As Amazonas em gravura de Jean Cousin para o relato de André Thevet |
Icamiabas ("mulheres sem marido")
ou coniupuiaras ("grandes senhoras") são nomes indígenas dados a
mulheres guerreiras análogas às amazonas da mitologia grega, que
supostamente viveram no Brasil. A lenda sobre essas amazonas foi
freqüentemente associado com o mito do Eldorado, em cujas vizinhanças
elas supostamente viveriam.
Hernando de la Ribera declarou
em Assunção do Paraguai, em 1543, que havia recebido notícias a
respeito de mulheres que fazem guerra aos índios chiquitos (do atual
departamento de Santa Cruz, na Bolívia) e que "em determinadas épocas
do ano, se unem aos índios vizinhos".
Entre 1534 e 1554, o soldado
alemão Ulrico Schmidl, a serviço dos espanhóis, ouviu também falar das
Amazonas ao subir o rio Paraguai. Um chefe, ao saber que buscavam ouro e
prata, lhe deu uma coroa, um bracelete, outros objetos de prata e uma
placa de ouro, dizendo que as havia conquistado em uma guerra com as
amazonas, que viviam a dois meses de distância por terra.
Elas viveriam em uma grande ilha
cercada de água, mas o ouro e a prata se encontravam às margens do
lago, onde vivem os homens que vêm vê-las três ou quatro vezes por ano.
Como as amazonas gregas, queimavam o seio direito das meninas para que
melhor manejassem o arco e as armas. Elas formavam uma grande nação e
tinham um rei que deveria chamar-se Iñis, como o lugar que lhes
foi indicado. Schmidl tentou seguir a indicação, mas as dificuldades se
tornaram cada vez maiores e acabou por voltar.
Em 1555, o franciscano francês André
Thevet, cosmógrafo do rei, permaneceu, doente, dez semanas no Brasil -
na colônia da França Antártica, no atual Rio de Janeiro, fundada por
Nicolas Durand de Villegaignon -, onde compilou textos escritos por
outros membros da expedição para publicá-los com sua assinatura na
França. Um deles era consagrado às amazonas que, segundo ele, teriam se
dispersado pelo mundo depois da guerra de Tróia.
Na América, eram enconradas em
ilhas, onde vivem em pequenas habitações ou cavernas. Importunadas por
seus inimigos, defendem-se com ameaças, gritos e gestos horríveis,
protegidas por carapaças de tartarugas gigantes. Para matar seus
prisioneiros, penduram-no por uma das pernas no galho de uma árvore. Ao
cabo de algum tempo retornam e, se o infeliz continua vivo, atiram
"dez mil flechas" e acendem uma fogueira debaixo da árvore para
reduzi-lo a cinzas.
Agustín de Zárate, em sua Historia del Perú,
pubicada em Antuérpia na segunda metade do século XVI, escreve que
diante do Chile reina u gande senhor chamado Leuchengorma e que seus
vassalos contaram aos espanhóis que "cinqüenta léguas mais à frente,
há, entre dois rios, uma grande província povoada inteiramente por
mulheres que não aceitam homens junto delas senão durante o tempo
necessário à concepção e que, se dão à luz meninos os mandam para os
pais, mas se são meninas, elas as ciam."
E acrescenta que "sua rainha se
chama Gaboymilla, o que significa em sua língua Céu de Ouro, porque
dizem que nesta terra cresce grande quantidade de ouro".
Fonte: Fantastipédia.
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