terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Um Hotel em uma Outra Dimensão


Tudo começou de forma inocente, em outubro de 1979, quando dois casais de Dover, Inglaterra, partiram em férias com o objetivo de viajar através da França e da Espanha. A história terminou em uma viagem que os levou para outro mundo.

Geoff e Pauline Simpson, juntamente com os amigos Len e Cynthia Gisby, subiram a bordo de um navio, que os transportou pelo canal da Mancha até a costa da França. Ali, alugaram um carro e seguiram rumo ao norte. Por volta de 21h30 da primeira noite, 3 de outubro, sentiram-se cansados e procuraram um lugar para pernoitar. Saíram da estrada principal, quando viram um motel com aparência simpática.

No saguão, Len encontrou um homem vestido com um estranho uniforme cor de ameixa. Tal homem informou que não havia vagas, porém que existia outro pequeno motel mais ao sul. Len agradeceu-lhe a informação, e ele e os amigos seguiram na direção indicada.

Durante o percurso, estranharam a estrutura da estrada, estreita e pavimentada de pedras, e as construções antigas que circundavam o local. Viram também cartazes anunciando um circo.

- Era um circo muito antigo - recordou Pauline. - Foi por isso que ficamos tão interessados.

Finalmente, os viajantes encontraram uma grande construção com uma série de janelas iluminadas. Alguns homens conversavam à porta e, quando Cynthia falou com eles, foi informada de que o lugar era uma hospedaria, não um hotel. Continuaram pela estrada, até encontrar duas construções - a delegacia de polícia e um prédio antigo de dois pavimentos, com uma placa que dizia HOTEL. O interior do hotel era feito de madeira maciça; não havia toalhas nas mesas, nem evidência alguma de invenções modernas e convenientes, como telefones ou elevadores.

Os quartos não eram menos estranhos. As camas tinham cobertas pesadas e não havia travesseiros. As portas, sem fechaduras, eram trancadas com tramelas de madeira. O banheiro, que os casais teriam de usar em conjunto, era encantador, mas obsoleto.

Após o jantar, os casais retornaram a seus quartos e adormeceram. Foram despertados quando os raios do sol despontaram através das venezianas de madeira, sem vidro. Voltaram à sala de refeições e tomaram um café da manhã simples.

- Serviram-nos apenas um café preto e horrível - afirmou Geoff.

Enquanto estavam sentados e tomando o café, uma mulher usando vestido de noite de seda e trazendo um cãozinho nos braços, sentou-se em frente a eles.

- Foi estranho - lembrou Pauline. - Tivemos a impressão de que ela acabara de sair de um baile, mas eram apenas 7 horas da manhã.

Não consegui desviar meus olhos da tal mulher. Nessa altura, dois gendarmes entraram na sala.

- Eles não se pareciam em nada com os gendarmes que víramos em outros lugares na França - declarou Geoff. - Os uniformes aparentavam ser mais antigos. Os uniformes eram azul-escuros, e os gendarmes portavam capas nos ombros. Seus chapéus eram grandes e pontiagudos.

A despeito das excentricidades, os casais terminaram o café e, quando foram para os quartos, os dois maridos, separadamente, tiraram fotos das respectivas mulheres junto às estranhas janelas daquele hotel.

Na saída, Len e Geoff conversaram com os gendarmes sobre a melhor maneira de voltar à autoestrada para Avignon, e para a fronteira com a Espanha. Eles pareceram não entender o significado da palavra "autoestrada", e os viajantes pensaram que talvez não tivessem pronunciado a palavra autoroute de forma adequada. As informações recebidas foram muito precárias, tanto assim que os quatro amigos acabaram saindo em uma velha estrada, alguns quilômetros fora do caminho desejado. Então, decidiram usar o mapa e encontrar um caminho mais direto, que os levasse à rodovia principal.

Colocadas as bagagens no carro, Len entrou novamente no hotel para pagar a conta, e ficou surpreso quando o gerente cobrou apenas 19 francos. Imaginando estar havendo algum mal-entendido, explicou que eles eram quatro, e que tinham feito uma refeição. O gerente limitou-se balançar afirmativamente a cabeça. Len mostrou a conta aos gendarmes que sorriram e indicaram que não havia nada de errado. Ele pagou em dinheiro e saiu dali, antes que o gerente mudasse de ideia. Ao retornarem, após duas semanas na Espanha, os casais decidiram parar no hotel outra vez. Haviam se divertido bastante ali e os preços, certamente, eram tentadores. A noite estava chuvosa e fria, e a visibilidade péssima, porém os quatro acharam o trevo e viram o cartaz do circo.

- Esta, sem dúvida, é a estrada certa - murmurou Pauline.

