Mas o hospital nem sempre foi assim como aparece na figura acima, de fato, toda esta infra-estrutura foi erguida ao lado de um edifício menor que começou a ser construído em 1908 e foi inaugurado no dia 26 de Julho de 1910. Era um edifício de apenas dois pisos que fora projetado para acolher entre 40 a 50 pessoas infectadas pela doença da tuberculose.
A tuberculose era nessa época uma doença muito grave, visto que não havia cura e os antibióticos ainda não haviam sido descobertos. Assim, as pessoas a quem era diagnosticada esta doença incurável, tinham de ser afastadas da população porque a tuberculose é altamente contagiosa. Naquele tempo, a única coisa que os médicos aconselhavam era que essas pessoas fossem movidas para um sítio calmo e com muito ar fresco onde pudessem descansar. Por isso, o edifício foi construído numa colina rodeada com floresta.
Só que a tuberculose atingiu um estado epidêmico, e rapidamente o pequeno hospital ficou superlotado. Com 140 pacientes, já bem acima da lotação máxima, havia sem dúvida a necessidade de construir um hospital muito maior.
Em Março de 1924 começa então a construção do sanatório como o conhecemos hoje, com capacidade para 400 pessoas. No dia 17 de Outubro de 1926 o grande hospital está pronto para começar a receber pacientes com o vírus da terrível tuberculose. Apenas pacientes com essa doença eram admitidas no sanatório, pois era esse o objetivo para o qual fora construído.
O tratamento dos doentes consistia basicamente em apanhar bastante ar fresco, mesmo em más condições meteorológicas os pacientes eram levados para uma varanda coberta, muito descanso, ingestão de alimentos ricos em proteínas, exposição ao sol e a candeeiros de raios ultra-violeta, intervenções cirúrgicas para apertar os pulmões e injetar ar, o que permitia fechar buracos causados pela doença ou, como que numa última tentativa de salvar o paciente, eram efetuadas intervenções que consistiam na remoção das partes do pulmão infectadas, técnica mais avançada em que era necessário tirar 6 a 7 costelas do tórax do paciente.
A nível psicológico eram também tomadas algumas medidas, manter os doentes ocupados em variadas tarefas como, por exemplo, a tecer cestos, fazer vassouras, colchas, toalhas e outros objetos que eram depois vendidos numa pequena loja no sanatório. Os ganhos revertiam a favor da investigação da tuberculose.
Havia também várias tomadas para auscultadores, assim os doentes podiam ouvir música, notícias, ou o que lhes interessasse. Esta era uma forma de tirar os doentes da monotonia e mantê-los ocupados com outras coisas que não a sua doença fatal. Eram igualmente confortados com palavras de esperança por parte dos médicos e das enfermeiras.
Sabe-se que foram feitas experiências em pacientes terminais, algumas das quais incluíam choques elétricos, na tentativa de descobrir a cura para a “Praga Branca”.
Na morgue, quando não havia mais espaço, os corpos já em estado lastimável, eram pendurados de cabeça para baixo à espera de serem levados para enterro.
Ao longo dos anos, o sanatório acolheu centenas de pessoas, a maioria não sobreviveu ao que ficou conhecido como a “Praga Branca”. Estima-se que 63.000 pessoas morreram naquele hospital.
No entanto as pessoas fizeram amizades entre elas e tentava-se despertar alegria nas pessoas, apesar da situação. Havia diversas ocupações, como por exemplo, montar a cavalo e transmissão de filmes. No Natal alguém se fazia de Papai Noel e as crianças saiam do edifício e podiam vê-lo a rondar com as suas renas.
O hospital dispunha dos melhores médicos e enfermeiras, todo o pessoal era altamente qualificado isso fez deste o melhor hospital da tuberculose. De fato, eles arriscavam a sua própria vida para tentar dar uma vida melhor a estas pessoas que chegavam de todo o lado. Também não podiam sair do recinto do sanatório para precaver que a doença se espalhasse, por isso ficava em casas que foram construídas para acolher médicos, enfermeiras e todo o pessoal ao serviço do sanatório.
Ao mesmo tempo em que o edifício principal estava sendo construído, foi também construído um túnel que ficou conhecido como “O Túnel da Morte”. É um túnel com cerca de 150 metros de comprimento que vai desde o cume da colina onde o edifício foi construído até ao vale.
Saída do Túnel da Morte. |
O objetivo inicial era providenciar vapor aos radiadores do sanatório, por isso tinha canos que passavam através dele. Servia também de passagem ao pessoal que trabalhava no sanatório, pois no inverno fazia muito frio e isso era uma forma de se manterem quentes ao longo do percurso que tinham de fazer.
Mas o túnel ganhou fama porque chegou uma altura em que faleciam em média 3 pessoas por hora, assim, para os outros pacientes não verem os corpos a serem levados para serem entregues às suas famílias e posteriormente enterrados, o pessoal do hospital usava o túnel para transportar os corpos desde o edifício até cá abaixo, onde eram depois entregues diretamente aos familiares ou levados para as suas terras de comboio.
Consta também que no quarto 502, uma enfermeira em depressão com todas aquelas mortes cometeu suicídio, atirando-se da janela. Diz-se também que uma outra de nome Mary Hillenburg, se enforcou. Há, no entanto quem diga que ela foi assistida no enforcamento. Ela estaria grávida de um dos médicos e terá sido vítima de um aborto mal sucedido. Ela foi encontrada enforcada num dos canos do 5º piso. Mais tarde foi também encontrado num poço o feto resultante do aborto.
Quarto 502 |
Com a descoberta dos antibióticos veio a cura para a tuberculose. A doença foi rapidamente erradicada e o sanatório de Waverly Hill encerrado em 1961, sendo os restantes pacientes transferidos para um outro hospital em Hazelwood que por sua vez viria também a fechar suas portas em 1971.
O sanatório foi reaberto em 1962 com o nome de Woodhaven como hospital de idosos e manteve-se assim até 1981, altura em que foi novamente fechado por alegadas acusações de abuso dos pacientes.
Foi depois vendido e estaria destinado a ser transformado em prisão, só que houve protestos por parte da população e isso nunca chegou a ser uma realidade.
Depois de outros projetos que nunca chegariam a ser levados a cabo, o edifício foi vendido novamente em 2001 e é hoje propriedade privada pertencente a Charlie e Tina Mattingly, que organizam visitas turísticas ao sanatório.
Por alguns dólares por pessoa é ainda possível passar uma noite inteira em busca de atividade paranormal no sanatório e de fato já vários investigadores e cadeias de televisão levaram a cabo vários estudos no seu interior.
Negativo de uma foto de 2006 onde aparece um fantasma dentro do sanatório. |
É muito freqüente verem-se sombras a passar sem que haja alguém que origine essas sombras, por vezes paira no ar um cheiro a panquecas e pão, sem qualquer motivo.
Fonte: Tenhamedo.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário