quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O Espectro de Bayreuth
A cidade de Bayreuth, na Alemanha, é conhecida no mundo pelo seu teatro wagneriano. Os alemães, porém, a conhecem também pelo seu castelo mal-assombrado. Segundo a lenda corrente aparece, de tempos em tempos, uma espécie de Dama Branca, que inclusive, andou perturbando o sono dos generais franceses que neste castelo se alojaram por ocasião da ocupação francesa em 1806.
Durante muitos anos não se falou do espectro de Bayreuth. No começo dos anos 1920, no entanto, voltou à baila, perfeitamente ressuscitado. Nessa época muitos relataram que a Dama Branca se instalava todas as noites no teatro local no lugar do regente da orquestra, agitando uma batuta fantasma...
A Weisse Frau (Dama Branca) ou Espectro de Bayreuth, fez suas aparições também, durante muitos anos, em outros castelos reais alemães, sobretudo nos de Karlsruhe, Berlim, Darmstadt e Neuhaus, na Boêmia. Vestida de branco, era inofensiva, limitando-se a inclinar a cabeça quando se encontrava com alguém.
Num passado mais remoto, corriam rumores entre os Hohenzollerns, a família real da Prússia, de que ela era vista antes da ocorrência de catástrofes e mortes na família. Em Dezembro de 1628, a Dama Branca apareceu no palácio real de Berlim e disse: — Vinde, julgai os rápidos e os mortos! Eu aguardo o meu julgamento.
Uma lenda a identifica com o espírito de uma mulher do século XV, Bertha, ou Perchta, von Rosenberg, de Neuhaus, que de noite visitava os quartos de bebês reais para embalar as crianças enquanto as amas dormiam. Quando certa vez uma ama, aterrorizada, a viu, ela disse: — Eu não sou, como tu, uma estranha entre estas paredes. Eu sou da família, e esta criança descende dos filhos dos meus filhos.
Os Hohenzollerns explicavam a Dama Branca como sendo o fantasma da condessa Agnes de Orlamünde, emparedada viva por ter envenenado os próprios filhos. Era por vezes descrita vestida de preto e branco, as cores da Prússia. A sua aparição foi documentada pela primeira vez em 1486 no Palácio de Bayreuth, e diz-se que foi vista pela última vez no começo dos anos 1920 no teatro da mesma cidade.
A morte de Frederico I, o primeiro rei da Prússia, em 1713 foi precipitada pela sua crença na Dama Branca. A sua segunda mulher, que sofria de uma loucura ligeira, costumava vestir-se de musselina branca. Certa tarde, escapou-se das suas aias e atravessou uma porta de vidro antes de entrar nos aposentos de Frederico. O rei acordou da sua sesta e ficou tão aterrorizado ao ver a aparição vestida de branco com sangue a escorrer pelo vestido que adoeceu. Morreu pouco depois, convencido de que a Weisse Frau o tinha amaldiçoado.
Fontes: Revista da Semana, de 15/09/1923; Lendas arte e literatura gotica.blogspot.com.
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