E era. Só que não havia nenhum hotel nas redondezas. Imaginando que, de alguma forma, pudessem ter passado por ele sem avistá-lo, os quatro voltaram ao motel, onde o homem de roupa cor de ameixa lhes dera a indicação. O motel estava ali, mas não havia nenhum homem com uniforme diferente, e o funcionário negou que tal indivíduo trabalhasse lá.

Os casais percorreram por três vezes a estrada, seguindo para cima e para baixo, à procura de alguma coisa que, eles agora começavam a perceber, já não mais existia. O hotel desaparecera, sem deixar vestígios. Seguiram em direção ao norte, e passaram a noite em um hotel em Lyon. Quartos com instalações modernas, café da manhã e jantar custaram-lhes 247 francos.

Retornando a Dover, Geoff e Len mandaram revelar os respectivos filmes. Em ambos os rolos, as fotos do hotel (uma feita por Geoff, duas por Len) estavam no meio. No entanto, quando receberam as fotos, faltavam aquelas que haviam sido feitas dentro do hotel. Não havia nenhum negativo estragado. Todo o filme estava completo, com o total de fotos batidas. Era como se as fotos do hotel jamais tivessem sido tiradas - exceto por um pequeno detalhe que um repórter da televisão de Yorkshire percebeu:

- Havia clara evidência de que a câmara tentara avançar um quadro na metade do filme. As perfurações laterais dos negativos estavam danificadas.

Os casais mantiveram silêncio sobre a experiência por três anos, contando-a apenas a amigos e familiares. Um amigo encontrou um livro onde se afirmava que os gendarmes usavam os uniformes citados antes de 1905. Finalmente, um repórter do jornal de Dover ouviu o relato e publicou uma matéria. Posteriormente, foi produzida uma dramatização pela emissora de televisão local.

Em 1985, Albert Keller, psiquiatra de Manchester, hipnotizou Geoff para ver se podia fazê-lo recordar de mais algum detalhe a respeito daquele evento tão peculiar. Sob hipnose, ele não acrescentou nada de novo ao que podia lembrar conscientemente.

Jenny Randles, escritora inglesa que investigou tão estranho episódio, fez o seguinte comentário:

- O que será que realmente aconteceu aos quatro viajantes naquela região campestre da França? Terá sido uma viagem no tempo? Nesse caso, por que então o gerente do hotel, aparentemente, não se mostrou surpreso com o veículo e com as roupas futuristas dos casais? E mais: por que aceitou o pagamento em notas de 1979, que, certamente, são coisas que causariam espécie em alguém que vivesse em algum lugar no passado?

Os viajantes - talvez viajantes do tempo - não têm nenhuma explicação.

- Só sabemos que aconteceu - concluiu Geoff.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Demônio de Dover


Durante mais de 25 horas, em abril de 1977, um estranho ser de outro mundo fez-se presente no rico bairro de Dover, em Boston.

O demônio de Dover apareceu pela primeira vez às 22h30 do dia 21 de abril, quando três adolescentes de 17 anos passeavam de carro em direção ao norte, pela Farm Street. Bill Bartlett, o motorista, pensou ter visto algo se esgueirando por um muro baixo de pedras soltas, à esquerda. Então, os faróis iluminaram alguma coisa que ele jamais imaginara existir, nem mesmo nos pesadelos mais terríveis.

A criatura virou lentamente a cabeça e olhou para a luz, revelando dois olhos imensos, sem pálpebras, que brilhavam "como duas bolas de gude cor de laranja", e um rosto inexpressivo, sem nariz aparente. O bicho tinha a cabeça em forma de melancia, cujo tamanho era quase igual ao resto do corpo, fino e comprido. A pele, sem pêlos, tinha a consistência aparente de "lixa molhada". Com cerca de 1,20 metro de altura, o estranho ser caminhava incertamente ao longo do muro, passando os longos dedos pelas pedras, enquanto se movia.

Aquela visão deixou Bartlett emudecido e, poucos segundos depois, quando conseguiu falar, os faróis do carro já haviam passado pela criatura. Seus dois companheiros, distraídos, não perceberam nada.

Decorrido pouco tempo, John Baxter, de 15 anos, voltava para casa pela Millers High Road, após ter deixado a namorada em casa, à meia-noite. Um quilômetro mais à frente, viu uma figura de baixa estatura que se aproximava. Imaginando que fosse o amigo que morava naquela rua, Baxter chamou-o, mas não obteve resposta.

Os dois continuaram a se aproximar, até que a pequena figura parou.  Baxter também parou e perguntou:

- Quem está aí?

Com o céu encoberto, Baxter via apenas a forma indistinta. Quando deu um passo à frente, o vulto afastou-se para o lado, correu para o bueiro raso e desapareceu.

Perplexo, Baxter seguiu o estranho até chegar ao bueiro. Olhou para o outro lado e, 10 metros mais adiante, viu alguma coisa com corpo simiesco, cabeça semelhante a uma melancia "acinturada" e olhos brilhantes. Seus dedos compridos estavam entrelaçados na árvore. Apavorado, Baxter decidiu fugir dali.

A pessoa seguinte a ver o demônio de Dover foi Will Taintor, de 18 anos, amigo de Bill Bartlett. Ele soube da existência da criatura por intermédio de Bartlett. Mesmo assim, ficou chocado quando, junto com a amiga Abby Brabham, de 15 anos, viu a coisa na Springdale Avenue. A descrição dos dois combinou com a de Bartlett, exceto com relação aos brilhantes olhos cor de laranja. Eles juraram que eram verdes.

Ao interrogar as testemunhas, os investigadores ficaram impressionados com a consistência das declarações. O chefe de polícia, o diretor do ginásio, os professores e pais dos jovens confirmaram que os rapazes e as moças eram honestos e confiáveis. Walter Webb, um dos investigadores, anotou na conclusão dos estudos sobre o caso:

- Nenhum dos quatro jovens estava drogado ou bêbado, no momento em que viram a criatura. Os envolvidos não fizeram nenhuma tentativa de ir aos jornais ou à polícia para fazer declarações. Em vez disso, as visões foram sendo divulgadas gradativamente. Quanto à idéia de que as testemunhas pudessem ter sido vítimas da brincadeira de alguém, isso parece pouco provável, principalmente devido à virtual impossibilidade de se criar um "demônio" animado e com vida do tipo descrito.

O que era o demônio de Dover? Alguns chegaram a sugerir a presença de um extraterrestre. Outros, que pode ter sido o totem dos índios cree, habitantes da região leste do Canadá, que o chamam de Mannegishi. Seres de baixa estatura, com cabeça redonda, sem nariz, pernas longas e araneiformes, e mãos de seis dedos, que, segundo a lenda dos Mannegishi, habitam entre rochas, nas corredeiras dos rios.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Canguru Assassino


- Foi tão rápido quanto o relâmpago e parecia ser um gigantesco canguru correndo e saltando pelo campo - disse o reverendo W. J. Hancock.

Frank Cobb, que também assistiu à cena, declarou que o monstro não se parecia com nada que já tivesse visto, embora, de certa forma, se parecesse com um canguru.

Os cangurus, nativos da Austrália, são animais herbívoros, tímidos e inofensivos. Ao contrário do canguru, o bicho era um verdadeiro assassino. Em janeiro de 1934, a criatura vivia aterrorizando a pequena comunidade de Hamburg, Tennessee, e já matara e devorara vários cães pastores alemães.

Quando o monstro visitou a fazenda de Henry Ashmore, no dia 12 de janeiro, deixou cinco pegadas do tamanho da mão de um homem de grande estatura. Will Patten viu a coisa e conseguiu afugentá-la. No dia seguinte, encontrou um cachorro devorado em seu quintal.

A criatura também matava gansos e galinhas. Quando patrulhas armadas partiram em seu encalço, estabeleceu-se o pânico. A. B. Russell, chefe de polícia da cidade de South Pittsburg, naquele mesmo Estado, tentou pôr fim à histeria, chamando-a de "superstição desencadeada por um cachorro louco". Mas aqueles que haviam visto o monstro não lhe deram ouvidos. Disseram que o bicho era imenso, pesava pelo menos uns 300 quilos e era incrivelmente ágil, capaz de pular cercas e outros obstáculos com a maior facilidade. Ele aparecia entre South Pittsburg e Signal Mountain, o que significava que, para ir de uma cidade a outra, o canguru precisava atravessar duas cadeias de montanhas e nadar dois rios.

Finalmente, um lince foi morto por caçadores em Signal Mountain no dia 29 de janeiro, treze dias após a última aparição da criatura. As autoridades e os jornais declararam que o mistério fora solucionado, porém testemunhas rejeitaram tal explicação. Elas insistiram que o que tinham visto era um grande animal, semelhante a um canguru.

O monstro nunca mais tornou a aparecer, e jamais chegou a ser satisfatoriamente identificado ou explicado.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

Mediunidade e Lucro


Beverly Jaegers não é o que podemos chamar de médium típica. Ela não realiza sessões espíritas e, provavelmente, não joga cartas de tarô. Beverly mora em uma adorável casa em St. Louis, comprada com o dinheiro que ganhou usando o sexto sentido. Na verdade, ela estuda as oscilações da bolsa de valores com o mesmo rigor de um executivo de Wall Street.

