sábado, 19 de março de 2016

Anna Göldi

Na foto, Cornelia Kempers interpreta Anna Göldi num filme de Gertrud Pinkus (1991)

Anna Göldi ou Anna Göldin (Sennwald, Suíça, 24/10/1734 — Glarona, Suíça, 13/06/1782) foi considerada a "última bruxa da Europa a ser executada".

Anna levava uma vida miserável. Nascida em uma família muito pobre, trabalhou como criada desde muito jovem. Ficou grávida solteira e foi desprezada quando descobriram que o bebê estava morto. Três anos depois, engravidou novamente e teve um menino cujo destino é desconhecido.

Anna mudou de emprego várias vezes até trabalhar como empregada na casa do médico, presidente de conselho, juiz e ministro de Johann Jakob Tschudi, pertencente a uma das mais ricas e influentes famílias do Cantão de Glarus. Depois de seis anos, foi então demitida e acusada de ser responsável pela doença de uma das crianças da família.

De acordo com as alegações, Anna teria enfeitiçado o leite das filhas de Tschudi com agulhas. Além disso, membros da família Tschudi testemunharam que uma das filhas teria repetidamente cuspido agulhas. Recaiu sobre Anna a culpa por enfeitiçar uma das meninas e ela foi formalmente acusada.

Sob tortura, Anna viria a admitir sua culpa por conjurar forças diabólicas. O conselho de Glarus condenou-a em 13 de junho de 1782 à morte pela espada. O veredito foi cumprido sem demoras e causou polêmica tanto na Suíça quanto na Alemanha.

Partindo de análises de fontes até então desconhecidas, o jornalista Walter Hauser chega à conclusão de que Anna Göldi provavelmente mantinha um caso com seu amo Johann Jakob Tschudi e teria sido inclusive estuprada pelo mesmo. Já que adúlteros confessos não tinham a permissão de assumir cargos políticos, Tschudi teria provavelmente resolvido se livrar de Anna Göldi e iniciado o processo de bruxaria, que viria a terminar com a execução de Anna.

No jornal Zürcher Zeitung, o atual NZZ foi publicada uma carta em forma de classificado emitido pelo Cantão de Glarus em 9 de fevereiro de 1782 na qual a suposta bruxa era procurada:

"O honorável Estado de Glarus, compromete-se por meio desta a pagar cem coroas reais de recompensa àquele que descobrir e trouxer à justiça Anna Göldi, abaixo descrita; através da presente as autoridades de mais alto posto e seus funcionários subalternos também são conclamados a ajudar de toda forma possível na apreensão deste pessoa; é de lembrar que ela cometeu o ato monstruoso de administrar incrivelmente uma porção de agulhas e outros objetos a uma inocente criança de oito anos de idade.

Anna Göldin, da comuna de Sennwald, pertencente ao bailiado da Alta Sax e Forstek, na região de Zurique, aproximadamente 40 anos de idade, de estatura grande e robusta, rosto redondo e rosado, cabelos e sobrancelhas negras, tem os olhos meio adoentados, que encontram-se geralmente avermelhados, sua aparência é abatida e fala dialeto sennwaldês, usa uma saia colorida à moda, uma camisa listrada azul com uma jaqueta azul de cordas, tschope damastênico cinza, meias brancas, uma capa negra, abaixo um chapelete branco e usa uma echarpe de seda preta. Data, 25 de janeiro de 1782. "Chancelaria de Glarus".


Fontes: "Última bruxa da Europa" é reabilitada; Wikipédia.

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