quinta-feira, 31 de março de 2016

Astrologia - Os Astros Afetam Nossa Vida?

Dois homens debatem sobre astrologia ou astronomia, pois na Idade Média os dois saberes eram indissociáveis

São os astros
Os astros lá de cima, que determinam nossas condições.

Definição: A astrologia é o estudo e a interpretação da posição dos corpos celestes — o Sol, os planetas e a lua da Terra —, com base na crença de que eles exercem uma influência real, direta e quantificável sobre os eventos e as relações humanas.

O que os crentes dizem: Os movimentos dos corpos celestes criam misteriosos — ainda que bem reais — "campos de energia" e forças que podem afetar o modo de agir e pensar dos seres humanos, da mesma forma que a lua cheia pode exercer um efeito moderado sobre as marés e outras atividades na Terra. Essa correlação entre realidade e previsões astrológicas e interpretações vai muito além da coincidência, ou mesmo da simultaneidade.

O que os céticos dizem: A astrologia é um dos piores exemplos de pseudociência, uma vez que não existe nenhuma prova científica para a crença de que a órbita de Júpiter (ou de qualquer outro planeta) possa afetar os homens de alguma forma, qualquer que seja. As pessoas que encontram significado em leituras astrológicas estão apenas projetando seus próprios desejos e preocupações em um sistema de crenças fabricado que se baseia nos movimentos dos planetas.

Qualidade das provas existentes: Boa.

Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Moderada.

Ao final da década de 1980, eu estava escrevendo minha enciclopédia sobre Stephen King, "The Shape Under the Sheet", e calculei o horóscopo dele por computador, através de uma firma de Nova York que prometia precisão e detalhes reveladores. Na época, eu não sabia ao certo se acreditava ou não em astrologia, mas achei que para os propósitos do livro, e levando em conta o fato de que King sempre escreve sobre coisas fora do alcance da compreensão humana, um horóscopo do escritor seria um elemento divertido de incluir. Acabei realmente inserindo o mapa astral de King no livro, mas no fim deixei de colocar uma análise detalhada das informações sobre seu nascimento por questões de espaço.

Ainda lembro dos pontos principais. Ele dizia que King era criativo, ambicioso e reservado, e que provavelmente se sentia mais confortável trabalhando no campo das artes. Chegava a especificar "escritor" como uma possível opção de carreira e também falava de uma necessidade inata de privacidade e de uma personalidade bastante discreta. Qualquer pessoa familiarizada com a carreira e a pessoa pública de King reconheceria a especificidade dessas conclusões.

Eu mesmo fiquei impressionado com a precisão da leitura — e aí está o problema em tentar descartar a astrologia ou desacreditar suas descobertas.

Algumas vezes, a semelhança nos traços de personalidade de pessoas com certos signos astrológicos e a precisão de detalhes dos mapas astrais são tão cativantes que não podemos deixar de pensar que deve haver algo de verdade nesse negócio de astrologia, pois de que outra forma as informações seriam tão específicas?

Os céticos dizem que as interpretações astrológicas são generalizadas demais para deixar de mexer com quase todos aqueles que as leem. A questão então é: "Serão elas precisas a ponto de descartarmos o acaso?"

Essa questão parece ter sido respondida de modo afirmativo por um casal de franceses, em uma pesquisa realizada na década de 1950.

Michel e Françoise Gauquelin estudaram os alinhamentos planetários e os dados referentes a nascimentos e descobriram alguns fatos surpreendentes:

Um número estatisticamente significativo de médicos nasceu em determinadas horas do dia ou da noite, quando Marte ou Saturno estava em seu ponto mais alto ou tinha acabado de surgir; Muitos soldados, políticos e atores — pessoas públicas, expansivas — eram fortemente influenciados pelo planeta Júpiter; Um grande número de escritores era influenciado pela Lua. (Para mim, em particular, isso é verdade: sou de Câncer, que é regido pela Lua, e tenho o mesmo signo que Pearl Buck, Ernest Hemingway e muitos outros escritores.); Vários atletas eram influenciados pelo planeta Marte. (Isso passou a ser conhecido como o "Efeito Marte".)

Essas descobertas não foram bem recebidas pelos céticos e pela vertente predominante da comunidade científica.

Em 1978, o CSICOP (Comitê para a Investigação Científica de Alegações do Paranormal) realizou um estudo na intenção de desacreditar as descobertas dos Gauquelin. Para seu horror, os resultados cuidadosamente alcançados confirmaram as conclusões do casal. Por cinco anos, o grupo escondeu esses resultados manipulando algumas das descobertas estatísticas, a fim de adequá-los melhor aos desejos de seus membros declaradamente céticos. O estratagema veio à tona, alguns membros demitiram-se e, em 1983, o CSICOP admitiu timidamente que as descobertas dos Gauquelin eram precisas e que sua própria pesquisa havia provado isso.

A astrologia existe há mais de dois mil anos. Uns 500 anos antes de Cristo, astrólogos já calculavam horóscopos e vasculhavam o céu, literalmente, em busca de respostas. Catarina de Médicis tinha seu próprio astrólogo pessoal — ninguém menos que Nostradamus.

O princípio básico e fundamental para a compreensão (e aceitação) da astrologia é a crença resumida em seu axioma mais repetido: "Como em cima, embaixo." A astrologia provém da convicção de que tudo no universo é planejado, tudo está interligado e nada ocorre por acaso. Ela é, portanto, basicamente teísta, e sua função central deriva da tentativa de compreensão dos desígnios do universo, e uma vez que não podemos ter um plano sem alguém que o planeje, a astrologia é (apesar da repulsa da Igreja Católica a seu "apático fatalismo") uma ortodoxia religiosa em construção.

Nancy Reagan consultava um astrólogo com relação às decisões que seu marido, o presidente, deveria tomar.

Milhões de pessoas leem seu horóscopo diariamente no jornal.

Quem não sabe seu signo astrológico?

Talvez a astrologia nunca seja aceita pela corrente principal da ciência. Aqueles que buscam sem preconceito, porém, teriam relutância em descartá-la por completo. Algumas das respostas que a humanidade busca podem, na verdade, estar nas estrelas. E nos planetas, por assim dizer.


Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004.

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