sábado, 12 de março de 2016

O Mistério do Lago Loch Ness


O falecido reverendo dr. Donald Omand, pastor anglicano e dado a práticas exorcistas, não tinha dúvida quanto à existência do famoso "monstro de Loch Ness", conhecido carinhosamente por alguns como "Nessie". Tinha, porém, sérias reservas quanto à teoria de que o monstro pudesse ser algum tipo de animal pré-histórico ou, na verdade,que ele fosse uma criatura viva.

O escritor F. W. (Ted) Holiday, que passara vários anos às margens do lago Loch Ness, na Escócia, parecia concordar com o reverendo. Em um livro publicado em 1973, The Dragon and the Disc, ele rejeitou teorias biológicas sobre a criatura e insistiu em que os investigadores considerassem a noção de visitantes do reino paranormal.

Assim, quando Holiday ficou sabendo da teoria do reverendo Omand, escreveu-lhe uma carta e, dentro de pouco tempo, os dois homens se encontraram. Uma das coisas sobre as quais eles conversaram foi a estranha história do escritor sueco Janove Sundberg, que estivera no lago Loch Ness no dia 16 de agosto de 1971.

Naquela noite, Sundberg tentara tomar um atalho pela floresta perto do lago e acabou se perdendo. Enquanto caminhava entre as árvores, achou uma "máquina extremamente estranha": um objeto em forma de charuto, cinza-escuro, de 10 metros, pousado no solo a cerca de 60 ou 70 metros de onde ele estava.

Sundberg declarou ter visto três figuras saindo dos arbustos, cada uma delas usando roupa de mergulho e capacete na cabeça. A princípio, pensou que fossem trabalhadores técnicos de uma hidrelétrica localizada nas proximidades. Depois de algum tempo, as figuras entraram naquele veículo por uma portinhola na parte superior. O veículo então elevou-se a uns 15 metros em pleno ar, e desapareceu a grande velocidade.

Quando Sundberg retornou à Suécia foi, segundo ele, seguido por figuras misteriosas vestidas de preto - os tão comentados "homens de preto" que costumam intimidar algumas testemunhas de OVNIs - e finalmente sofreu um colapso nervoso.

Holiday, normalmente, teria recusado a história, se tivesse ouvido comentários sobre outra aparição de OVNIs no lago naquela mesma semana de agosto de 1971. Mas havia um problema: no local do episódio, os investigadores encontraram uma floresta tão densa que "não havia lugar para o pouso de um OVNI maior do que uma caixa de fósforo". A foto de Sundberg mostrara apenas árvores.

Sundberg acreditou que tivera um encontro com um OVNI. No entanto, também parecia não haver nenhuma dúvida de que a coisa não acontecera exatamente como ele pensava.

Teria o escritor sueco sido envolvido em algum tipo de evento sobrenatural?

Com base nessa teoria, o reverendo Omand, acompanhado por Holiday, foi ao lago Loch Ness para exorcizar seu demônio no dia 2 de junho de 1973. Ele realizou o ritual exorcista em cinco locais ao redor do lago.

- Fazei com que, por meio do poder dado a este humilde servo - orou ele em cada lugar -, este lago e as terras localizadas às suas margens possam ficar livres de todos os maus espíritos; de todas as vãs fantasias, projeções e fantasmas; e de todos os artifícios do Demônio. Permiti, Senhor, que eles obedeçam às ordens de vosso servo, e fazei com que não molestem nem homens nem animais, mas partam para o lugar que lhes for designado, e ali permaneçam para sempre.

E escreveria Holiday a respeito da experiência:

“Não tenho formação religiosa; no entanto, senti uma tensão distinta formar-se na atmosfera naquele momento. Foi como se tivéssemos acionado algumas alavancas invisíveis, e estivéssemos aguardando o resultado.”

Na segunda-feira seguinte, o reverendo Omand repetiu o ato de exorcismo para uma equipe de cinegrafistas da BBC. Na terça-feira, Holiday preparou-se para investigar a aparição do OVNI relatada por Sundberg. Primeiro, entretanto, ele telefonou para Winifred Cary, médium que morava nas proximidades. Quando ele lhe falou do encontro de Sundberg, a sra. Cary respondeu que ela e o marido, comandante da Força Áerea inglesa, também já haviam visto OVNIs naquela área. A médium pediu a Holiday que não se aproximasse do local.

- Já li sobre pessoas que simplesmente desapareceram – revelou ela. - Pode parecer bobagem, porém eu não pretendo ir.

O reverendo Omand dissera a Holiday a mesma coisa. Escreveu Holiday em seu livro The Goblin Universe:

“Naquele preciso momento, houve um ruído tremendo, semelhante ao de um furacão, e o jardim pareceu adquirir um movimento frenético indefinível. Ouviram-se impactos violentos, como se um objeto pesado estivesse batendo na parede ou na porta. Pela janela, atrás da sra. Cary, eu vi, de repente, o que me pareceu ser uma coluna de fumaça enegrecida em forma de pirâmide, com uns 3 metros de altura, girando a grande velocidade. Parte daquela fumaça estava envolvendo uma roseira, que parecia estar sendo arrancada do solo. A sra. Cary gritou e virou-se para a janela. O episódio durou dez ou quinze segundos, e então instantaneamente terminou.”

Cary também ouviu o barulho.

- Vi uma luz branca entrando na sala pela janela a minha esquerda - confessou ela. - Vi um círculo de luz branca na testa de Ted Holiday. Senti um medo terrível.

Holiday decidiu não ir ao local onde Sundberg estivera. Mas na manhã seguinte, logo às primeiras horas, ao sair para um pequeno passeio, ficou surpreso ao ver uma figura de aparência estranha a uns 30 metros de distância. Era um homem vestido inteiramente de preto. Ele se recorda:

- Senti uma estranha sensação de mal-estar, de frio e de calma. Aquele homem tinha 1,80 metro de altura e parecia estar vestido com uma roupa de couro ou plástico preto. Usava capacete, luvas, e estava mascarado. A máscara cobria o nariz, a boca e o queixo.

Holiday aproximou-se da figura e logo após retrocedeu alguns passos. Em seguida, olhou para o lago durante alguns segundos. Então, virou a cabeça na direção do misterioso homem de preto. Naquele momento, ele ouviu um "curioso som sussurrante ou sibilante". Virou-se e não viu nada. Holiday correu imediatamente até a estrada.

- Havia uns 800 metros de estrada vazia visível à direita e cerca de 100 metros à esquerda - contou. - Nenhum ser vivo poderia ter desaparecido de vista tão rapidamente. No entanto, sem dúvida, ele sumira.

No dia seguinte, o reverendo Omand partiu, dizendo que tentaria exorcizar o antigo fantasma, quando visitasse o lago Loch Ness outra vez.

Holiday, nesse ínterim, retornou a Loch Ness em 1974. Em poucos dias, durante sua viagem, o escritor sofreu um ataque cardíaco não fatal enquanto passeava pelas margens do lago. Ao ser transportado em uma padiola, ele passou diretamente no local onde vira o homem de preto. Um segundo ataque cardíaco matou Ted Holiday, em 1979.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz