
Hans Staden, etnógrafo, nasceu na Alemanha e veio para o Brasil num navio mercante português, em 1547, contratado como artilheiro. Depois de uma viagem acidentada e difícil, tanto que a embarcação, fugindo de um temporal violento e se acostando ao litoral brasileiro, colhida pela vaga naufragou nas proximidades de Itanhaém. Staden e seus companheiros conseguiram salvar-se, penetrando no interior da terra desconhecida.
Uma vez salvo, procurou a amizade dos portugueses ali estabelecidos, conseguindo o seu intento, tanto que, conhecedores da coragem e ousadia do germânico, os lusos não tiveram dúvidas em entregar-lhe o governo do forte que guarnecia o povoado de Bertioga.
Prisioneiro desses índios ferozes passou pelos mais atrozes sofrimentos, enfrentado o martírio com inquebrantável fé cristã. Apesar de muito sofrer, tinha a vida respeitada pelo selvagem, acreditando ele que pelo fato de possuir a pele muito alva e basta pilosidade ruiva...


"Quando nos aproximamos, vimos uma pequena aldeia de sete choças... Chamavam-na Ubatuba. Dirigimo-nos para uma praia aberta ao mar. Bem perto trabalhavam as mulheres numa cultura de plantas de raízes, que eles chamavam mandioca. Estavam ai muitas delas, que arrancavam raízes e tive que lhes gritar, em sua língua "Aju ne xé peê remiurama", isto é: "Estou chegando eu, vossa comida."... Deixaram-me com as mulheres. Algumas foram à minha frente, outras atrás, dançando e cantando uma canção que, segundo seu costume entoavam aos prisioneiros que tencionavam devorar..."
"... No interior da caiçara arrojaram-se as mulheres todas sobre mim, dando socos, arrepelando-me a barba, e diziam em sua linguagem: "Xé anama poepika aé!" - "Com esta pancada vingo-me pelo homem que teus amigos nos mataram". ... "Os homens estavam durante este tempo reunidos em uma outra choça. Lá bebiam cauim e cantavam em honra de seus ídolos, chamados Maracá, que são matracas feitas de cabaças, os quais talvez lhes houvessem profetizado que iriam fazer-me prisioneiro. O canto eu ouvia, mas durante meia hora não houve nenhum homem perto de mim, apenas mulheres e crianças..."
"...Golpeiam o prisioneiro na nuca, de modo que lhe saltam os miolos, e imediatamente levam-lhe as mulheres, o morto para o fogo, raspam-lhe toda a pele, fazendo-o inteiramente branco, e tapando-lhe o anus com um pau a fim de que nada dele se escape..."
Na terra natal de Staden, a Europa, não se praticava canibalismo. Mas nessa época os "civilizados europeus" tinham a Santa Inquisição que torturava, estrangulava e queimava as pessoas...
Fontes: Ubatuba - Personagens: Hans Staden; As obras indígenas - Guiomar; Sociologia: canibalismo
2 comentários:
isso é canibalismo do mal nuca se dirija a isso eu to avisando isso ñ é legal.
Essa descrição feita por esse alemão é mentirosa, pois outros relatos da mesma época, feitas por franceses, dizem que apenas comiam carne humana dos inimigos mortos em combate, e era algo simbólico,para pegar suas energias (do morto) não para matar a fome, comiam pequeninos pedaços, outros somente esfregavam na boca!! Os europeus empre gostaram de vangloriar-se de valentias e sobrevivências mirabolantes no meio de "selvagens americanos" Hoje mata-se mais do que nunca, os silvículas são seres puros!!
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