões.

Então, o papado de Roma perseguia os valdenses, suas ideias liberais de culto simples, associavam a “bruxaria” com eles e qualquer pessoa culta que quisesse se expressar sobre essa organização.

O caminho percorrido pelo livro da França do século 15 ao século 21 de Alberta permanece misterioso. Dr. Gow suspeita que o livro foi alojado em um mosteiro Inglês até a Reforma, quando foi transferido para mãos privadas. Mas os fatos são escassos. O livro foi doado para a Universidade de Alberta em 1988 pelo colecionador de livros John Lunn .

Mas o que aconteceu no meio permanece um enigma.


domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Sabá das Bruxas - Parte 6

Illustration by Martin van Maële of a Witches' Sabbath (1911 edition of Jules Michelet's La Sorcière)

As Formas Diabólicas de Satanás

Nestes encontros, algumas poucas vezes, Satanás esteve ausente; nestes casos, um pequeno demônio tomava seu lugar. De Lancre enumera as várias formas que o diabo assume nestas ocasiões, tão variadas quanto seus movimentos são "inconstantes, cheios de incertezas, ilusão, decepção e impostura".

Algumas das bruxas que ele examinou, entre as quais uma garota de 13 anos chamada Marie d'Aguerre, disse que naquelas assembleias havia uma grande garrafa ou cântaro no meio do Sabá; dali o diabo saía assumindo a forma de bode que, subitamente, tornava-se enorme e assustador. No fim do Sabá ele retornava à garrafa.

Outros o descrevem como um grande tronco, como o de uma árvore, sem braços ou pés, sentado em uma cadeira com as feições de traços humanos grosseiros. É recorrente a referência à face de bode, com dois chifres na testa e dois chifres na nuca. Nos relatos mais frequentes, são três os chifres do Capeta sendo que o do meio [da testa] serve para fornecer luz e fogo ao Sabá. Ocasionalmente, o Demo usa um chapéu ou tipo de capa sobre os chifres.

"Na frente, ostenta seu membro e atrás, possui uma cauda que lhe sai de uma segunda face traseira, rosto este que é oferecido ao beijo cerimonial que seus adoradores lhe dão em sinal de submissão. Este Diabo é aqui representado como imagem de Priapus. Marie d'Aspilecute, 19 anos, residente em Handaye, declarou que na primeira vez em que foi apresentada ao Demônio, beijou-o naquela face, traseira, três vezes.

Outros disseram que o Diabo é como um homem de grande porte, "envolvido em vapores que o encobrem, de modo que não o vejam claramente"... Sua face é vermelha como o ferro aquecido na fornalha. Corneille Brolic, uma adolescente de 12 anos, disse que quando o viu pela primeira vez ele tinha forma humana, porém, com quatro chifres em sua cabeça e sem braços.

Estava sentado em um púlpito cercado de algumas mulheres, suas favoritas... Jannete d'Abadie, de Siboro, 16 anos, disse que Satanás tinha duas caras, uma na frente outra na parte de trás da cabeça, [tal como a representação do deus Janus]. O Diabo também foi descrito com um grande cachorro negro.

Em tempos mais remotos, Satanás apareceu, frequentemente, em forma de serpente - outro ponto de contato com os cultos priápicos. Na Idade Média, no entanto, a forma de bode foi a mais comum.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus

O Sabá das Bruxas - Parte 5

The Witches' Sabbath, Claude Gillot (1673-1722), gravura (detalhe). Paris, Bibliothèque Nationale De France

Pierre de Lancre — Bruxaria em Labourd

Outro francês, Pierre de Lancre, conselheiro do rei, juiz do parlamento de Bordeaux, ingressou, em 1609, em uma comissão encarregada de apurar acusações de bruxaria em Labourd, distrito das províncias bascas, região célebre por suas bruxas e aparentemente, pelo baixo nível de moralidade de seus habitantes. Labourd é um lugar isolado e seus moradores conservaram suas antigas superstições com grande tenacidade.

De Lancre investigou a natureza dos demônios e a razão pela qual os residentes de Labourd eram tão ligados à feitiçaria. As mulheres locais, eram de temperamento naturalmente lascivo, coisa que se podia ver na maneira de vestir e arranjar os cabelos, singularmente indecentes, expostas sem a menor modéstia. O principal produto agrícola era a maçã, curiosa associação com o aspecto pecaminoso de Eva. De Lancre ficou quatro meses estudando a situação de Labourd e, depois de tudo que tinha visto e ouvido, resolveu dedicar-se ao estudo da bruxaria e, no devido tempo produziu seu grande trabalho sobre o tema: Tableau de l'Incosntance des Mauvais anges et Démons.

De Lancre escreve honestamente e acredita no que diz. Seu livro tem valor pelo grande número de informações que contém incluindo confissões de bruxas transcritas nas próprias palavras das depoentes. Um segundo livro foi dedicado totalmente aos detalhes do Sabá.

A pesquisa de revelou algumas contradições e mudanças. Nos tempos antigos, as noites de segunda-feira eram as noites de Assembleia. Na época do estudo, estas noites eram as de quarta e sexta-feira. Algumas bruxas disseram que seguiam para o lugar do encontro ao meio dia. A maioria, entretanto, afirmou que meia-noite era o horário certo.

O lugar do Sabá era, de preferência, uma encruzilhada, mas não obrigatoriamente. Era suficiente um lugar isolado, um sítio mais selvagem, no meio de uma charneca, especialmente longe de habitações humanas ou de lugares assombrados.

Ali, na região de Labourd, esse lugar era chamado Aquelarre, significando Lane de Bouc ou Mata do Bode, uma referência à forma caprina assumida por Satanás nestes Sabás.

Na mesma região, outros lugares, ainda, teriam sido cenários de Sabás: "Mais de cinquenta testemunhas nos asseguraram que tinham estado em uma 'Mata do Bode' para o Sabá na montanha de La Rhune, algas vezes, em uma abertura da montanha [uma caverna? ], outras vezes, na capela do Espírito Santo, que fica no cume; algumas vezes o Sabá foi realizado na igreja de Dordach, nos limites de Labourd. Em outras ocasiões, ainda, a Assembleia se reunia em casas, residências particulares.

Porém, o mais usual é que o Diabo escolha para os Sabás as entranhas da mata, as casas velhas, abandonadas, ruínas de antigos castelos, especialmente se ficam no alto das montanhas. Um velho cemitério pode servir, se é isolado, e o mesmo se aplica às capelas, ermidas, o topo de um rochedo debruçado sobre o mar, como aquele onde fica a capela de Saint Jean de Luz, Puy de Dome em Perigord e locais semelhantes.


Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus