domingo, 27 de março de 2016

Mãe Browrigg, Torturadora e Assassina


Elizabeth Brownrigg foi uma assassina do século XVIII. Sua vítima, Mary Clifford, era uma de suas aprendizes de lides domésticas, de apenas 14 anos, que morreu pela associação de ferimentos cumulativos e feridas infectadas, devidas a torturas diárias. Como resultado de depoimentos de testemunhas e provas médicas em seu julgamento, Elizabeth foi enforcada em Tyburn em setembro 1767.

Nascida em 1720 numa família de classe operária, Elizabeth casou-se com James Brownrigg, um encanador aprendiz, quando ainda era adolescente. Ela deu à luz dezesseis filhos, mas somente três sobreviveram à infância. Em 1765, Elizabeth, James e seu filho John mudaram-se para Flower de Luce Road em Fetter Lane, em Londres. James estava prosperando em sua carreira como encanador, e Elizabeth era uma parteira respeitada. Como resultado de seu trabalho, foi nomeada superintendente de mulheres e crianças em Saint Dunstans Parish, e a ela foi dada a custódia de várias crianças do sexo feminino como empregadas domésticas do Foundling Hospital de Londres.

Há pouca informação biográfica disponível para explicar seu comportamento subsequente. No entanto, Elizabeth Brownrigg provou ser mal adaptada à tarefa de cuidar de seus empregados domésticos e logo começou a envolver-se em abusos físicos graves, muitas vezes amarrando em vigas de madeira ou tubos, algumas jovens, já despidas, e, em seguida, as chicoteando severamente com interruptores, cabos e outros implementos por uma pequena infração de suas regras.

Mary Jones, uma dessas jovens, fugiu de sua casa e procurou refúgio no Foundling Hospital de Londres. Depois de um exame médico, os administradores desse hospital, exigiram que James Brownrigg procurasse conter essas tendências abusivas de sua esposa, sem nenhuma ação adicional.

Desdenhando essa reprimenda, Elizabeth Brownrigg abusou também gravemente de outras duas empregadas domésticas, Mary Mitchell e Mary Clifford. Como Jones antes dela, Mitchell procurou refúgio a partir do comportamento abusivo de sua empregadora, mas John Brownrigg a obrigou a voltar para Flower de Luce Road. Clifford foi confiada aos cuidados dos Brownrigg, apesar da preocupação dos administradores com comportamentos abusivos anteriores. Como resultado, os Brownrigg foram envolvidos em uma punição mais severa em relação à Mary Clifford. Ela era mantida nua, obrigada a dormir em uma esteira dentro de um buraco cheio de carvão, e alimentada apenas a pão e água. Elizabeth Brownrigg repetidamente a deixava acorrentada numa viga do telhado de sua cozinha.

Até junho de 1767, Mitchell e Clifford estavam sofrendo pela infecção de suas feridas não tratadas, e ataques repetidos da bruxa Brownrigg que não lhes dava tempo para curar. No entanto, os vizinhos dos Brownrigg estavam começando a suspeitar que algo errado estava acontecendo dentro daquela casa, e pediram para o Foundling Hospital que investigasse o local. Como resultado, Elizabeth Brownrigg liberou a garota Mary Mitchell, no entanto, o Foundling Hospital Inspector Grundy, em seguida, exigiu saber onde Mary Clifford estava, e tentaram levar James Brownrigg detido. Mas o casal, Elizabeth e John Brownrigg, mais o filho, fugiram.

Em Wandsworth, foram reconhecidos e presos. O trio foi julgado no Old Bailey, em agosto de 1767.

Por esta altura, Mary Clifford tinha sucumbido aos seus ferimentos infectados, e Elizabeth Brownrigg foi acusada de assassinato. No julgamento, Mary Mitchell testemunhou contra sua antiga empregadora, como fez Grundy, um aprendiz de James Brownrigg. A evidência médica e os resultados da autópsia indicaram que repetidas agressões e negligência dos ferimentos de Clifford por parte de Elizabeth Brownrigg, tinham contribuído para a morte dessa criança, uma jovem de apenas 14 anos de idade. Elizabeth Brownrigg foi condenado à forca em Tyburn.

Multidões a condenavam a caminho de sua execução, e até mesmo, sessenta anos mais tarde, o periódico "Newgate Calendar" prestou testemunho com a manchetes e gravuras sobre os crimes de Elizabeth Brownrigg na georgiana e vitoriana Inglaterra.


Fonte: Murderpedia.

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