Em uma manhã de domingo, o reverendo Charles Morgan, ministro da Igreja Metodista Rosedale, em Winnipeg, Manitoba, Canadá, chegou cedo para as preparações dos serviços religiosos daquela noite. Antes de entrar em seu gabinete, ele separou os hinos que seriam entoados e dedicou-se a outros preparativos.
Feito isso, retirou-se para o gabinete e decidiu tirar uma soneca até a hora dos serviços religiosos. Assim que caiu no sono, começou a ter um sonho vívido, que misturava escuridão com o som de enormes ondas. Acima daquele ruído contínuo, um coro entoava um velho hino que o reverendo Morgan não ouvia fazia anos.
O sonho foi tão perturbador que o ministro acordou com o hino ecoando em seu ouvido. Consultou o relógio e viu que ainda dispunha de tempo para dormir mais um pouco, o que ele fez - imaginando, incorretamente, que o breve tempo desperto havia limpado sua mente da visão perturbadora.
Assim que tornou a dormir, o sonho voltou: as águas violentas, a escuridão profunda, o velho hino. Morgan acordou de repente, estranhamente indisposto. Por fim, levantou, caminhou pela igreja vazia e colocou um novo número de hino no quadro.
Quando os serviços religiosos tiveram início, a congregação cantou o hino que perturbara os sonhos de Morgan - um hino estranho para se cantar em uma igreja localizada a milhares de quilômetros do oceano, cujas palavras pediam a Deus que ouvisse as orações por aqueles que estavam em perigo no mar. Ao ouvir as palavras, Morgan sentiu os olhos ficarem cheio de lágrimas.
Pouco tempo depois, o ministro soube que no momento em que os congregados cantavam o hino, uma grande tragédia ocorria no oceano. Era o dia 14 de abril de 1912, e longe dali, no Atlântico Norte, o Titanic afundava.
Fonte: Livro «O Livro dos Fenômenos Estranhos» de Charles Berlitz
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