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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Simões Lopes Neto

A obra do escritor Simões Lopes Neto retrata as tradições campestres gaúchas. Seu talento maior reside no uso que faz da linguagem popular local, o que faz de sua prosa uma das mais sugestivas da literatura brasileira.

João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas RS, em 9 de março de 1865. Passou a infância no campo e fez os primeiros estudos no Rio de Janeiro RJ, onde mais tarde cursou a faculdade de medicina, que abandonou no terceiro ano. Voltou à cidade natal em 1882 e exerceu profissões diversas, em constante instabilidade financeira.

Em 1895, passou a trabalhar na imprensa local. Escreveu peças de teatro e poemas, mas destacou-se principalmente com Contos gauchescos (1912) e Lendas do sul (1913), coletâneas de histórias regionalistas.

Em 1914, tornou-se diretor do Correio Mercantil, em que publicou as histórias de um caçador mentiroso, reunidas postumamente na coletânea Casos do Romualdo (1952).

Simões Lopes Neto morreu em Pelotas, em 14 de junho de 1916. Após um período de esquecimento, sua obra foi reabilitada graças, sobretudo, aos estudos críticos que lhe dedicaram Lúcia Miguel-Pereira, Augusto Meyer e Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Em 1955, surgiu o volume Terra gaúcha.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mboi-tatá

"Mas de verão, depois da quentura dos mormaços, começa o seu fadário. A boitatá, toda enroscada, como uma bola – tatá, de fogo! – empeça a correr o campo, coxilha abaixo, lomba acima, até que horas da noite!..." (João Simões de Lopes Neto. Lendas do Sul

Também chamada de batatão, boitatá, bitatá, batatá, baitatá, biatatá, Jean de la foice ou Jean Delafosse.

É grande a sinonímia da mboi-tatá no Brasil. Mboi, cobra, ou então, o agente, a coisa; tatá, fogo. A cobra de fogo, a coisa de fogo. 

Segundo Luís da Câmara Cascudo é o primeiro mito a ser registrado no Brasil. 

Foi o padre José de Anchieta quem o referiu pela primeira vez, na Carta de São Vicente, datada de 31 de maio de 1560, como "um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os..." 

Uma serpente de fogo, saltitante. Para muitos é uma alma penada. É mito que ocorre em todas as regiões do Brasil e o correspondente ao fogo-fátuo europeu. Alguns acreditam-na uma espécie de defensora das matas, outros, o resultado de uma união sacrílega. Dizem que o viajante, ao encontrá-la, deve fechar os olhos e permanecer parado, imóvel, então ela desaparecerá. Caso contrário, a mboitatá o perseguirá, infernizando-o até matá-lo.

Fonte: Catavento - Jangada Brasil.