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sexta-feira, 4 de março de 2016

Demônios, Possessão e Exorcismo

Clérigo exorcizando o espírito do mal. Gravura de C. Penoso (1878).

No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram-lhe ao encontro. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali. Eis que se puseram a gritar: "Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" Havia, não longe dali uma grande vara de porcos pastando. Os demônios imploraram a Jesus: "Se nos expulsar, envia-nos para aquela vara de porcos." "Ide!", disse-lhes. Eles saíram e entraram nos porcos. Neste instante toda a vara se precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas. Os guardas fugiram e foram contar na cidade o que se passara e o sucedido com os endemoninhados.

Definição: Um demônio é um ser sobrenatural maléfico; a possessão ocorre quando um ser humano é tomado por um demônio; o exorcismo é o ritual religioso empregado para expulsar o demônio de uma pessoa possuída.

O que os crentes dizem: Os demônios são reais, e são uma legião. Eles são uma espécie sobrenatural de seres puramente maléficos que podem possuir os homens e destruí-los. Algumas vezes o exorcismo funciona para expulsá-los.

O que os céticos dizem: Demônios não existem. Os seres humanos sem dúvida são capazes de atos "demoníacos", mas a noção de que demônios, anjos caídos e espíritos malignos percorrem a Terra e possuem as pessoas é ridícula. Isso nada mais é do que uma superstição ignorante e uma relutância em colocar a culpa pelo mal em seu devido lugar: nos humanos criminosos.

Qualidade das provas existentes: Moderada.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Moderada a Boa.

Poucas horas após o colapso das torres do "World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, começaram a circular fotos na internet mostrando um rosto enorme, claramente demoníaco, emergindo da fumaça e das chamas. Muitos dos religiosos declararam ser Satanás (ou um de seus lacaios) comprazendo-se no caos e sofrimento; os agnósticos e os ateus acharam que as pessoas estavam simplesmente vendo algo na forma da fumaça e das chamas. Foram feitas várias descrições da imagem, mas acreditar que isso era apenas um truque de luz e sombra ou uma verdadeira manifestação demoníaca dependia somente do sistema de crenças da pessoa. Havia um rosto em meio ao fogo. Isso é indiscutível. Sua gênese já é mais problemática.

A Igreja Católica afirma que o Diabo com certeza é real, que os demônios que o servem são reais e que ou Satanás ou algum de seus lacaios pode possuir os seres humanos e coagi-los a dizer ou fazer todo tipo de coisas maléficas.

Quando uma pessoa está possuída, algumas vezes é realizado um exorcismo. Trata-se de um ritual católico oficial no qual um padre conjura os poderes de Deus a fim de expulsar o demônio do corpo do possuído.

Os mais pios entre os devotos não são imunes à possessão demoníaca. Na verdade, eles muitas vezes parecem ser os alvos prediletos de Satanás. Segundo relatos, em 1997, um padre em Calcutá, atuando sob ordens diretas do arcebispo, realizou um exorcismo em ninguém menos do que a Madre Teresa. Por quê? Porque a santa freira acreditava do fundo do coração que estava sendo atacada pelo Diabo.

De acordo com um pesquisador medieval citado na Enciclopédia do ocultismo, existem vários sinais que revelam se uma pessoa está ou não possuída por um demônio, entre eles, vomitar objetos, fazer um pacto com o Diabo, abraçar o mal, ser extremamente violento, fazer barulhos e sons do outro mundo e blasfemar contra Deus ou Jesus.

O pesquisador medieval também disse que viver sozinho, ser feio, imaginar-se possuído, possuir doenças crônicas e estar cansado de viver também se qualificavam, e aí está o problema com a suspeita de possessão demoníaca.

As doenças mentais são, em geral, as culpadas por comportamentos "demoníacos", e é por isso que a Igreja Católica sempre envia as pessoas, com medo de elas ou seus entes queridos estarem possuídos, a um psiquiatra, antes de discutir a possibilidade de um exorcismo.

Quando analisamos as histórias de monstros humanos como Hitler, Hussein, Stalin e Pol Pot (para não mencionar os Jeffrey Dahmer e Timothy McVeigh do nosso mundo), e de outros da mesma laia, é difícil imaginar que eles se comportaram segundo seus próprios preceitos humanos. É muito fácil imaginá-los possuídos por algum demônio malevolente que os guiou no decorrer de suas vidas abomináveis. Ainda assim, é provável que os demônios da história fossem humanos demais.

Isso quer dizer que todo o mal cometido e encorajado por eles não teria sido "inspirado" por algum poder acima de nosso plano de existência? A resposta a essa questão depende de a pessoa acreditar ou não na existência do mal verdadeiro como uma entidade, como um poder que pode "infectar" os seres humanos.

Quem sabe? Se alguém como a Madre Teresa acreditava estar sob ataque de uma força demoníaca, quem pode dizer que o resto de nós está imune? 


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

sábado, 16 de abril de 2011

Ritual Romano

O Rituale Romanum (Ritual Romano em latim) é um livro litúrgico que contém todos os rituais normalmente administrados por um padre, incluindo o único ritual formal para exorcismo sancionado pela Igreja Católica Romana até finais do século XX.

Além do exorcismo de demônios e espíritos, esse manual de serviço para padres também contém instruções para o exorcismo de casas e outros lugares que se acredita estarem infestados por entidades malignas.

Escrito no ano de 1614 durante o papado do Papa Paulo V, o Rituale Romanum alertava os padres contra realizar os ritos de exorcismo em indivíduos que não estejam realmente possuídos. 

Mas com o avanço da ciência médica que podia diagnosticar com maior precisão doenças tanto físicas quanto mentais, os casos de possessão real – demoníaca (extremamente rara) e espiritual (comum) – tornaram-se muito mais difíceis de determinar.
Muito do que se acreditava ser possessão demoníaca agora é diagnosticado como sendo esquizofrenia, paranóia, distúrbio de múltipla personalidade, disfunções sexuais, histeria, e outras neuroses resultantes de obsessões e terrores da infância. Desde sua publicação inicial no século XVII, o manual permaneceu inalterado até 1952, quando duas pequenas alterações no texto do ritual do exorcismo foram feitas.

Essas revisões mudaram, por exemplo, o texto em uma linha que dizia "sintomas de possessão são sinais da presença do demônio" para "sintomas de possessão podem ser sinal de demônio". Em outra sentença original, referia à pessoas sofrendo de condições além da possessão demoníaca ou espiritual como "aqueles que sofrem de melancolia ou outras enfermidades", e foi modificada para "aqueles que sofrem de enfermidades, particularmente enfermidades mentais".

Ainda há alguns padres, em número cada vez maior, que continuam a acreditar na existência de possessão demoníaca e enumeram sinais que indicam sua presença. De acordo com esses membros do clero, se um indivíduo demonstra habilidades paranormais, manifesta força física sobre-humana e, principalmente, fala em línguas, então ele pode ser um candidato para o ritual de exorcismo. A Igreja pode considerar esse indivíduo possuído quando os sintomas citados anteriormente são acompanhados de repulsa extrema por objetos sagrados. Um padre treinado na expulsão de demônios e espíritos malignos é então convocado e, somente após receber permissão de um bispo, pode realizar o centenário ritual do exorcismo.

Exorcistas raramente ou nunca trabalham sozinhos. Normalmente são auxiliadas por, no mínimo, três outras pessoas. Uma delas é geralmente um padre mais jovem e menos experiente que está ou esteve sob treinamento para realização de exorcismos. Seu papel central é continuar o exorcismo e assumir o ritual, caso o exorcista fique muito fraco para continuar ou se ele morrer. 

A segunda pessoa que serve de assistente para o exorcista é, na maioria dos casos, um médico cuja responsabilidade é administrar qualquer medicação ou tratamento que a vítima da possessão precise, pois sob nenhuma circunstância o exorcista pode fazer isso. 

A terceira pessoa é tradicionalmente um homem parente da pessoa possuída – normalmente o pai, irmão ou marido. Em alguns casos pode ser um amigo de confiança da família. Mas, em qualquer caso, é imperativo que esteja em boas condições de saúde e seja forte – tanto física como mentalmente. Se a pessoa possuída é uma mulher, muitos exorcistas providenciam que outra mulher esteja presente durante o ritual para evitar escândalos.

Antes de realizar o ritual do exorcismo, é costumeiro que o padre faça uma boa confissão e seja absolvido de todos os seus pecados para o caso de o espírito ou demônio que ele enfrentará tente usá-los contra ele durante o ritual. Ele então veste os trajes necessários para os padres exorcistas (um sobrepeliz e um sudário púrpura) e inicia o ritual. Durante o exorcismo, certas orações prescritas, tais como o Pater Noster (o Pai-Nosso), as Litanias dos Santos e o Salmo 54, são recitadas sobre o individuo possuído, freqüentemente em latim, uma vez que se acredita que as orações são mais eficientes quando recitadas nessa antiga língua. 

Ao longo dessas recitações, o exorcista tradicionalmente faz o sinal-da-cruz, lê as escrituras e, às vezes, coloca suas mãos sobre a vítima. Ele também exige que o espírito maligno ou demônio que possuiu a pessoa revele seu nome e natureza, sucumba ao Filho de Deus e deixe sua vítima humana em paz. 

Quando o espírito maligno ou demônio finalmente parte, o exorcista reza a Jesus Cristo e pede que ele conceda sua divina ajuda e proteção à pessoa, que normalmente não retém memórias claras de sua possessão demoníaca ou do exorcismo.

Se, todavia, o ritual de exorcismo não é bem-sucedido em expulsar o espírito maligno ou demônio de sua vítima, ele é então realizado repetidamente até que a entidade deixe o local. Isso pode levar horas, dias ou até mais tempo.

Fonte: Wikipedia.