quarta-feira, 1 de junho de 2016
Invisibilidade
Um cientista japonês desenvolveu um casaco que parece fazer quem o usa invisível. A ilusão foi parte de uma demonstração de tecnologia de camuflagem ótica da Universidade de Tóquio. Ela é fruto da imaginação do professor Susumu Tachi, o qual se encontra no estágio inicial da pesquisa cujo objetivo final é fazer com que objetos camuflados tornem-se virtualmente transparentes.
A fotografia foi tirada através de um visor que usa uma combinação de imagens móveis captadas por trás do usuário para dar um efeito de transparência. Espera-se que a tecnologia seja útil para os cirurgiões frustrados com o fato de suas mãos e ferramentas cirúrgicas bloquearem a visão durante uma cirurgia e para os pilotos que desejam, na hora do pouso, que o piso da cabine seja transparente.
Definição: O poder ou a habilidade de tornar a própria pessoa ou um objeto impossível de ver.
O que os crentes dizem: As pessoas altamente evoluídas conseguem manipular a natureza subatômica de suas células, fazendo-as vibrar em frequências que não refletem a luz. A visão ocorre quando a luz refletida penetra no olho. Se não há reflexo de luz, o objeto ou a pessoa não poderá ser visto. Apenas os místicos muito evoluídos conseguem atingir esse grau de controle. (Veja os quatro tipos de invisibilidade, adiante.)
O que os céticos dizem: Há apenas dois tipos do que poderia ser chamado de invisibilidade: a funcional, em que algo é invisível a aparelhos de radar e sonar, e a ilusória (um truque —- o que não é invisibilidade coisa nenhuma). É ridículo acreditar que o ser humano possa, apenas através de meditação, mudar a natureza subatômica de suas células de modo a fazer com que a luz passe por ele, em vez de refleti-la.
Qualidade das provas existentes: Com relação à invisibilidade deliberada e à invisibilidade humana involuntária e espontânea, Desprezível; com relação à funcional e à ilusória, Excelente.
Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Com relação à invisibilidade deliberada e à invisibilidade humana involuntária e espontânea, Nenhuma a Baixa; com relação à funcional e à ilusória, Bem Alta.
O dia que Carol visitou a Blockbuster
Carol trancou o carro e atravessou o estacionamento em direção à loja da Blockbuster. Esperava encontrar o novo documentário sobre o julgamento das bruxas de Salem que acabara de sair em DVD. Tinha lido uma ótima crítica sobre o filme na internet e, uma vez que ele não havia passado nos cinemas, a única forma de conseguir vê-lo era alugando a fita.
Planejava perguntar no balcão pelo documentário, visto que sempre se atrapalhava quando tentava encontrar algo sozinha. Todas as prateleiras, corredores e a interminável sequência de caixas de vídeo faziam sua cabeça girar. Era mais fácil e simples perguntar pelo filme que queria e deixar que algum dos funcionários o pegasse para ela.
Um homem abriu a porta da loja e Carol entrou atrás dele. Ele a ignorou, nem se deu ao trabalho de segurar a porta para ela. Carol, porém, foi rápida e impediu que a porta de vidro lhe batesse na cara.
Se tem algo em falta hoje em dia são boas maneiras, pensou Carol enquanto atravessava a frente da loja em direção ao balcão.
Havia três pessoas na fila, e todas tinham vídeos nas mãos. A fila andou rápido e chegou a vez dela.
A atendente era uma jovem com um piercing na sobrancelha e um crachá onde se lia "Olá, sou Krystal!". Krystal usava uma camiseta com os dizeres: "Não Dou a Mínima se Sou Indiferente."
Ela não levantou os olhos quando Carol aproximou-se do balcão. Típico, pensou.
— Estou procurando aquele novo documentário sobre o julgamento das bruxas de Salem — começou Carol. — Vocês têm?
Nenhuma resposta.
Krystal sequer levantou os olhos do computador no qual digitava os números de identificação dos filmes devolvidos.
Após alguns segundos, Carol tentou de novo:
— Com licença? — disse, com um quê de impaciência na voz.
Krystal continuou a ignorá-la.
Era como se Carol sequer estivesse ali.
Assim que abriu a boca para começar a repreender aquela atendente inacreditavelmente rude, Krystal ergueu a cabeça, olhou diretamente através de Carol e disse:
— Posso ajudá-lo?
Carol virou-se e viu um homem com um bebê no colo caminhando em direção ao balcão. Saiu do caminho; o homem aproximou-se do balcão e entregou seu vídeo para Krystal registrar.
Carol ficou pasma. Estava tão chocada com aquele tratamento que não conseguiu ter presença de espírito para dizer nada.
Olhou novamente para Krystal, que estava ocupada ajudando o homem e continuava a ignorá-la. Carol saiu da loja.
Ao chegar em casa, enviou um e-mail desaforado para o departamento de assistência ao consumidor da Blockbuster. Tempos depois, ao interrogarem Krystal sobre o incidente, ela disse não se lembrar de Carol e o vídeo de segurança da loja não registrara ninguém no balcão durante o período em que Carol dizia ter sido ignorada.
Naquele dia na Blockbuster, Carol fora vítima da invisibilidade humana involuntária e espontânea.
Há quatro significados comumente usados para o termo "invisibilidade".
Um é a invisibilidade humana involuntária e espontânea (SIHV em inglês), o dilema de Carol. Esse é um fenômeno paranormal para o qual, até agora, não existem provas, apenas depoimentos de sua ocorrência. Há muito pouca informação sobre essa suposta "condição" e o que ouvimos por aí pode ser boato.
Outro é a invisibilidade deliberada. Como definido antes, a manipulação subatômica das células por gurus e místicos pode supostamente deixá-los "imunes" ao reflexo da luz. Isso ainda não foi cientificamente comprovado.
O terceiro é a invisibilidade funcional. É o que parece ter sido tentado durante o Experimento Filadélfia. Isso ocorre quando um objeto como um navio ou um submarino torna-se invisível ao radar inimigo ou a outros aparelhos de rastreamento. É algo considerado lugar-comum, amplamente utilizado pelos militares.
A quarta forma de invisibilidade é a ilusória, um truque comum usado pelos mágicos. Em geral, envolve espelhos, má orientação, dublês e outros truques de mágica.
Será a invisibilidade humana, num futuro distante, finalmente possível? Se a espécie humana algum dia evoluir a ponto de tornar o controle de coisas como a reflexão da luz uma habilidade ou um dom, isso trará problemas insuperáveis. O maior deles, convenientemente ignorado por H. G. Wells em O homem invisível, será a cegueira. Vemos porque a luz refletida penetra em nossos olhos. Se eles forem invisíveis, não serão capazes de absorver a luz.
Assim, a invisibilidade deixará a pessoa cega.
Sem dúvida, se estamos supondo que os humanos possam evoluir até manifestarem superpoderes, quem pode dizer que não poderemos evoluir também a visão de modo a conseguirmos enxergar enquanto estivermos invisíveis?
Eu sei: essas ideias são ridículas. Mas, repetindo: voar também era até alguém conseguir fazê-lo pela primeira vez.
Fonte: Os 100 Maiores Mistérios do Mundo - Stephen J. Spugnesi - Difel 2004
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