Les Sabbats - Claude Gillot, pintor francês (Langres 1673–1722 Paris) |
Muitas formas de cultos fálicos ou priápicos foram praticados na Idade Média conservando, ainda que através de mudanças sociais e em outras circunstâncias, as antigas orgias priápicas no contexto de intensa superstição que caracterizava a bruxaria da época.
Através dos tempos, os "Iniciados" acreditaram que poderiam possuir e exercer poderes sobrenaturais pela invocação apropriada de divindades que o Cristianismo transformou em demônios; ser um devoto de Príapo era o mesmo que ser devoto de Satanás.
As bruxas dos Sabás foram as últimas praticantes da Priapéia e da Liberália na Europa Ocidental e, de fato, reproduziam em suas reuniões as licenciosas orgias tão comuns na Roma Antiga. O Sabá das Bruxas não parece ter sido originado da mitologia teutônica [bárbara, nórdica, anglo-saxã]. Antes, parecem provenientes do sul europeu, herança mediterrânea absorvida pelos países fortemente influenciados pela cultura romana. No século XV a cultura da feitiçaria tinha uma forte presença na Itália e na França.
O Caso Robinet de Vaulx
Em meados daquele século [XV], em França, um indivíduo chamado Robinet de Vaulx, que levara uma vida de eremita em Burgundy, foi preso, levado a julgamento em Langres e queimado.
Antes de morrer, entretanto, este homem, natural de Artois, informou [certamente sob tortura, método comum nos processos de bruxaria da época] ser de seu conhecimento a existência de um grande número de bruxas na província e ele não somente confessou ter comparecido às assembleias noturnas das feiticeiras, mas, também, forneceu nomes de vários habitantes de Arras que encontrara naqueles eventos.
Corria o ano de 1459, o quartel general dos jacobinos, monges pregadores, era sediado em Langres. Entre os jacobinos havia um Pierre de Broussart, inquisidor da Santa Sé na cidade de Arras que presidiu os depoimentos de Robinet. Com os nomes fornecidos o inquisidor começou sua perseguição.
Foram acusados de bruxaria, entre outros: uma prostituta chamada Demiselle, e um homem, Jehan Levite, mais conhecido por seu apelido, Abade Sem Juízo. A confissão de um induzia ao processo que resultava na confissão dos outros e novos nomes surgiam. O resultado foi um surto de prisões e processos, muitos encerrados com sentença de morte na fogueira.
Foi apurado que o lugar dos encontros era, geralmente, uma fonte na floresta de Mofflaines, uma légua de distância de Arras. Os participantes podiam ir a pé mas o procedimento mais comum era um recurso mágico: usando um unguento fornecido pelo próprio diabo que, passado no corpo ou nas mãos, permitia, montar num bastão ou cajado, de madeira, e nele voar até o lugar da assembleia [é a vassoura dos bruxos].
Fonte: The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas de Thomas Right | tradução & adaptação: ligiacabus
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