quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Necrofilia


A necrofilia é uma atração erótica por cadáveres e essa atividade é diagnosticada como “parafilia não especificada”, embora muitos auto-professos necrófilos rejeitam tal abordagem superficial do que eles sentem e fazem. Segundo o Dr. Jonathan Rosman e Dr. Phillip Resnick, existem três tipos básicos de “verdadeira” necrofilia: necrofilia-homicídio, que é o assassinato para obter um cadáver; necrofilia-comum, que é o uso de corpos já mortos para o prazer sexual; e fantasia-necrófila, prevendo os atos, mas não agindo sobre eles.

Casos de necrofilia remontam aos tempos bíblicos, mas já aparece em uma lenda lá por 37 a.C., quando do reinado de Herodes. Foram os romanos que o colocaram no trono (um "laranja") e, no entanto, ele era estrangeiro; seu pai era edomita e sua mãe, uma princesa árabe. Não possuía títulos, nem direito de assumir o trono judaico. Em conseqüência disso, sua posição era muito instável, e ele vivia aterrorizado por seus rivais. Quando identificava um, tratava de liquidá-lo de imediato, numa paranóia total.

Ele se casou com Mariane, uma princesa hasmoniana, neta do sumo-sacerdote Hircano II. Em um acesso de ciúmes Herodes a matou (além de mandar degolar dois de seus filhos, acusando-os de participarem de uma suposta conspiração), e a lenda diz que continuou a ter relações sexuais com o cadáver da esposa por sete anos.

A História oferece outras lendas sobre essa atividade, incluindo o medo de que os antigos egípcios expressavam de que embalsamadores violassem suas esposas falecidas, e por isso, eles as mantinham em casa até que a decomposição fosse evidente.

Outro famoso caso é o de Sir John Price (circa 1502-1555). Após a morte da sua mulher, ele logo se casou novamente. Sua falecida esposa foi embalsamada e mantida na mesma cama em que ele e sua nova noiva gozavam as núpcias. Depois que sua segunda esposa morreu, ele também a embalsamou e a acrescentou para a sua coleção macabra, dormindo ao lado desses cadáveres. Diz-se que ele continuou com esse comportamento até sua morte.

O popularíssimo escritor francês e libertino, Marquês de Sade, escrevia contos eróticos, misturando sexo, tortura, dor e morte e o assunto necrofilia em seus livros.Não podia faltar, não é?

Os casos mais comuns relatados aconteceram e ainda acontecem com os trabalhadores (com o distúrbio) do setor funerário, como, por exemplo, serventes de hospital, atendentes de necrotérios, auxiliares de funerárias, os clérigos e funcionários de cemitérios.

Já houve casos de homens sendo presos por estuprar mortos. O francês Henri Blot foi preso por estuprar uma série de cadáveres exumados em 1886 . Era coveiro e explicou que não tinha ninguém, nem sequer uma esposa para satisfazê-lo sexualmente, para o que sentiu que não estava prejudicando ninguém quando se divertia com os cadáveres em sua solidão...

Em um artigo, o Dr. Paul J. Rio documenta o caso de um coveiro italiano que começou a se masturbar enquanto trabalhava, sempre que tinha que enterrar uma jovem mulher bonita. Para ajudá-lo a atingir o clímax, ele ia tocar o cadáver. Com o tempo, começou a ter relações sexuais com os mortos, quando ninguém estava por perto. Quando apanhado com a boca na região genital de uma mulher falecida, admitiu ter violado centenas de cadáveres. Dr. Rio o diagnostica (e todos os necrófilos) como um psicopata.

Ele cita outro caso de um trabalhador mortuário que tocava seu pênis contra as coxas de cadáveres, enquanto trabalhava com eles. Logo ele foi fazendo sexo com quatro ou cinco corpos a cada semana. Com uma adolescente, ele chupou o sangue e urina dela, e queria muito mastigar partes de seu corpo. Em vez disso, mordeu as nádegas e, em seguida a sodomizou.

Supostamente (se é possível julgar o tal segredo uma atividade), necrófilos são principalmente do sexo masculino (cerca de 90%), mas uma aprendiz de embalsamador,  afirmou que durante os primeiros quatro meses do seu emprego, teve relações sexuais com um número de cadáveres. Ela admitiu que não poderia alcançar a satisfação com a vida, em parte porque tinha sido molestada uma vez e depois estuprada. Ela poderia se expressar sem medo de cadáveres.

Finalmente, na arte cinematográfica temos a visão antecipada do nosso mestre do terror José Mojica Marins, em "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", de 1968, filme que inclui a necrofilia. O Zé teve que mudar o final para a censura aprovar naquela época. ___________________________________________________________________________ Fontes: Eu Quero o Seu Corpo - Necrofilia; Love After Death - True Tales Of Necrophilia; A Fúria de Herodes - John Stott; Wikipédia; Revista Superinteressante

A boneca de Von Cosel


Em 1931 em Key West, na Flórida, o radiologista Carl Von Cosel, 54 anos, tornou-se obcecado por um dos pacientes com tuberculose no sanatório onde ele trabalhava. Seu nome era Elena Milagros Hoyos, e ela tinha 22 anos, uma mulher bonita. Apaixonado, von Cosel esperava se casar com ela, mas antes que pudesse levar avante esse projeto, a garota enfraqueceu e morreu.

Ele pediu à família para não enterrá-la. Temendo a contaminação de seu corpo com águas subterrâneas, ele construiu um mausoléu para ela no cemitério, conservava-a em formol.

Em segredo, ele sentava-se e tinha “conversas” com o cadáver. Ele até deixou um telefone no mausoléu, para que ele pudesse falar com ela enquanto estivesse fora. Este homem era claramente obcecado. Um dia ele simplesmente decidiu ilegalmente remover o cadáver dela e levá-lo para sua casa.


Para mantê-la em boa forma, trouxe um fornecimento regular de conservantes e perfumes, mas um dia, o cadáver de Elena finalmente começou a se deteriorar. Usando cordas de piano para manter seus ossos juntos, substituindo seus olhos podres por olhos de vidro e cobrindo sua pele decomposta com uma mistura de cera e seda, ele recriou o corpo do cadáver, o transformou em uma espécie de “boneca”.

Boneca macabra de Von Cosel
Como o cabelo do cadáver havia caído, ele o usou para fazer uma peruca para colocar em sua cabeça. Encheu o corpo dela com trapos para mantê-la inteira e vesti-la em um vestido de noiva, ele a manteve ao seu lado na cama. Ele havia inserido um tubo no corpo decrépito para servir como uma vagina, para fazer sexo.

Passaram sete anos e os rumores e a crescente introversão de von Cosel levantaram as suspeitas de seus vizinhos. Nana, a irmã de Elena, odiada por Carl por ser uma “cópia em carrara” da irmã e que sempre foi hostil com ele, se propôs a pesquisar as fofocas dos vizinhos.

Elena em 1926.
Uma certa noite espiou Carl através de sua janela observando o ritual diário de tanatopraxia; assustada saiu correndo para denunciar o falso cunhado para as autoridades.

Foi detido por profanação, mas o prazo prescricional se esgotou no seu crime do roubo de sepulturas, e assim que foi posto em liberdade, Elena foi enterrada em uma área secreta e sem marcação.

Von Cosel se mudou para a Flórida. Mesmo assim ele não conseguia esquecer sua “boneca”. Quando ele finalmente morreu em 1952, ele foi encontrado em uma sala com uma boneca grande em seus braços, que usava máscara de morte de Elena.
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Fontes: O Mistério do Túmulo de Elena; A História Carl Von Cosel e Elena Hoyos.