- Não se trata de uma capacidade transitória e indigna de confiança - conta ela -, porém de algo que podemos usar produtivamente todos os dias de nossa vida.

Para provar tal ponto de vista, Beverly ajudou o St. Louis Business Journal a realizar uma experiência incomum em 1982. O jornal queria ver até que ponto os poderes dela eram realmente confiáveis e a desafiaram a demonstrar sua capacidade na bolsa de valores. A experiência começou quando os jornalistas pediram a dezenove corretores famosos que escolhessem cinco ações que teriam o valor aumentado.

Essas ações ficaram posteriormente sob observação durante seis meses. Embora Beverly não tivesse nenhuma experiência no ramo, nem treinamento no mercado financeiro, o jornal também lhe pediu que escolhesse cinco ações, baseada em seu sexto sentido. O resultado?

O mercado acionário passou por queda acentuada durante o período do teste, e, quando a experiência terminou, o índice Dow-Jones, utilizado para o acompanhamento da evolução dos negócios na bolsa de valores de Nova York, caíra oitenta pontos. Por causa dessa tendência baixista, dezesseis dos corretores escolhidos quase perderam as calças.

Eles sem dúvida ficaram surpresos quando souberam que, no mesmo espaço de tempo, as ações escolhidas intuitivamente por Beverly tiveram o valor aumentado em 17,2 por cento. Apenas um dos corretores conseguiu sucesso igual ao dela.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

A Mensagem do Fantasma


Na manhã de 6 de dezembro de 1955, Lucian Landau, empresário londrino, viveu um drama invulgar. Estava dormindo na casa de Constantine Antoniades, em Genebra, quando percebeu que alguém entrava no quarto. Virando-se na cama, viu uma fraca fonte de luz e, dentro dela, a figura da falecida mulher de seu anfitrião.

Ao lado daquela imagem havia um cão pastor alsaciano com estranha pelagem marrom. A aparição logo desapareceu, mas, enquanto se diluía, Landau ouviu a mulher lhe dizer:

- Conte a ele.

O empresário londrino não hesitou em transmitir a informação ao anfitrião, quando eles se encontraram naquele mesmo dia. Contudo, não explicou exatamente o que acontecera. Em vez disso, perguntou se a falecida mulher do amigo já tivera um cão pastor alsaciano.

- Sim - respondeu o sr. Antoniades. - Ele ainda está vivo.

A resposta deixou Landau intrigado, pois não havia nenhuma evidência de existir um cachorro naquela casa. Antoniades então explicou que enviara o animal a um canil quando a mulher adoecera, porque não tinha condições de cuidar dele. Quando Landau finalmente lhe contou como fora a visita fantasmagórica, Antoniades telefonou para o canil e ficou sabendo que o cachorro fora sacrificado alguns dias antes.

As palavras "conte a ele" finalmente começavam a fazer sentido. Quando um pesquisador da Sociedade Britânica de Pesquisas Psíquicas visitou a casa, Antoniades corroborou o incrível episódio.

- Afirmo - testemunhou ele - que não havia na casa nenhuma foto de minha mulher com o cachorro ou do animal sozinho, onde Landau pudesse tê-la visto antes de acontecer o episódio.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz

O Sonho do Filho de Dante Alighieri

Dante e Virgílio se deparam com demônios em sua passagem através do Inferno.

O poema "A Divina Comédia", de Dante Alighieri, é considerado uma das obras primas da literatura universal. No entanto, se não fosse o sonho de Jacopo, filho do poeta já então falecido, o original da obra poderia ter desaparecido para sempre.

Quando Dante morreu, em 1321, Jacopo e seu irmão, Pietro, ficaram desesperados, não apenas pela perda do pai, mas também por causa do original de "A Divina Comédia" que ele deixara completo, porém não se sabia onde. Os dois viraram a casa de cabeça para baixo, procurando entre os papéis, e os textos que completavam o poema do velho Dante não foram encontrados.

Profundamente transtornado, Jacopo teve um sonho. Seu pai entrou em seu quarto, vestido com roupas impecavelmente brancas. Quando o filho perguntou se ele terminara a obra-prima, Dante balançou afirmativamente a cabeça e indicou onde as partes faltantes podiam ser encontradas.

Com um advogado amigo do pai por testemunha, Jacopo entrou no quarto de Dante.

Atrás de pequeno biombo junto à parede, eles encontraram uma pequena janela. No cubículo para o qual ela se abria, ambos localizaram as páginas finais do poema, já cobertas de mofo.

Assim, A Divina Comédia ficou completa, graças ao sonho de um filho cheio de fé.


Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz