segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os manuscritos proibidos

Duas páginas da Bíblia de Nag Hammadi
Os livros apócrifos são publicações (manuscritos) que não fazem parte dos livros canônicos, quer dizer: não são reconhecidos como escritos sagrados e portanto não fazem parte da Bíblia Sagrada.

Em 367 d.C., por ordem do bispo Atanásio de Alexandria, foram destruídos inúmeros documentos com tendências heréticas. O bispo seguia uma resolução do Concílio de Bispos de Nicéia, reunida em 325 d.C. Esta ordem era para a destruição dos textos gnósticos em especial (hoje também conhecidos como apócrifos).

Porém sabendo da importância destes papiros originais do princípio do cristianismo, monges estabelecidos a margem do rio Nilo, optaram por não destruí-los. Esses monges guardaram os códices de papiros dentro de uma urna de argila e as enterraram-na na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif.

Em 1945, Mohammed Ali Es-Samman e seus irmãos, residentes na aldeia de El-Kasr, brincando a beira do penhasco, deram de cara com essas urnas.

Pensando que se tratava de ouro, acabaram quebrando uma das urnas, mas só encontraram 13 códices com mais de 1000 páginas de papiro. Decepcionados, levaram para casa, e sua mãe chegou a usar alguns papiros para acender o fogo.

Em 1952, O museu copta do Cairo, recebeu para sua guarda os manuscritos. Faltava algumas páginas e um códice fora vendido pela família de Mohammed para o Instituto Jung, Zurique. Esses códices passaram a ser chamados; Bíblia de Nag Hammadi, localidade onde fora encontrado os manuscritos. Antes desta descoberta, só se conhecia os textos gnósticos pelas citações de outros autores. Dos 53 textos encontrados, 40 eram inéditos, tolamente desconhecidos da comunidade científica. Estes manuscritos foram redigidos em copta, antiga língua egípcia, que utilizava caracteres gregos.

São Pacômio, jovem egípcio, que se convertera ao cristianismo em 320 d.C, fundou cerca de nove mosteiros ao longo do rio Nilo. Essa ordem primitiva era conhecida como "Atletas de Deus", serviu como modelo para os mosteiros ocidentais. Um desses mosteiros ficava perto do Penhasco Djebel El -Tarif. Tudo indica que eles eram os donos dos papiros e os esconderam nas urnas, para protege-los do Concílio de Bispos de Nicéia.

A Bíblia de Nag Hammadi compõem-se de: "Revelações de profetas Gnose" (anteriores a Jesus), "Escritos Gnósticos" (com textos cristãos) e "Tratados Herméticos" (relativos a alquimia consagrado ao deus egípcio Toth - o deus Hermes para os gregos).

Fonte: THE NAG HAMMADI LIBRARY - James M. Robinson (ed.) - Harper San Francisco, 1994, pg. 141-160 - Tradução: Raul Branco.

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